Capítulo 30 - A verdadeira chave: Destinos Traçados (parte final)
Parte da série LOVE ONE
Concentração, salão principal (narrado por Mark).
– Vocês já tiveram a vez de atacar e agora chegou a hora de todos morrerem... – gritou o monstro. – Irmãos vamos fazer um banquete de oferenda à Asha com esses humanos tolos!
– Isso seus panacas, honrem a deusinha insignificante que vocês têm... – gritei com fúria.
– Infame... Matem-nos... – gritou o líder dos monstros enquanto materializavam bolas de fogo de suas mãos. – A chave? Não...
No exato momento em que seriamos atacados por aqueles monstros fanáticos algo os deteve, ao invés de nos matarem queimados foram eles que se envolveram nas próprias chamas. Contorciam-se como loucos, pareciam sofrer extremamente,
– O que está acontecendo? – questionou Travor surpreso.
– Só pode ser um milagre, eles estão pegando fogo! – concluiu Jeniffer.
– Malditos humanos... Malditoooooos... – gritou o monstro antes de ser completamente consumido pelas chamas.
Por algum motivo distante de nossas compreensões aqueles repugnantes monstros morreram alvos de si mesmo.
– Acabou! – desabafei caindo de joelhos, me sentia aliviado e confuso demais. – Travor... Aonde você vai?
– Preciso encontrar o Bruno... Ele precisa de ajuda, eu sei que ele precisa. – gritou Travor correndo em direção ao corredor.
– Eu vou com ele... – gritou Jeniffer apressando seus passos para alcança-lo.
Hospital Central, leito 123 (narrado por Alex) 20 minutos depois.
– Alex... Você não está em condições de fazer nada, você levou um tiro pelo Bruno! – disse Alice com uma expressão de preocupação em sua face. – Eu vou ligar para o Travor para saber como estão... – Alice começou a discar em seu celular o número do irmão. – Como assim? – perguntou ela com uma cara horrível instantes depois.
– Alice... Deixa-me falar com ele... Eu quero saber do Bruno. – pedi com meu coração batendo a mil.
– Travor. Vou passar para o Alex! – ela me entregou o celular com as mãos tremulas, parecia nervosa.
– O Bruno... Diz-me que ele está bem, por favor, Travor! – eu estava apavorado.
– Alex... Aqueles lunáticos malditos se deram mal, mas o que eu tenho a dizer sobre o Bruno infelizmente não é nada bom... – falou ele chorando! – Você precisa ser forte!
20 minutos antes, corredores da concentração (narrado por Travor).
– Ei... Espera-me garoto. – gritou Jeniffer atrás de mim.
– Seja rápida, precisamos encontrar meu primo antes que o demente do Thiago o ache!
– Perfeito, só tem um pequeno probleminha. – disse ela ofegante ao meu lado. Este local é enorme, como vamos encontra-lo antes do psicopata que vive aqui?
– Eu não sei, mas a gente tem que fazer o que puder... – me desesperei, ela estava certa. – Ao menos o Bruno tem uma arma.
– E o Thiago tem um controle que pode mata-lo assim... Do nada! – Jeniffer respirou fundo. – Quem você acha que tem mais chances?
Continuamos correndo ofegantes por aqueles corredores que mais se pareciam com labirintos até encontrarmos um revolver no chão, era o revolver que estava com o Bruno desde aquele terrível acontecimento no bar fora de Scott Hise. Jeniffer abaixou-se e pegou a arma dando a entender que seria capaz de atirar se, se sentisse ameaçada. A poucos metros da gente havia uma porta branca com alguns fechos de luz atravessando suas frestas.
– O que será que tá acontecendo lá dentro? – questionou Jeniffer com a arma em posição. – Que luz forte é aquela? Será que o Bruno está lá dentro?
– Não sei... Mas vamos descobrir! – comecei a correr em direção à porta e ao abri-la só pude ver uma sombra negra em meio a toda aquela luz, uma sombra que desapareceu juntamente a luz ofuscante revelando a cena mais cruel e injusta de todas. – Bruno?
– O que foi Trav... – Jeniffer calou-se no mesmo instante que viu tal tragédia.
O corpo de Bruno estava imóvel sobre uma grande poça de sangue, seus cabelos estavam encharcados do liquido vermelho, sua pele fria e pálida como seus olhos vazios e opacos. A frente havia uma cela onde meu tio Augusto, a tia Tereza, tia Cristal, Linda e outro rapaz que eu não conhecia choravam desolados. Jeniffer chorando saiu correndo para pedir ajuda e eu fiquei ali segurando as mãos frias de Bruno, seu coração já não estava mais batendo.
– Foi aquele maldito do Thiago que fez isso com ele, não foi? – me derramei em lágrimas, perante meu primo outra vez morto injustamente.
– Aquele desgraçado... Ele atirou... No Bruno! – respondeu Linda abraçando tia Tereza e sofrendo como todos naquela sala, uma dor sem explicação. Uma perda difícil de compreender.
– Onde está aquele filho da mãe? Eu vou matar ele...
