Capítulo 14 - Vida
Parte da série LOVE ONE
– Bruninho você nem faz ideia do quanto eu esperei que você se desgrudasse daquele seu namoradinho assassino!
– O Alex não é meu namorado e mesmo que fosse isso não é da sua conta.
– Melhor assim. Agora se você for legal comigo, eu posso ser legal com você!
Comecei a bater na porta torcendo para que ainda houvesse mais alguém no colégio e que pudesse abri-la, eu poderia passar horas batendo na porta e berrando, mas ninguém apareceria. De repente senti um corpo encostar-se ao meu por trás e dois braços me puxando contra si. Arthur me segurava e então pude sentir um volume se formando em suas calças, me afastei de imediato de seu contato.
– Você pode fazer o diabo, mas nunca conseguirá o que quer de mim! – desabafei.
– Bruno você me dá muito tesão! – falou ele em tom meloso. – Ninguém precisa saber, vamos foder juntos!
– Eu nunca perderia minha virgindade com alguém como você. – soltei indignado. – Em pouco menos de 5 horas que te conheço e você só me trouxe problemas! – de alguma certa forma aquela sensação não me era tão estranha.
– Não sou gay, você é... Eu só tenho curiosidade de saber como é comer outro cara!
– Então contrate um garoto de programa, eu não sou nenhum objeto!
– Você pode dar só uma chupadinha antes... – Arthur abaixou as calças e cueca, mostrando seu pau ereto, era grande como o de Thiago só que um pouco mais fino. Sem perder tempo me aproximei de seu instrumento e lhe dei o que ele merecia um chute bem dado no meio das pernas. Arthur caiu de joelhos e deixou cair um molho de chaves, peguei-as do chão e consegui destrancar a porta do banheiro. – Bruno você me paga!
– É melhor refletir um pouco sobre suas ações, vou deixa-lo de castigo seu enrustido idiota! – anunciei pouco antes de fechar a porta com ele ainda dentro e tranca-la.
Enrolado numa toalha sai do banho correndo ao ouvir a campainha tocar, olhei no visor do celular e eram 18h40min, abri a porta e Alex me encarava com cara de menino pidão do outro lado.
– Entre, só preciso colocar alguma roupa e nós já vamos!
– Você fica muito bem só de toalha!
– Alex você é um amigo incrível, só espero que algum dia você entenda que... – me senti estranho. – Nunca seremos um só coração!
– Bruno eu não só matei por você como também seria capaz de morrer por você, sem pensar. – Alex dizia aquilo de um jeito tão fofo.
– Não sei como você vai convencer a Jeniffer a nos ajudar, mas... Eu quero aquele idiota bem longe de mim. – mudei de assunto assim que percebi o quanto nossos olhares se mantinham ligados demais.
– Aconteceu alguma coisa a mais que eu precise saber?
– Ele tentou ter relações sexuais comigo no banheiro do colégio.
– Ele o que? – Alex parecia ter levado um balde de água fria com minha revelação. – Eu vou matar esse idiota!
– Não quero que você volte praquele lugar horrível.
– É só um modo de falar, também não sou nenhum psicopata! – disse Alex andando de um lado para o outro impaciente. – Esse Arthur me paga.
– Agora fica calmo e me espera um pouquinho, vou ir vestir alguma coisa para podermos sair!
Assim que voltei para a sala, já pronto Alex disse alguma coisa sobre “Eu preferia só a toalha” ou alguma coisa parecida. Como havia um shopping a poucas quadras do prédio em que eu morava com Thiago, Alex e eu decidimos seguir andando. Fazia um pouco de frio então Alex me abraçou, seu calor era algo terno, acolhedor, resplandecente!
– Que filme nós vamos ver? – perguntou-me ele assim que chegamos à bilheteria.
– Hoje você escolhe Alex!
– Tudo bem então que tal... O Segredo Mortal?
– A critica é super positiva, pode ser legal! – concordei.
