Capítulo 18 - Bad Things (parte um)
Parte da série LOVE ONE
– Tem certeza que está pronta? – olhei nos olhos de Alice a procura de qualquer sinal de hesitação. – A partir do momento em que você apertar esta campainha terá que ir até o fim!
– Bruno... Obrigada por tudo, eu estou preparada! – Alice apertou a campainha.
O sol já começava a se pôr, duas horas mais cedo Alice havia me pedido para acompanha-la neste momento. A casa era próxima da qual eu morava com minha mãe até pouco tempo atrás, Vida sorria em meus braços e eu falava com ela fazendo aquelas vozinhas finas e estranhas, como se um bebe de tão pouco tempo de vida pudesse me compreender? A maçaneta da porta girou e ao abrir-se revelou um moleque com visual de mauricinho.
– Alice... Por que você sumiu? – perguntou ele. – Ele é seu namorado? Você me traiu com ele?
– Eu nunca te traí com ninguém Miguel... Sempre te amei!
– Então porque desapareceu? Eu fiquei tão mau quando você sumiu... De quem é esse bebe?
– É a nossa filhinha, uma semana antes de eu me afastar de ti soube que estava grávida. A gente não tinha se protegido!
– Por que você nunca me disse nada e ainda se afastou de mim? – Miguel esmurrou a porta. – Eu não teria te deixado sozinha nessa, você me conhece bem Alice!
– Minha mãe me obrigou a me afastar de você, ela ameaçou me trancafiar em uma clinica psiquiátrica se eu te procurasse. – respondeu Alice entre lágrimas.
– Me promete que nunca mais vai sumir da minha vida? – Miguel também entre lágrimas puxou Alice contra seu corpo e a abraçou com desespero. – Fiquei desesperado quando percebi que você não voltaria, nunca mais!
Após entramos na casa de Miguel, Alice lhe deu uma explicação detalhada de tudo até então, ele a olhava como se não conseguisse acreditar no que seus olhos viam. Agora junto ao grande amor de sua vida e pai de uma linda princesinha. Alice e Miguel acabaram se entendendo e ele a convidou para morar com ele! Finalmente as coisas haviam se resolvido na vida de minha prima. Voltei para o apartamento sozinho, fiquei de levar as coisas de Alice e Vida para a casa de Miguel. Dentro de mim dois sentimentos distintos predominavam: a alegria por ver que Alice havia conseguido reconquistar seu amor e o medo, medo de que aquele pesadelo todo pudesse voltar a pairar sobre minha cabeça. Abri a porta lentamente e ascendi à luz, avistei um pedaço de papel sob a mesinha de centro, talvez fosse algum bilhete do Thiago, afinal eu havia deixado meu celular desligado durante toda à tarde. Peguei o bilhete e comecei a ler com atenção uma única frase contida nele, meu coração disparou.
“SAUDADES? NÃO PENSE QUE TUDO ACABOU. VOU ACABAR COM O QUE COMECEI!”
Amassei aquele bilhete e o arremessei contra a parede, naquele momento pude perceber que alguém queria me deixar com medo. Se o Alex estivesse certo com relação a Arthur isso faria todo o sentido, mesmo assim, como ele poderia saber onde eu estava morando? Liguei meu celular e comecei a discar o número de Alex, a ligação caiu na caixa postal, tentei mais umas três vezes e só caia na caixa postal. Apoiei minhas costas na parede e comecei a deslizar até que parei no chão, com aquela mesma estranha sensação de alguns meses atrás. Comecei a chorar e o tempo a partir de então parecia se estender absurdamente.
– Meu amor... O que houve com você? – Thiago me puxava para cima, mas minhas pernas pareciam não querer se manter de pé. Seus olhos me fitavam com preocupação.
– Eu não sei mais no que acreditar... – desabafei com meus olhos avermelhados de tanto que já havia chorado. – Eu pensei que o pesadelo havia acabado... Mas tá tudo voltando!
– Não meu amor... O seu tio está morto e... A Raquel pode ser má, mas não é uma assassina!
– O Arthur... O garoto novo... Ele... Ele... – não conseguia pronunciar aquela frase, por mais que eu tentasse havia um nó preso em minha garganta.
