Capítulo 07 - Quando dizemos adeus

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Parte da série LOVE ONE

Havia se passado um ano desde que eu pisei naquele bendito hospital pela última vez, meu pai havia morrido. Por uma cruel ironia do destino mais uma vez eu tive que encarar aquelas paredes geladas, naquele corredor sem vida, com meu coração em pedaços sem nem ao menos saber o que meu amor tinha.

– Bebe isso miguxo! – disse Linda me estendendo um copo com água e açúcar. – O doutor já disse o que ele tem. Como está?

– Não... – respondi aos prantos. – Já faz meia hora que... Eu não posso perder o Lucas! – me agarrei a Linda sem ter mais forças para nada.

– A tia Tereza e os pais do Lucas estão vindo para cá. – disse ela em um tom cuidadoso.

– Lucas... – eu não conseguia conter a dor que me tomava, estava revivendo uma tragédia. – Eu quero ver o Lucas!

– Bruno! – disse Alex do final do corredor apresando os passos em nossa direção.

– O que você veio fazer aqui? – perguntei com angustia e uma, certa ponta de ódio, ele havia estragado meu momento mais importante ao lado de Lucas, naquele segundo eu o culpava de todo o meu coração, ou do que havia restado dele.

– Eu vim por você, para te apoiar! – Alex tentou segurar em minha mão, mas eu a afastei de seu alcance, num gesto para deixar bem claro que, eu o odiava por ter se colocado entre meu amor e eu.

– No colégio eu havia te pedido para não se meter na minha vida e, agora... Eu te odeio!

– Bruno também não precisa...

– Linda você disse pra ele que eu passaria meu dia com o Lucas, que espécie de amiga você é? – a interrompi também lhe julgando por seu ato.

– Bruno... Bruno... Para com isso, por favor! – disse Alex entre soluços se ajoelhando em minha frente. – Olha pra mim, eu te amo!

Meu queixo caiu, minhas lagrimas se aprofundaram e meu peito doía como se houvesse sido esmado por um caminhão. Minha cabeça girava, eu tinha medo, frio, escuro, lagrimas, dor, arrependimentos, ódio e muitos outros sentimentos se misturando dentro de mim. Como ele poderia se aproveitar de um momento como aquele pra me dizer, que me amava?

– Eu te amo! – repetiu ele e no que fechei meus olhos para tentar conter aquelas lagrimas amargas, senti seus lábios nos meus. Sem pensar lhe dei uma bofetada.

– Eu te odeio, some da minha vida. Você me matou, sem querer, eu acredito, mas matou.

– Não faz isso comigo... – implorava ele com a marca da bofetada que lhe dei. – Eu só quero ficar do seu lado!

– Vai emboraaaa... – gritei com toda a raiva que sua ofensa a minha dor pudera reservar. Algumas enfermeiras, médicos e pacientes que passavam a alguns metros de onde estávamos se surpreenderam com meu grito de ira. Alex não teve outra saída se não sair de cabeça baixa.

Poucos minutos após uma das enfermeiras ter me pedido para que tivesse calma, minha mãe e dois senhores surgiram pelo corredor. A mulher chorava desesperadamente e o homem a abraçava tentando conforta-la. Eram os pais de Lucas. Linda também visivelmente abalada apesar de não ter podido, conhece-lo abraçou minha mãe, e as duas começaram a chorar juntas.

– Chegou o momento querida, seja forte! – disse o homem conformado olhando nos olhos de sua esposa que tristemente assentiu com a cabeça, deixando-me ainda mais confuso.

– Que momento é esse? Me diz... – implorei me jogando nos pés daquele homem que também sofria muito por seu filho.

– Você deve ser o Bruno!? – ele não esperou minha confirmação, da forma que estava isso já era evidente. – O Lucas te amava muito e você foi muito importante na vida do meu filho! – o homem até então firme não se conteve mais as lágrimas.

– Fui? Amava? Lucas...

