Capítulo 03 - Corações designados
Parte da série LOVE ONE
Caminhamos até a entrada do parque Daulther mas Lucas parou bem em frente ao portão, me olhou bem profundamente e acariciou meu rosto com seus dedos suaves, por alguns segundos aquilo parecia um sonho em que a qualquer momento se encerraria com um beijo.
– Vamos! – disse eu tentando não demonstrar a vontade que sentia em beija-lo.
– Eu não posso entrar, só você!
– Você me trouxe aqui e agora quer que eu fique que nem um maluco desfilando pelo parque a noite sabe-se lá por qual motivo. – encarei-o indignado. – O que você pretende?
– Nada, apenas gosto de te ver com essa carinha de raiva, você fica tão bem assim!
– Ótimo, se antes eu tinha alguma dúvida agora já não tenho, você é um insano.
– Por você eu sou!
– Vamos ficar aqui a noite toda? Amanhã tem aula e eu não pretendo ser visto ao seu lado. Que isso fique bem claro! – disse com uma entonação mais rígida.
– Vamos, mas você não consegue mentir tão bem quanto pensa que pode. – disse ele logo abrindo um sorriso largo.
Entramos no parque, Lucas caminhava na frente me conduzindo durante 10 minutos mata a dentro, estava muito escuro e por alguns instantes eu me perguntava se minhas faculdades mentais estavam bem. Como eu poderia confiar tanto em um estranho? Mesmo sem sequer imaginar o que poderia me esperar fosse onde fosse que ele me lavava, de algum modo a curiosidade sempre acabava vencendo o medo e, eu o acompanhava sem hesitar.
– Chegamos! – disse ele parando em frente a uma arvore enorme, bem maior do que as outras ao redor que também não eram nada pequenas, somente a lua-cheia iluminava nossa visão naquele local no meio da mata.
– Chegamos... O que você espera que eu faça aqui, que eu pule nos seus braços e transe com você como se fosse um bicho? – assim que disse isso senti um sentimento de vergonha se apoderar de mim.
– Não seria uma má ideia, eu não me defenderia de seu ataque! – disse ele se divertindo com meu constrangimento.
– Não foi o que eu quis dizer... – encarei-o com raiva. – O que este lugar tem de...
– Especial... agora você! – disse ele em um tom doce.
– Fala sério.
– E quem disse que estou brincando? Te trouxe aqui para te dizer que desde o primeiro momento que te vi, eu fiquei completamente fascinado por você! – novamente seus dedos suaves acariciavam o meu rosto até descerem lentamente sobre meus lábios.
– Não pode ser isso, ou só isso. Você sabe coisas sobre mim que eu... Eu nunca sai por ai anunciando. – retirei sua mão de meu rosto. – Eu não posso confiar em você se não sei nada sobre você, se seu jeito enigmático me assusta e me provoca raiva!
– Eu sei que você sente por mim o mesmo que eu sinto por você, também sinto medo.
– Sente medo... de que?
– Sinto medo que você negue e sufoque nosso amor, que eu não possa estar ao seu lado quando o dia amanhecer! – Lucas segurou em minhas mãos com muita ternura. – A uma semana quando te vi senti meu peito rasgar de vontade de te ter, esperei uma oportunidade certa e agora tenho certeza que te amo e que você também me ama.
– Como você consegue ser tão direto, tão profundo e tão diferente?
– Talvez da mesma forma que você consiga ser tão belo, fofo quando sente medo, inteligente, inseguro e perfeito!
– Lucas, não vou mentir para você. Dentro de mim existe algo por você mas eu não sei se isto é amor. Eu nunca amei antes, estou no escuro pra te dizer se é ou não!
– Acho que você não prestou muita atenção na arvore para a qual te trouxe. – disse ele apontando para um coração esculpido na madeira, com as seguintes iniciais “B&L”.
– Preciso pensar, me dá um tempo para digerir melhor tudo isso. Por favor! – falei emocionado com o que via, ele realmente gostava de mim, ou melhor, me amava.
Na manhã seguinte as primeiras horas do meu dia foram maravilhosas, eu já não me sentia tão desconfortável sentado ao lado de Lucas e ele então, já não fazia a menor questão de disfarçar, sempre que eu o olhava percebia em seus olhos um brilho ofuscante e em seus lábios um sorriso juvenil, lindo e hipnotizador. Nos intervalos de 5 em 5 minutos ele passava algum bilhetinho em minha mesa, “Almoça comigo no Dinner’s Food?” dizia o último. “Não seria melhor SMS? Tudo bem, eu aceito o convite!” respondi com outro bilhete. Alguns minutos depois mais um bilhete só que desta vez com seu número para trocarmos mensagens com mais privacidade, algo que para ele não fazia a menor diferença.
Enquanto o professor explicava algumas coisas sobre física, eu não conseguia parar de pensar no que o Lucas havia me dito na noite anterior, foi tudo muito rápido mas eu já me sentia especial e protegido ao seu lado. Eu não poderia desperdiçar minha felicidade por puro orgulho. Eu não me faria de rogado por um mau entendido e, da forma como minha mãe estava contente com ele, este seria seu genro ideal. Acabei rindo sozinho com a situação toda que se desenhara em minha cabeça.
Não demorou muito para o sinal tocar, anunciando o fim daquela aula. Todos os alunos se levantaram e começaram a sair para o almoço, Jeniffer ficou nos encarando por alguns segundos como se estivesse com algo entalado na garganta e quisesse botar para fora, vindo dela eu já sabia que coisa boa não deveria ser mas contrariando a lógica, Jeniffer apenas lançou seu conhecido olhar de víbora peçonhenta e saiu da classe sem dizer nada.
– Então, vamos almoçar no Dinner’s Food. Para podermos conversar melhor! – disse ele colocando seu braço sob meus ombros.
– Vamos! – respondi com um sorriso improvisado.
– Bruno... Espera, quero falar com você um pouco. Posso? – perguntou Alex encarando Lucas.
– Me encontre no Dinner’s, vou estar te esperando! – disse Lucas pouco antes de me dar um beijo no rosto e sair, sentir seus lábios em minha pele mesmo que por um breve segundo já era o suficiente para me deixar nas nuvens.
Alex era alto, bronzeado, corpo definido de academia, cabelos negros e curtos, olhos verdes um pouco mais claros que os de Lucas, lábios carnudos e uma aparência bem desleixada mas que lhe favorecia muito, deixava as garotas do colégio Scott Hight loucas.
– O que você quer? – perguntei com simpatia.
– Você e esse esquisito estão ficando? – perguntou ele com a voz ligeiramente elevada.
– Não por enquanto. Por que, deu para perceber algo?
– Todo mundo nessa sala percebeu, qual é... Você e esse... esse anormal? – seu tom se agravou ainda mais fazendo parecer que me cobrava alguma satisfação que eu não devesse lhe prestar, aquilo me chateou.
– Alex, desculpe se vou parecer mau educado mas se eu quiser ficar com ele, a vida é minha e eu faço dela o que quiser! – respirei fundo. – Entendeu?
– Eu tenho certeza absoluta de que esse cara é problema e você não se mete com problemas, ele vai te fazer mau. Sai dessa enquanto pode!
CONTINUA...
E assim concluímos mais um capítulo de LOVE ONE, o romance está no ar mas se você não acompanhou aos dois primeiros capítulos dessa trama, bora tirar o atraso? O amor começa por aqui mas os mistérios ainda continuaram por mais algum tempo. Em breve não perca as emoções do 4’ capítulo. Beijos, abraços, amaços e até já!