– Bruno, seja qual for o problema com esse garoto, você pode contar comigo!
– Thi... Será que eu estou ficando louco? – me soltei de seus braços e desviei meus olhos dos seus.
– Não. Claro que não... – Thiago segurou minha mão. – Você é forte, desde a primeira vez que eu te vi acordar de um coma, todos pensavam que você morreria e te vi despertar!
– Talvez alguém não se conforme com o fato de eu ter sobrevivido... – enxuguei minhas lágrimas. – E aos poucos percebo que esse alguém possa ser o Arthur!
– Porque diz isso?
– O Alex encontrou no pescoço do Arthur uma marca de nascença muito semelhante a que meu tio tinha... – já havia se passado algum tempo desde que eu havia saído da casa de Miguel, eu tinha me esquecido de levar as malas para Alice. – A Alice vai morar com o pai de sua filha, me esqueci de entregar suas coisas.
– Com relação a esse Arthur, não vou permitir que te machuque. Você está pálido, me passe o endereço que eu mesmo faço a entrega!
Antes de sair Thiago me fez prometer que eu manteria a porta trancada e que não abriria para ninguém, de certo modo eu havia me tornado algum tipo de atrativo para pessoas ruins, meu sangue só poderia ser muito ruim mesmo. Assim que tranquei a porta comecei a andar como um zumbi pela casa, queria poder me convencer de que Arthur era apenas um babaca e que sua marca de nascença fosse uma mera coincidência. Novamente tornei a discar o número de Alex e nada. Alex jamais havia se recusado a atender uma única ligação minha, ele sequer desligava o seu aparelho, “Ótimo, agora vou ficar paranoico!” pensei enquanto discava novamente.
– Você precisa ser forte meu anjo!
– Lucas? – virei-me já reconhecendo sua voz, ele estava lindo. Vestido de preto da cabeça aos pés. – Você voltou por mim?
– Bruno você precisa ir embora de Scott Hise o quanto antes!
– Ir embora?
– Ele vai destruir essa cidade e muitos inocentes vão morrer.
– O Arthur vai destruir a cidade? Como? Por quê?
– Você não tem muito tempo para isso, estou quebrando regras para evitar que você faça parte disso. Em poucas horas Scott Hise será varrida do mapa!
– Lucas... Eu só posso estar louco e isso só pode ser uma alucinação. – fechei meus olhos e respirei bem fundo acreditando se tratar de um fruto da minha imaginação, ao abri-los ele ainda estava perto de mim. – Não sei o que dizer? – repeti para mim mesmo me sentindo confuso demais.
– Você só tem duas horas para sair de Scott Hise! – após dizer isso Lucas desapareceu como fumaça perante meus olhos.
Minha cabeça girava, meu coração disparava no peito. De todos os males este parecia o mais insano de todos. Aquilo não poderia ser sério, como um garoto de 17 como eu poderia destruir uma cidade inteira? No máximo o que ele poderia fazer era me matar ou sei lá? Minha cabeça já começava a doer quando alguém passou a tocar a campainha insistentemente.
– Bruno... Sou eu, Alex. Abra essa porta! – gritou ele do outro lado.
– Te liguei muitas vezes, fiquei preocupado com você! – disse ao abrir a porta.
– Eu se, tem umas 500 chamadas no meu celular, mas agora temos que sair daqui! – Alex segurou em meu braço.
– Que pressa é essa? Onde quer me levar a essa hora?
– Para qualquer lugar fora de Scott Hise! – meu coração gelou quando ele disse aquilo. – Não temos tanto tempo, se ficarmos podemos morrer...
CONTINUA...
Conforme eu havia anunciado ao termino do capítulo anterior, a cidade de Scott Hise realmente passará por um período negro em sua história. É impossível prevermos quais rumos isso tudo tomará daqui por diante! Os capítulos que encerram nossa temporada de fevereiro serão publicados dia 25/02/2014 (terça-feira), após esse período a trama voltará a ser publicada no dia 06/03/2014 (quinta-feira). Continue sempre ligado em LOVE ONE, obrigado sempre pelo carinho e a preferencia. Beijos e amaços apocalípticos!