– Infelizmente o paciente Lucas Martins não tem mais muito tempo e seu último desejo é ver seu namorado ...Bruno! – anunciou o médico com pesar ao sair do quarto de onde meu amado estava.

A partir daquele segundo tudo parecia ter perdido o sentido, eu sabia o que aquelas palavras significavam más eu não queria aceita-las. Não podia perder o amor da minha vida justamente quando já havia horas antes decido lutar por ele! Meus ouvidos já não podiam escutar mais nada, assim como, meus olhos só conseguiam enxergar a pequena distancia que me separava dele. Atravessei a porta correndo, não a fechei, apenas me deitei ao lado de Lucas naquela cama de hospital, desejando com todas as minhas forças que deus levasse a mim em seu lugar.

– Bru..no. – disse ele fraco virando o rosto em minha direção e forçando um sorriso que iluminasse meu dia.

– Não fala, descansa. Você vai ficar bem e vamos nos casar na Bolívia daqui a um ano! – suspirei em seu ouvido tentando convencer a mim mesmo de que assim seria.

– Eu.. te... amo! – disse ele ofegante enquanto tentava manter seus olhos nos meus o tempo todo.

– E eu te amo muito mesmo. Você me fez descobrir esse sentimento, seus beijos me encheram de luz. Sua pele me fez levitar! – minhas lagrimas consumiram parte da visão que tinha de meu amado Lucas, sorrindo mesmo num momento tão difícil. – Lucas eu vou te amar pra sempre, não me deixa...

– Eu não queriaaaaaaaahh... – Lucas começou a agonizar, tentei chamar o médico que confortava seus pais do lado de fora, mas, ele segurou minha mão. – Nãooooohh... tenhooooohh... mais tempoo.. me deixaaaa... terminar...

– Não posso viver sem você! – suspirei beijando seu pescoço.

– Não queriaaahh.. te... deixar, mee.. beijaaah.. Queroo... levaaar.. seeu.. goosto co..mi..go!

No mesmo instante aproximei meus lábios do seu, infelizmente seria nosso último beijo de amor, nossa despedida. Em pouco menos de 19 segundos em que eu o beijava a maquina que controlava seus batimentos deu sinal de perda de pulsação. Deixei seus lábios com a amarga dor da certeza de que ele jamais poderia voltar para mim!

– Nãaaaaaaaaaaaaaaooooooooooooo...

Passei pelos corredores do hospital como um raio, na mesma intensidade que meus passos caminhavam para fora, a dor da despedida me torturava. No caminho tentavam me impedir mas foi inútil, saí do hospital sem saber para onde ir, sem me importar com mais nada. Meus sentidos já não me acompanhavam. Quando dei por mim haviam dois clarões a minha frente e um som de buzina, eles se aproximavam muito rapidamente. Eu só queria não sentir mais aquela dor horrível em meu coração, a imagem de Lucas agonizando ao meu lado enquanto se despedia de mim! Abri meus braços e fechei meus olhos.

– Eu já vou amor!

EM MEMÓRIA DE LUCAS MARTINS :’(

Juntos caminhamos até aqui, sempre vidrados em torno de tantos mistérios e por fim o romance que nos fez pensar, que nos mostrou que para amar é preciso haver confiança! Lucas se foi levando consigo a luz de um novo mundo para Bruno e as trevas de seu próprio tormento antigo. Herói, vilão, louco, misterioso? O que importa é que ele fez a diferença. Faça a diferença... Beijos e amaços consoladores <3

** A PARTIR DE DIA 06 DE MARÇO NÃO DEIXE DE CONFERIR OS ÚLTIMOS CAPÍTULOS DE LOVE ONE – ATÉ LÁ AMIGOS E LEITORES**

Comentários

Há 2 comentários.

Por Ynnavoig em 2014-03-03 17:15:54
Nossa... que momento triste e cedo pra historia escritor.
Por Arcanjo em 2014-02-10 05:29:53
uó, afinal de contas do que foi que ele morreu?