Capítulo 12 - Seja bem vindo!

Conto de dcarlossp como (Seguir)

Parte da série LOVE ONE

Eram 07h45min da manhã, entrei na classe já me desculpando. Agora que eu morava com Thiago as únicas regras que eu tinha a seguir eram: Amar e amar muito mais. Ao contrário da grande maioria dos adultos, Thiago era bem liberal, o que me permitia uma vida de intensas variações em meu cotidiano, liberdade! Mas esse não era o meu jeito, em casa eu quem amargava o papel de maduro e responsável da relação.

Sentei-me em meu lugar e ao meu lado vislumbrei a carteira em que Lucas se sentava, estava vazia. Por alguns instantes minha mente viajara em um estranho misto de nostalgia e de felicidade, enfim, minha vida apesar de todos aqueles contratempos por fim havia se reestabelecido.

– Com licença, desculpe-me pelo atraso senhorita Margaret! – disse uma voz masculina me trazendo novamente para a realidade.

– Você é Bernardo Moura, certo? – presumiu a professora com uma expressão de analise para o garoto.

– Sim senhora. Posso sentar-me? – perguntou ele já se dirigindo a carteira vazia ao meu lado.

– Sinta-se em casa, mas não totalmente! – todos riram achando hilária a pronuncia da professora que sem jeito prosseguiu com a aula.

– Não me diga que aqui sentava uma bicha aidética? – perguntou o novato em tom de deboche para um dos garotos a seu lado.

– Fala baixo, o namoradinho ou namoradinha dele senta do seu lado. – comentou o outro ainda mais debochado.

– Por que vocês dois não cuidam da vida de vocês? – Questionei-os indignado por tais comentários maldosos. – Se ouvir esse tipo de coisa mais uma vez, eu juro que vocês dois vão para a enfermaria!

– Com certeza esse daí devia ser a namoradinha! – Arthur começou a rir ignorando completamente meu aviso. – Esses gays são ridículos.

– São aberrações. – concluiu o outro.

Durante as primeiras aulas em diversos momentos tive que me conter para não cair na provocação daquele novato. Arthur mal havia entrado para a turma e já se sentia o rei da classe. Preconceituoso, debochado, patético. Assim que o sinal tocou anunciando o intervalo sai da classe bufando, por pura falta de sorte acabei esbarrando em Jeniffer.

– Tá cego querido? – ela se levantou. – Eu sei que você não gosta da fruta, mas também não precisa aniquila-las.

– Desculpe-me, preciso sair daqui agora! – continuei a andar e só parei no refeitório, me sentei em canto qualquer.

– O que você tem? – Alex sentou-se ao meu lado.

– O garoto novo, ele é um idiota. É isso o que eu tenho, ou melhor, ele tem! – respirei fundo. – Ele passou três aulas inteiras debochando do aluno que se sentava naquela maldita cadeira antes dele.

– E isso ainda mexe com você? – Alex segurou em minhas mãos.

– E olha lá, o novo casalzinho cor de rosa do momento! – disse Arthur a poucos metros de nós com seus novos amiguinhos e, amiguinhas.

– Me arranja uma arma? – disse eu para Alex.

– Não liga pra ele, você não tem porque dar atenção a um babaca qualquer.

– Você tem razão, aliás, que tal se a gente fosse ao cinema depois das aulas? O Thi tem plantão hoje e eu não quero ficar sozinho no apartamento.

– Por mim tudo ótimo, a que horas eu te pego para a gente ir?

– Tem um filme ótimo na sessão das 19h00min então pode ser às 18h40min?

– Combinado então! – Alex me deu um abraço. – Quer um suco ou alguma outra coisa?

– Um chá gelado pra mim tá ótimo!

Enquanto Alex ia buscar as nossas bebidas na cantina, Arthur e sua turminha vieram até mim.

– Ô gayzinho. De agora em diante é bom que não expresse mais sua promiscuidade aqui no colégio, entendeu? – disse Arthur em tom de superioridade enquanto os demais lhe bajulavam como se ele fosse o máximo.

– Meu nome é Bruno e eu não sei quem você pensa que é para se julgar no direito de se meter assim na vida dos outros! – puxei o ar firmemente. – Eu sei me comportar civilizadamente e se no seu galinheiro não existem regras, o problema é todo seu.

– Você é uma aberração. – disse Arthur apontando o dedo em minha cara. – Não fico em ambientes com pessoas como você.

– Ótimo, então vai atrás de um “ambiente” próprio para pessoas preconceituosas e estupidas como você porque eu... – minha voz travou com o peso de sua mão em meu rosto, aquele tapa foi a gota d’água.

