Capítulo 11 - Mundo de sombras
Parte da série LOVE ONE
A caminho do hospital com Jeniffer desacordada e perdendo muito sangue no banco de trás do carro de Thiago, passamos próximos ao parque Daulther. “Foi aqui que de certa forma tudo começou!” pensei.
– Thiago eu preciso descer, leve a Jeniffer. Ela não é uma assassina como o Alex disse... – naquele instante meu coração gelou. Uma terrível certeza se apoderava de mim, só podia ser ele, mas por quê?
– Você está tenso. – Thiago parou o carro na entrada do parque. – Bruno eu não posso te deixar fazer isso, seja o que for!
– Por favor, apenas leve Jeniffer para o hospital! – comecei a retirar o cinto de segurança. – Eu te garanto que vai acabar tudo bem. – naquele momento eu já não podia ter tanta certeza assim.
– Se você sentir que a barra está pesada, não banque o herói. Na vida real eles sempre morrer!
– Eu sei. Adeus Thiago!
– Até logo Bruno!
Enquanto Thiago partia para tentar salvar Jeniffer, meus passos apenas se apresavam na direção daquele local onde Lucas havia me levado, “Acho que você não prestou muita atenção na arvore para a qual te trouxe” disse ele me apontando aquela arvora, pensando melhor tudo me levava a crer que de alguma forma, a verdade estaria por lá. Apressei ainda mais meus passos naquela trilha, se Alex estivesse lá ele teria que tirar a mascara.
Na medida em que eu me aproximava daquele local meu coração batia mais forte, minha pele soava e meu corpo estremecia, eu não saberia o que fazer diante dele, sabendo que ele fez aquilo com Jeniffer e pior, tirou de mim duas pessoas que eu tanto amava!
– Alex... Eu te odeio você é um covarde! – gritei ao avistar de longe aquela figura curvada de costas para mim, usando uma capa preta lhe cobrindo da cabeça aos pés. O chão ao seu lado direito havia sido escavado e bem próximo havia uma pá toda suja de terra. – Eu sei que é você, mas... Por quê? – continuei andando em direção à figura curvada que parecia ignorar minha presença, eu só queria entender. Por que ele havia feito tudo àquilo comigo?
Seu silêncio me perturbava, parei poucos centímetros a sua frente, lentamente ele se virava em minha direção, seu rosto fora totalmente coberto por aquele capuz o tornando irreconhecível, na medida em que se virava eu pude perceber uma caixa em sua mão e um revolver em outra, suas luvas negras contrastavam com o tom metálico da arma.
– Se vai me matar, eu mereço ao menos saber o, por quê? – encarei-o suplicando que me esclarecesse de uma vez por todas a verdade. – Nada te impede de ter mais um crime nas costas e sair em pune, mas não se cale mais. Por qual razão você me ataca tanto? Alex...
– Não é você, mas eu não podia deixar que um pirralho estragasse tudo pelo que tanto lutei! – disse o encapuzado enquanto erguia seu capuz, não era o Alex. Meus olhos não podiam acreditar no que viam!
– Tio Mauro? – meu estomago revirava todo, ele era o marido “bonzinho” da minha tia “bruxa”, eu nunca poderia imaginar que ele estivesse por trás de tudo. – Você? Por quê?
– Nessa caixa que seguro, aqui você poderia me destruir. Eu procurei durante meses estas provas, pena que sua mãe e sua amiga enxerida olharam o livro que seu namoradinho cifrou. Perdoe-me sobrinho, mas eu não tive opção!
– Então... Você as matou porque elas descobriram a verdade?
– Sim, se não fosse a Jeniffer me contar sobre seu namoradinho eu nunca saberia por onde começar. Como eu já preciso mais dela, espero que já esteja morta! – ele começou a rir como um doente sádico.
– O que tem nessa caixa e você conhece o Lucas? – minha respiração começou a ficar ofegante.
– Lucas foi o meu melhor putinho, pena que o safado pegou AIDS. Ele surtou, fez um escândalo, ameaçou contar nosso caso para a Raquel e eu decidi adiantar sua morte naquela mesma manhã! – tio Mauro soltou um longo suspiro. – Já estava tudo certo, essa arma com a qual te impedirei de revelar meu segredo foi à mesma arma que usei para matar o seu pai!
Não... Aquilo não podia ser verdade, meu pai havia sido morto em um assalto. O que meu pai tinha haver com aquilo?
– Você iria matar o Lucas e do nada matou o pai? – gritei já não conseguindo mais conter minhas lágrimas e toda a revolta que sentia em meu peito.
– Quando eu apontei a arma para o Lucas, a porta se abriu e eu não pensei duas vezes em atirar. Comprei muitos funcionários para me entregarem as gravações dos circuitos de segurança do escritório, e para mentirem sobre o assalto!
– Eu te odeio!
– Você deve estar se perguntando, o que tem nessa caixa? São as gravações do tiro que dei em seu pai, ele era um bom homem que acabou não tendo sorte. O putinho do seu namorado fugiu e de alguma forma conseguiu essas gravações. Pena que o aidético também morreu... – debochou. – Queria matar vocês dois juntos!
– Você sabia que ele iria me dizer a verdade. Você planejou nos matar assim que ele o fizesse?
– Isso é óbvio, meu sobrinho! Talvez se ele não fosse tão inteligente nada disso estaria acontecendo agora.