Entramos na sala escura e o filme já estava passando, Alex e eu nos sentamos próximos a um corredor de acesso a saída de emergência, o que em todo caso nunca era um cuidado desnecessário. Há três anos houve um incêndio dentro de uma sala de cinema aqui em Scott Hise, foram ao todo 50 mortes. Em algum momento deixei-me levar pela história do filme, percebi então uma garota sozinha e perdida em uma imensidão de mistérios, logo me identifiquei com seu drama. Ao termino da sessão me revoltei internamente contra o trágico desfecho da mocinha. Seria este o meu fim?
– Alex... Acorda o filme já acabou! –balancei Alex que quase caiu no colo de uma senhora ao seu lado.
– Desculpe-me dona! – Como foi que terminou?
– Talvez não tenha terminado da melhor forma, só posso te garantir que nem sempre existe um final feliz! – respondi com o olhar perdido no nada enquanto as luzes se ascendiam.
– A mocinha foi decapitada por um motosserra! – o supôs.
– Não... Ela foi empurrada de um precipício.
Olhei no visor do celular e já eram 21h15min. Alex e eu começamos a sair da sala quando meu celular começo a tocar, era o Thiago.
– Thi tô morrendo de saudades de você, me diz que vai vir mais cedo para casa!
– Infelizmente não, mas eu tenho uma boa noticia!
– Então me diz logo!
– A sua prima, a Alicia. Ela acaba de entrar em trabalho de parto!
– Sério? Tô indo para o hospital então! – desliguei o celular e contei a novidade para Alex que se ofereceu para me acompanhar.
Pegamos um taxi na frente do shopping e durante todo o caminho eu só conseguia pensar no quanto aquele momento era especial, Alice estava feliz com sua gravidez apesar da tia Raquel insistir em separar mãe e filha. Alice esperava uma menininha que com toda a certeza seria a coisa mais fofa deste mundo! Ao entrarmos no hospital fomos até a recepção pedir informações e logo nós entramos na sala de espera. Tia Raquel nos olhava como se fossemos dois estranhos, Travor veio me abraçar demonstrando-se feliz com minha presença, sua recepção a Alex pelo contrário foi fria. Travor sabia que Alex era quem havia dado o tiro em seu pai para me salvar, o clima lá dentro era tenso.
– Podem entrar, deu tudo certo e a menina é linda! – disse Thiago saindo do quarto em que Alice havia acabado de dar a luz. – Bruno, que bom que você veio!
– Vai ser bom mesmo quando essa bastarda recém-nascida sair de nossas vidas. – resmungou Raquel com amargura.
– A Alice vai ficar com a filha dela, isso nem a senhora nem ninguém vai poder decidir por ela. – protestei. – Se o seu coração é de pedra, o problema é todo seu minha tia!
– Escuta bem seu veadinho... Eu sou a mãe da Alice e sou eu quem decide o que é bom ou não para ela.
– Cale a boca senhora! – disse Alex enfurecido. – Se voltar a falar assim com o Bruno eu juro que...
– Que me mata assim como fez com meu esposo? – Raquel soltou em ar de deboche. – Você ainda me paga, seu pivete.
– Por favor, mantenham a calma. Estamos em um hospital! – disse Thiago tentando amenizar o clima. – Bruno não dê ouvidos ao que sua tia diz, ela não merece sua atenção.
Entramos no quarto e Alice estava sentada na cama com seu bebe entre os braços, sua felicidade era tanta que as ofensas de minha tia sequer podiam me atingir, sua filhinha era a coisinha mais linda desse mundo!
– Já tem um nome para ela? – perguntei me aproximando lentamente.
– Vida. Vai se chamar Vida! – respondeu com um sorriso enorme.
– Agora que essa criança nasceu você terá que dá-la, não quero acordar com choro de criança no meu ouvido. – disse tia Raquel.
– Eu vou ficar com a minha filha, a senhora não vai me afastar da minha princesinha nunca! – respondeu Alice indignada.
– Se você não fizer o que eu estou mandando não pense que eu vou deixa-la morar na minha casa. Ou você se livra desse bebe ou procure outro lugar para viver?