– Não sabemos, ele desapareceu no exato segundo em que apertou o gatilho. Sumiu em meio aquela luz! – disse meu tio entre lágrimas e soluços.
Poucos minutos haviam se passado e Jeniffer voltou com Mark e sua equipe que não perderam tempo em libertar os prisioneiros. O caos havia se encerrado, mas o preço não foi nada barato.
Hospital Central, leito 123 (narrado por Alex).
– Você está me dizendo que... O Bruno foi assassinado pelo Thiago?
– O mundo está a salvo de Asha. – suspirou Miguel segurando Vida em seus braços. – Papai vai te ver crescer minha princesinha!
– Que se dane a porra do mundo... A única pessoa que realmente merece ser feliz morreu por essa droga... – gritei indignado com Miguel.
Olhei para o chão com meus olhos se enchendo de lágrimas e avistei aquelas duas chaves douradas que aquele senhor havia me dado. “Ele disse que eu poderia realizar um desejo de todo o meu coração com elas, que só devia usar uma e fazer com que Bruno usasse a outra... Eu sei o que mais desejo. Eu desejo você Bruno!”.
– Travor traz o corpo do Bruno aqui para o hospital, imediatamente!
– Mas ele já está morto... – Travor não parava de chorar.
– Nós podemos trazê-lo de volta para nós, confie em mim cara! – implorei. – Traz o corpo dele e todos que o amam precisam estar presentes, nós vamos tira-lo do mundo dos mortos! – desliguei o celular e deixei minha dor fluir na mesma intensidade da esperança que sentia.
– Alex é impossível ressuscitar as pessoas! – exclamou Alice com a voz tremula e abatida.
– Por favor, Alice pegue aquelas chaves para mim. – Alice se curvou pegando as chaves e em seguida entregou-me as. – Essas chaves são magicas, eu preciso estar com uma delas e o Bruno com outra, juntos nós todos podemos revivê-lo!
– Tudo bem... Faremos o possível e o impossível por isso! – afirmou Alice confiante.
Havia se passado meia-hora e o tempo parecia me castigar tornando a dor cada vez mais angustiante. Miguel havia ido buscar uma cadeira de rodas para mim e me pedido desculpas por ter soado tão insensível. Por mais que eu detestasse admitir ele assim como muitos teriam todos os motivos para comemorar a destruição de império caótico. Jurei a mim mesmo que não guardaria magoas dentro de mim quando fui surpreendido pela Linda abrindo a porta e correndo em minha direção. Os pais de Bruno e sua tia entraram em seguida junto a Travor e Jeniffer, o último a entrar foi Lucas, mas aquele não era o momento de brigas fúteis, todos ali amávamos Bruno e iriamos traze-lo novamente do mundo dos mortos.
– Existe um meio de realmente trazer meu filho de volta? – perguntou dona Tereza com o rosto triste, eu nunca a vi daquele jeito.
– Não importa o que tenhamos que fazer... Vamos arranca-lo dos braços gélidos da maldita morte! – proclamou Linda igualmente desolada.
– Onde ele está? – perguntei tentando conter meu choro e desespero, pois teria que vê-lo morto novamente.
– Está na sala de necropsia... – respondeu Travor hesitante.
– Alex nós vamos trazê-lo de volta nem que para isso tenhamos que cruzar as fronteiras deste mundo e liberta-lo! – conclui Cristal munida de esperança. – Se ele morreu e aqueles malditos MOON ASHA foram dizimados, é porque a verdadeira chave era ele, desde o início!
– Eu já sabia disso quando o conheci! – afirmou Lucas surpreendendo a todos no quarto. – Eu era uma das cobaias que conseguiu escapar da concentração, levei comigo meu controle e isso me deu certo tempo para armar tudo!
– Do que você está falando garoto? – perguntou Augusto quase aos gritos.
– Eu amo o Bruno de verdade, mas se descobrissem que ele era a chave... – Lucas respirou fundo. – Acredite, nenhum de nós teríamos sobrevivido!
– Agora eu entendo porque eu nunca fui com a sua cara. – gritei.
– Eu convenci o líder dos MOON ASHA a decretar a pena de morte para Bruno. – o revelou deixando a todos ainda mais surpresos. – Me doeu muito e continua me doendo, mas eu precisava fazê-los matarem sua própria deusa e assim... A si mesmos.
– Você é tão podre quanto esses desgraçados... – gritou Linda lhe dando uma bofetada no rosto.
– Só fiz o que foi preciso, me perdoem!
CONTINUA...
Pois é... Bomba atrás de bomba. Lucas finalmente se livrou de seus mistérios expondo com arrependimento e culpa a sua participação em meio a todo este caos, será que ele merece perdão? Trick seu... Você acertou em cheio, a deusa acha realmente estava se manifestando no corpo de Bruno. O mundo por fim está livre de todo este caos que se anunciara quando muitos acreditavam ser Cristal a chave para o regresso da diabólica deusa das trevas. Os próximos capítulos além de serem os últimos da terceira fase que foi a revelação da série, também serão um convite para a segunda temporada de LOVE ONE. Beijos e amaços com paz e muito amor!