– Você tirou de mim todas as pessoas que eu amo, me mata titio... – respirei fundo. – Porque se não me matar quem vai morrer é você!
– Com todo o prazer! – Mauro apontou a arma em direção a minha cabeça. – Diga suas últimas palavras antes de encontrar aquele putinho aidético filho de uma puta no inferno!
– Tudo bem. – fechei meus olhos sentindo o chão se abrir sobre meus pés, e um filme de minha vida se passava dentro de mim. – Foda-se!
– Brunooooo... – gritou Thiago de longe.
Ouvindo sua voz aflita tornei a abrir meus olhos enquanto a arma era engatilhada, virei meu rosto para trás e vi Thiago correndo apavorado em minha direção. Numa fração de segundo eu só queria ter me despedido dele de uma forma especial, não daquele jeito. Vendo o abismo brotar de seus olhos, revivendo a dor de ter perdido Lucas! “Não me sinto sozinho!” pensei no exato segundo em que um forte estrondo corrompeu o silêncio, em meu rosto havia algo quente e liquido escorrendo, não conseguia sentir-me firme e desabei pouco antes de Thiago me alcançar.
– Bruno... Olha pra mim! – gritou Thiago me puxando contra si.
– Eu não sinto dor Thiago. – virei meu rosto para trás e avistei caído sobre o chão o corpo de meu tio. – Você tinha uma arma? Eu não vi nenhuma arma com... Você.
– Não fui eu quem atirou, mas seja quem for essa pessoa merece toda a minha idolatria!
– Esse homem no chão, que se dizia meu tio. Ele matou meu pai! – disse ainda chocado com tudo o que havia descoberto e por pensar que eu seria sua sexta vitima.
– Vamos sair daqui, eu vou te levar para um lugar onde ninguém mais possa te machucar. Amo-te Bruno! – sentir seus lábios nos meus parecia um sonho após tantos pesadelos, prendi meus braços em sua cintura e correspondi a seu beijo com desespero, com presa e medo de que aquilo acabasse!
DOIS MESES DEPOIS...
– Thi... Tô atrasado, você me leva para o colégio hoje? – pedi enquanto o abraçava por trás, ele terminava de tomar seu café.
– Claro que te levo meu amor, hoje à noite que tal um mexicano? – perguntou ele sorrindo fofamente para mim.
– Caliente!
No colégio as duas primeiras aulas foram de física, depois o tempo parecia ter voado. Jeniffer continuava dona do posto de garota mais fácil, ela não aprendeu nada (rsrsrs). Na saída Thiago foi me buscar, nosso destino agora seria outro! Na entrada daquele reformatório ficamos nos amando um pouco até que a advogada apareceu.
– Oi queridos! – disse ela. – Vamos entrar?
Na sala de visitas daquele lugar horrível, eu mal podia me aguentar de tanta felicidade. O Thiago e a advogada ficaram na sala do diretor resolvendo algumas questões burocráticas, restando-me a parte mais difícil, se bem que nem tanto! Acompanhado por duas seguranças Alex passou por mim, sua aparência estava abatida. Sentando-se a minha frente ele parecia não entender o que eu estava fazendo por ali.
– Veio dizer que me odeia? – perguntou de cabeça baixa.
– Desculpe-me por não ter vindo antes, mas eu tive muita vergonha de te encarar.
– Eu já disse mil vezes que só atirei naquele homem porque ele ia te matar.
– Você salvou minha vida e eu fui injusto com você! – levantei-me lentamente. – Me perdoa meu amigo?
– Não tenho o que perdoar, a vida é assim Bruno!
– Alex muito obrigado e, aliás, vai tirar esse uniforme e se arrumar porque hoje você ganhou a sua liberdade. – não aguentava mais tantos suspenses então resolvi ser pratico. – Você não precisa mais ficar aqui, nunca mais!
– Eu estou livre? – Alex me abraçou e eu não tinha como não retribuir seu abraço, não quando vi a chama que se ascendeu de seu olhar até então apagado. – Obrigado!
– De agora em diante viramos uma página difícil de nossas vidas, vamos juntos aonde quer que seja, mas juntos!
Após se trocar, Alex e eu seguíamos pelos corredores largos daquele local, Thiago logo nos alcançou e eu segurei nas mãos de ambos. Cada passo nos levava a um novo caminho bem distante dos tempos difíceis que enfrentamos, e vencemos!
– Para onde vamos? – perguntou Alex não se contendo de felicidade.
– Vamos para longe, bem longe desse lugar horrível! – respondi igualmente eufórico.
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E este foi o capítulo final para os mistérios que assolaram LOVE ONE, muitas coisas ainda estão por vir, tudo mudou a partir daqui. Enfim, que bom que tudo deu certo. O verdadeiro assassino era o próprio tio de Bruno, Alex provou seu amor de uma forma que lhe tirasse a liberdade, Jeniffer... Bom, certas coisas não mudam. Thiago é o amor de Bruno e ambos ainda terão muitos caminhos a percorrerem juntos!
Espero que tenham gostado, a pesar desse clima de final ainda teremos bons momentos para compartilhar, sexo é algo que vai rolar daqui pra frente. A nossa nova vilã também terá sua importância, não deixe de conferir os novos capítulos da trama, nova fase, novas emoções, novidades! E sexo, até que enfim... Beijos e amaços, felizes e vitoriosos!