Após aquela inesperada bofetada, senti meu sangue ferver, me levantei e sem pensar duas vezes o atingi com um soco desmanchando sua pose de superior e seu sorriso de deboche. Ao passar a mão no nariz o sangue que escorria sob seus dedos era abundante, seus colegas logo começaram a paparica-lo como se ele fosse a vitima e um deles até foi chamar a diretora. Na direção Arthur fazia se fazia de bonzinho para a diretora enquanto eu esperava minha vez de falar com ela do lado de fora, ao sair ele deu um sorriso desfaçado e sussurrou em tom de ameaça “Isso não vai ficar barato”. Entrei na sala e fechei a porta atrás de mim.

– Sente-se, por favor! – pediu a diretora com uma expressão de repreensão em seu rosto. Bruno, seu histórico é impecável talvez isso se deva ao fato dos traumas que você tenha sofrido nesses últimos meses.

– Eu não queria ter feito isso, mas ele começou!

– Eu entendo o quanto deva ser difícil para você, mas o fato dele sentar-se no local onde o Lucas se sentava não justifica tal comportamento!

– Ele me deu um tapa, por isso que eu fiz o que fiz.

– Os alunos que presenciaram a cena, todos me disseram que não foi isso o que aconteceu. – ela me encarava como se eu fosse um mentiroso ou pior, um louco. – Talvez seja melhor você dar uma passadinha na sala da senhorita Helena!

– Eles mentiram. – protestei.

– Todos mentiram, tem certeza disso? – ela tomou um gole do liquido em sua caneca. – Mesmo assim preciso que você fale com a psicóloga do colégio. Tenho certeza de que ela poderá ajuda-lo!

Saí da diretoria indignado, eu nunca fui um aluno problemático e isso todos sabiam muito bem, mesmo assim a diretora parecia estar mais convencida com as mentiras daquele boçal e de seus amiguinhos vendidos. No caminho para a sala da psicóloga fui abordado por Alex que me enchia de perguntas, ele ainda não fazia ideia do problema que enfrentaríamos caso Arthur resolvesse se torna uma pedra em nossos sapatos.

– Você não devia ter parado num soco só, porque se eu pegasse esse idiota ele iria precisar dos cuidados do seu namorado.

– E você da sua advogada! – rebati.

– A gente precisa fazer alguma coisa antes que ele decrete a “cura gay” no Scott Hight!

– E o que a gente faz? Dá um tiro nele?

– Temos que arranjar um meio de tira-lo do colégio! – disse Alex sem propor nenhuma alternativa mais esclarecedora.

– Sim, isso é ótimo, mas... Como?

– Ainda não sei como, mas sei que se nós dois trabalharmos juntos nisso, podemos encontrar uma saída!

– Com certeza. Você volta para o reformatório e eu vou para um manicômio!

Meu celular começou a tocar e nós paramos em frente à sala da senhorita Helena, retirei o aparelho do bolso da calça e avistei na tela o número de Thiago.

– Thi... Que horas você sai do plantão?

– Com certeza não antes das 03h00min então eu te liguei para saber como você está eu fico morrendo de saudades de você!

– Como eu estou... Normal.

– O que houve amor?

– Nada... – eu não gostava de mentir, mas por outro lado não queria deixa-lo preocupado por algo que eu mesmo poderia resolver. – Eu só estou contando os segundos até que você volte para o nosso lar!

– Eu sei que é chato pra você ficar sozinho então porque não chama o Alex para ver um filme ou jogar videogame? Só não se divirtam com pouca roupa tá!

– Bobo! Já acertei com ele de irmos ao cinema e pode deixar comigo, estaremos vestidos.

– Por mim não precisa falar, estarei leve e solto! – provocou Alex me obrigando a lhe dar um beliscão.

– Amor preciso desligar e fala pro seu amigo ai que ele não tem chances de competir comigo! – Thiago desligou e eu aceitei sua sugestão, passando o recado instantaneamente a Alex.

– Qual é? Pelo que eu saiba você ainda é virgem, mesmo morando com ele.

– Mas já o vi pelado e posso garantir que é bastante tentador!

– Então você precisa me ver natural para poder tirar conclusões.

– Esquece, essa é fraca.

– Bruno se você realmente o ama por que vocês dois nunca transaram?

– Sim eu o amo e este será o presente que eu lhe darei de aniversário mês que vem!

– Seu presente será perder a virgindade? – Alex abriu um sorriso extenso. – E se um dia você me amar qual será o meu presente?

– Se isso acontecer eu te darei uma arma novinha para você atirar em mim!

– Isso foi bizarro.

– Desculpe-me, preciso falar com a senhorita Helena agora. Me pega às 18h40min?

– Claro!

CONTINUA...

Um novo tempo se inicia, mas Bruno ainda terá obstáculos pelo caminho e o primeiro deles se chama Arthur, o aluno novo é um ditador. Todos acabaram do lado errado da força e dessa vez o inimigo está ainda mais próximo! Beijos e amaços renovados.

Comentários

Há 1 comentários.

Por jv em 2014-02-19 14:19:32
Uau, continua to loco pra ver o próximo capítulo