Capítulo 13 - Garoto mau

Conto de dcarlossp como (Seguir)

Parte da série LOVE ONE

Desde o meu primeiro ano no Scott Hight eu nunca havia entrado naquela sala, de repente surge um otário que se acha o maioral e todos ficam do seu lado. Eu não me sentia muito confortável sentado naquele divã com uma psicóloga analisando cada gesto meu, quando quem deveria estar no meu lugar era tratado como vitima.

– Como você se sente quando se depara com mudanças? Agressivo... Assustado? – perguntou a psicóloga rabiscando alguma coisa em sua ficha.

– Eu me sinto como qualquer um deveria se sentir quando injustiças são cometidas! – respondi secamente. – Agora se me der licença, tenho aula de espanhol.

– Não te conheço bem Bruno, mas pelo que a diretora me disse você sempre foi um aluno exemplar, coisas difíceis aconteceram com você. Não foi?

– Minha vida virou do avesso, mas eu jurei a mim mesmo que não me vitimaria com isso. Não quero ser o coitadinho, só quero seguir em frente!

– Com relação ao ocorrido no refeitório, pode confiar em mim, quero te entender e principalmente ajuda-lo a se entender melhor!

– Eu me entendo, quem começou a briga foi aquele aluno novo, o Arthur. Ele demonstra ser alguém cheio de preconceitos.

– Ele por acaso te lembra de algo que você gostaria de esquecer em alguém?

– Não, eu nunca tive contato com pessoas desse tipo antes. – levantei-me do divã e ensaiei meus primeiros passos até a porta. – Desculpe-me, mas eu realmente preciso voltar para a aula.

– Tudo bem, mas amanhã durante o intervalo esteja aqui para uma sessão mais especifica.

Entrei na classe atrasado o que me obrigou a contar para a professora de espanhol o motivo de tal atraso. Sentei-me desejando que a terra me sugasse no exato momento em que percebi um sorriso de vitória se desenhando no rosto de Arthur. Por fora eu era indiferente a suas provocações, mas por dentro eu me arrependia de ter parado em apenas um soco. Em seu nariz havia um pequeno curativo, e em sua expressão havia um sentimento de raiva.

– Professora, eu posso me sentar em outro lugar? – pedi já não aguentando mais aquela situação.

– Qual é o problema Bruno? Você nunca quis trocar de lugar antes. – quis saber a educadora.

– Não me sinto bem aqui!

– Tudo bem Bruno, sente-se no lugar de Paty. Paty por gentileza troque de lugar com seu colega.

– Eu...? – protestou Paty, mas logo viu que se sentaria próxima do aluno novo. – Claro que troco de lugar!

Peguei minhas coisas e me sentei onde a professora mandou a minha frente estava Alex que não perdeu tempo em me cobrir de perguntas, todas as quais achei melhor não responder no calor do momento. Após o termino da aula de espanhol havia chegado à parte que eu menos gostava educação física.

– Bom dia turma, todos os rapazes futebol e todas as moças vôlei! – o professor soprou seu apito.

Na quadra todos nos reuníamos em forma de circulo ao redor do professor que nos passava todas as regras e instruções precisas para o jogo.

– Muito bem garotos. Quem vai ser o líder de cada equipe?

– Eu serei o líder da equipe Scott Red! – anunciou Arthur.

– Professor eu prefiro não participar. – disse eu não querendo ter qualquer tipo de aproximação desnecessária com aquele garoto arrogante.

– Alguém aqui ou é perna de pau ou deveria se enquadrar no clubinho das bonecas! – provocou Arthur fazendo com que os demais alunos rissem.

– Pensando melhor professor... Eu lidero a equipe Scott Gold! – em minha mente aquilo foi o mesmo que: Agora é pessoal!

Após termos feito as escolhas de jogadores, posse de bola e campo, ou seja, um universo que eu sequer compreendia e só topei participar para derrotar o arrogante do Arthur. O professor soprou novamente seu apito dando inicio ao jogo. O melhor jogador do meu time era o Alex que por sua vez logo de inicio tomou a bola do time adversário sem a menor dificuldade, correndo como um verdadeiro maratonista até o meio campo de onde tocou para Vicente que posteriormente se vendo acuado não teve outra opção a não ser passar a bola para mim. “Ótimo, vou ser detonado agora” pensei enquanto suava a camisa em direção ao gol da equipe rival, com Alex livre mais adiante não tive duvidas, seria muito mais eficaz lhe passar a bola permitir que ele marcasse o gol do que eu mesmo chutasse e comprovasse meu péssimo desempenho com o esporte. Adiantei mais dois passos para lançar a bola em direção a Alex quando Arthur se lançou em minha direção, em principio eu queria derrota-lo, medir forças contra ele, mas não fazia a menor ideia de que além de arrogante e preconceituoso, que ele também jogava sujo.

Foi tudo muito rápido e quando me dei conta eu estava de joelhos no chão com minha coxa direita ardendo e meus joelhos ralados, a dor não era maior que meu sentimento de revolta. Ele fez aquilo de proposito e mesmo assim todos interpretaram como um acidente, o jogo parou e Alex me levou até a enfermaria onde fiz alguns curativos e depois me sentei para recuperar o folego.

– Quer que eu tire satisfações na saída? – perguntou Alex dando tapinhas em meu ombro.

– Se você for atirar nele eu agradeço sim! – ironizei. – Pensando melhor, não!

– Ele tá te secando muito pro meu gosto, eu também sou gay! Por que o senhor homofóbico não vem me dar uma prensa?

– O que? Então quer dizer que é só comigo o esporro? – perguntei admirado.