– Mãe? A senhora ficou louca? – indagou Travor sem poder acreditar no que ouvia.
– Deixa ela Travor. Essa bruxa não tem coração, eu prefiro ficar com a minha filha!
– Muito bem, então a partir de agora saiba que você não tem mais uma casa para onde voltar! – tia Raquel saiu batendo a porta.
Alice chorava enquanto ninava seu anjinho. Como alguém poderia ser tão ruim? Que tipo de mãe faria uma coisa dessas com sua própria filha? Thiago e eu nos olhávamos por alguns segundos sensibilizados com tudo aquilo.
– Pode ficar em nosso apartamento, temos um quarto sobrando e o Bruno te adora! – disse Thiago.
– Sim Alice, não vamos te deixar sozinha nessa. A Vida vai amar não ter que conviver com um bicho papão chamado Raquel! – disse eu arrancando um sorriso de Alice que até então se mostrava triste com a indiferença de sua mãe.
– Eu não sei o que dizer. Vocês estão sendo tão legais comigo!
– Apenas diga que sim! – disse Thiago. – Você é uma garota forte, não se deixou intimidar. Todos na família do meu amor são assim, destemidos?
– Todos menos eu. – respondeu Travor desanimado. – Eu acho que nunca terei essa coragem toda de me assumir, minha mãe odeia os homossexuais!
– Uma coisa de cada vez Travor. – passei a mão sobre seu ombro. – Em algum momento você vai ter que encarar essa barra e quando isso acontecer, nós estaremos do seu lado!
Saindo do hospital Alex mantinha uma expressão muito fechada, aquilo não combinava em nada com o garoto determinado e alegre que ele era, Entramos no taxi calados e saímos mudos. Em frente ao prédio onde Thiago e eu morávamos o convidei para subirmos e comermos alguma coisa. Na cozinha sua expressão se mantinha a mesma.
– Por que você está com essa cara desde que voltamos do hospital? – eu já não conseguia mais conter minha curiosidade.
– Seu primo é boa gente, ele me odeia pelo que eu fiz! – Alex desabou sobre o balcão.
– O Travor não te odeia, ele só não está pronto para encarar isso tudo de frente.
– Mas você conseguiu...
– Talvez se meu pai fosse o vilão dessa história eu também me sentisse tão confuso!
– E a sua tia foi clara quando disse aquilo, você acha que ela seria capaz de... – Alex se calou.
– Aquela bruxa até pode tentar, mas eu nunca permitiria que meu herói fosse detonado! – o abracei. – Desde o começo você só quis me proteger e eu fui tão injusto com você!
– Pena que seu coração é do Thiago. – Alex me apertou contra seu peito fazendo-me sentir seus batimentos. – Eu nunca vou deixar de te amar, nem que eu morra!
– Você não vai morrer, eu seria capaz de explodir esse mundo se tal injustiça acontecesse.
– Bruno se algum dia você me amar mesmo que já seja tarde... – suas lagrimas caiam sobre meu ombro. – Pense no quanto me faria feliz ouvir isso de você!
CONTINUA...
Arthur não conseguiu o que queria e de quebra ainda provou de seu próprio veneno. Alice não se deixou intimidar e está disposta a lutar por sua filha. Raquel deixou claro que ainda vai se vingar de Alex e Bruno parece ter ser sensibilizado com todo o amor e carinho de seu amigo!
Gente vocês estão torcendo muito pelo Alex, o Thiago não tem torcida? O triangulo amoroso ainda promete muitas surpresas, e algo me diz que Arthur também quer participar deste trio! LOVE ONE não é apenas UM AMOR como também a mensagem de luta e superação, se vai ou não rolar algo entre Alex e Bruno, isso vocês só vão saber com o decorrer da trama. Muito obrigado por estarem sempre acompanhando capítulo a capítulo desta série, vocês são a parte mais gostosa dessa estória! Beijos e amaços ao quadrado!