– Os outros alunos que jogam no mesmo time que a gente, nenhum deles recebeu essa atenção toda do novato. – Alex me encarou seriamente. – Isso é muito estranho, justo você que é a pessoa mais incrível de toda a Scott Hight!

– Alex... Pode ser que ele esteja fazendo isso comigo só para que sirva de exemplo para os outros. – respirei fundo. – Não podemos permitir que ele, manipule a todos!

– A gente precisa encontrar um meio de tira-lo do colégio ou...

– Ou... O que?

– Temos que descobrir seu ponto fraco! – Alex estalou o dedo como se essa fosse à ideia mais brilhante de todos os tempos.

– Certo e como a gente faz isso, você não tem nenhuma noção disso?

– Na verdade eu já tenho um plano em mente, e esse plano envolve veneno e luxuria! – disse ele com um olhar de quem pensava em aprontar.

– Não... A gente não vai matar ele!

– O plano nem é esse! – Alex suspirou. – Vamos deixar os homicídios e climas de suspense mais para o fim agora!

– Então o que você pretende?

– Veneno e luxuria! – repetiu ele. – Traduzindo Jeniffer, a megera em ação.

– A Jeniffer ajudando a gente? – acabei rindo alto achando tudo aquilo já muito fantasioso demais para ser considerado real. – Ela nunca ajudaria a gente e até onde sei foi graças a ela que meu titio doente conseguiu todas as informações que precisava para fazer de minha vida um inferno!

– Mas mesmo assim você foi legal com ela, se não fosse por você ela teria morrido!

– Não espero que ela seja solidária, apenas fiz o que minha consciência mandou. – soltei um breve suspiro. – Ela não vai nos ajudar com isso.

– Sim, ela vai! – respondeu Alex bastante seguro de si.

– Como é que você pode ter tanta certeza disso?

– Eu sei de um segredinho dela e isso já é suficiente para que Jeniffer jogue do nosso lado!

Na hora da saída me despedi de Alex e reconfirmei o cinema mais tarde, já ia sair quando me lembrei de que teria de devolver um livro na biblioteca do colégio. Recuei alguns passos para trás e fiz a devolução do livro pouco antes da biblioteca fechar. Estava muito quente e eu resolvi lavar meu rosto antes de ir embora, entrei no banheiro e o ambiente estava calmo demais, todos os alunos já haviam ido embora e em alguns segundos eu também iria. Liguei a torneira e senti a agua fria escorrendo pelos meus dedos, juntei um pouco nas mãos e em seguida conduzi em direção ao meu rosto. A água fria ao tocar minha face com uma carinhosa sensação de bem estar, me renovava. Deixaria meus problemas para trás nas próximas horas, afinal eu tinha um namorado incrível e um amigo para todos os momentos. Esse Arthur até poderia ser uma pedra em meu sapato, mas se comparado a tudo o que vivi há dois meses e meio, ele não era hard core assim!

Terminei de secar o rosto com alguns papeis toalha e olhei no espelho, Arthur estava parado na porta me encarando com uma pose de valentão. Lembrei-me de sua ameaça, mas não me assustava, ele só me fazia sentir raiva, entre outros sentimentos ruins. Coloquei minha mochila nas costas e segui em direção à porta, mas ele se pôs em meu caminho.

– Preciso passar, poderia me dar licença? – pedi tentando ignorar um pouco nossas diferenças e ser educado.

– Você não vai lugar algum! – disse ele em um tom supostamente sereno enquanto me empurrava para trás. Enquanto eu me levantava do chão ele fechou a porta e trancou-a com uma chave.

– Alunos não tem permissão para usar as chaves do colégio... O que você acha que pretende comigo?

– Você é muito corajoso para uma bichinha! – zombou ele.

– E você é muito enrustido, isso deve te fazer um mau muito grande. Mas eu não tenho nada a ver com isso. – tentei pegar as chaves de sua mão.

– Espera... Não quero que você se vá tão cedo, ainda não me apresentei para você! – disse ele, arremessando as chaves em direção à pequena janela que estava aberta, as chaves caíram lá fora.

– Você ficou louco ou o que? Sem as chaves estamos trancados e há essa hora não deve haver mais ninguém por aqui que possa abrir essa maldita porta! – lamentei-me pelo que disse, era óbvio que ele já havia pensando nisso bem antes de mim.

– Bruninho você nem faz ideia do quanto eu esperei que você se desgrudasse daquele seu namoradinho assassino!

– O Alex não é meu namorado e mesmo que fosse isso não é da sua conta.

– Melhor assim. Agora se você for legal comigo, eu posso ser legal com você!

CONTINUA...

Arthur não está para brincadeira e nem Bruno pretende se curvar diante a soberania de tal garoto arrogante. Jeniffer será uma importante peça neste jogo e o Thiago nem imagina o risco que corre em meio a este nova e conflituosa relação de seu amado para com o novato badboy. Alex tem cartas na manga e vai usa-las para manter o rival distante de seu amigo!

A nova fase de LOVE ONE que iniciou a partir do capítulo 12 sucedendo ao capítulo 11 “Mundo de sombras” promete. Desde já deixo uma questão em claro: Com quem Bruno deve ficar em sua opinião; Com Alex (seu amigo herói), com Arthur (o seu recém-chegado inimigo) ou deve permanecer com Thiago (seu doutor anjo)? Deixe sua opinião, vamos temperar a trama cada vez mais. Beijos e amaços no banheiro! Kkkkk...

Comentários

Há 1 comentários.

Por lipezin1717 em 2014-02-19 16:47:04
está muito bom esse conto,tou curtindo!E em minha opinião o bruno deve ficar com seu amigo herói,o Alex!!:)