Outro Clichê Teen - Capítulo 02
Parte da série Outro Clichê Teen
– Tudo bem. Agora vamos sair desse chão antes que alguém apareça! – diz Fernando ajudando a amiga a se levantar.
– Credo... – grita a patricinha fazendo cara de nojo.
– Que foi?
– Se alguém me visse nesse estado, minha reputação já era. – afirma Nicole já de pé. – E tudo por causa de um...
– De um? – questiona Fernando perante o silencio da amiga. – Nicole?
– Nada! Vamos para a classe?
Na classe do segundo ano B.
A maioria dos alunos aproveita a ausência do professor para bagunçar, alguns poucos bolsistas da turma, como Pablo e Lili preferem não se envolver nas badernas temendo que suas bolsas possam lhes ser tiradas. Ambos se sentam próximos.
– Então... Tá chateada comigo? – questiona Pablo de sua mesa.
– Não Pablo, eu só fiquei triste que você tenha julgado mal a Nicole! – afirma a garota enquanto ele revira os olhos dando a entender que pouco lhe importa saber sobre aquela garota fútil e mimada.
– Olha Lili, eu não vou ficar bancando o chato... Mas no fundo você sabe que eu tenho razão!
– Se quiser mesmo ser meu amigo, tudo bem! Só não fale assim da minha melhor amiga na minha frente, por favor, Pablo!
Vários pedaços de papel amaçados são arremessados enquanto Fernando e Nicole param diante da porta da classe. Nicole encara o garoto que a fez se sentir um trapo sorrindo para sua amiga, sua expressão se entristece, seus olhos ameaçam se encherem de lágrimas novamente, dentro de si há algo diferente. Mas o que pode ser isso?
– Nicole. Tudo bem? – questiona Fernando preocupado com o estado da amiga.
– Tudo ótimo! – responde a patricinha forçando um sorriso artificial e segurando as lágrimas. – Melhor impossível... Vamos entrar?
– Tudo bem! – afirma ele sem entender a atitude da patricinha que até poucos minutos se encontrava desolada num canto solitário entre lágrimas e revolta.
Nicole sempre foi uma garota de parar o transito, e ela também sempre soube tirar proveito de seu rostinho de anjo e corpo de modelo. Sem demonstrar seus reais sentimentos a garota entra na classe como se desfilasse em uma passarela e ao chegar ao centro da sala faz um sinal com o dedo chamando Lili. Pablo assiste a cena inconformado pela submissão da garota, mas ele não poderia mudar isso se ela mesma não quisesse.
– Sim Nicole? – questiona Lili com um sorriso bobo na face.
– Eu exijo que você se afaste daquele selvagem!
– Eu já sou bem grandinha para saber com quem eu posso ou não estar! – rebate ela sem perder a ternura de seu tom de voz.
– Não importa... Somos amigas há mais tempo e esse... Selvagem. – diz Nicole lançando um olhar de indiferença ao rapaz. – Ele chegou hoje. Quer ser amiguinha dele ou minha?
– Nicole, eu não quero escolher... Ele me parece uma boa pessoa! – afirma Lili enquanto Nicole força uma risada de ironia.
– Quer ficar do lado desse selvagem? Tudo bem, só não me chama mais de amiga! – diz ela secamente se afastando da presença de Lili que a olha com decepção.
Corredores do SecondaRio.
– Isso é um colégio/prisão ou um castelo medieval mal assombrado? – Questiona Jocasta fazendo cara de poucos amigos a sua mãe.
– Jocasta... Você precisa se comportar, aliás, você já está... Uma hora atrasada? – diz Eva quase em choque. – Filhotinha... Vamos logo encontrar a sala desse diretor!
– Okey Eva! Mas a senhora sabe em que direção fica essa masmorra?
– Não fale assim, que coisa! – repreende. – Não sei, mas talvez aquele garoto simpático possa nos orientar! – diz Eva apontando em direção ao garoto com visual social e óculos fundo de garrafa. – Ei... Garoto...
– Eva para com isso... – diz Jocasta abaixando o braço da mãe. – Depois eu é que sou a louca da família!
– Pois não senhora? – questiona o garoto se aproximando lentamente das duas.
– Senhora? – repete Eva em um tom de desespero. – Olha só, eu não sou uma senhora. Sou a modelo principal da ANJOS, Eva Hernandes!
– Gostei de ver garoto! – cumprimenta Jocasta zombando o descontentamento de sua mãe. – Olha, não liga pra ela é que a Eva não tomou seus remedinhos hoje e...
– Jocasta Hernandes! – interrompe a mãe em tom de ameaça. – Olha garoto, tudo bem. Eu perdoou o fato de ter me insultado!
– Eva... Assim você assusta o menino! – Afirma Jocasta se divertindo com a situação. – Qual é o seu nome?
E-Edy...
– Tudo bem E-Edy... A gente só precisa saber onde ficam as guilhotinas e chicotes?
– Minha filhotinha! – diz Eva sem graça. – Você poderia nós levar até a sala do diretor Heitor? Edy!
– Sim, claro! – respondeu ele timidamente.
Ao chegarem à diretoria Eva só faltava ser colocada em um altar, o diretor do colégio não fazia a menor questão de esconder seu fascínio pela modelo. Jocasta sentada ao lado da mãe só fazia cara de tédio.
– Bem... Senhorita Eva, sua adorável filha está em boas mãos no colégio SecondaRio! – afirma o diretor com um largo sorriso no rosto.
– Senhora! – corrige a garota. – Já passou dos 60, plástica faz milagres!
– Jocasta... Eu ainda nem cheguei aos 40.
– De qualquer forma, senhora... – o diretor atrapalhado logo se dá conta de seu erro ao perceber o olhar de reprovação de Eva. – Digo senhorita! Aqui sim sua filha querida vai permanecer, porque aqui nós formamos a elite.
– Será? – indaga Eva com preocupação. – Minha filha é uma boa menina, mesmo que bem lá no fundo, mas... Ela tem um gênio difícil senhor diretor!
– Tranquilize-se senhorita Eva Hernandes, eu me comprometo a colocar esta garotinha fofa nos eixos! – diz o diretor bajulando-a.
– Senhor diretor, poderia me arrumar um pedaço de papel por gentileza? – pede Jocasta com cara de boa menina.
– Sim claro, mas por que você quer um pedaço de papel? – questiona o direto entregando uma folha a Jocasta que se levanta e pega-a das mãos de Heitor.
– É que eu ainda não enrolei uma ervinha hoje! – diz Jocasta enquanto retira um pequeno embrulho do bolso de sua calça. – Sabe como é né? Primeiro dia de aula sem me sentir no além não é primeiro dia de aula.
– Jocasta? –indaga Eva espantada. – Você não é disso...
– Sua filha se droga? – questiona o diretor tão espantado quanto à mãe. – Sinto muito Eva, mas... Nesse caso não podemos aceita-la no colégio.
– Okey, vamos Eva! – diz Jocasta largando o papel na mesa e pegando o braço da mãe.
– Só um momento. – diz Eva alterada ao pegar o embrulho das mãos da filha. – Isso daqui é erva mate! – afirma a modelo entregando o embrulho ao diretor.
– Sua filha fuma erva mate? – questiona o diretor ainda confuso.
– Não mesmo senhor diretor. Acontece que esse foi um dos truquesinhos da minha filhota para não estudar aqui...
– De qualquer forma eu já estou expulsa mesmo, vamos Eva... – insiste Jocasta puxando a mãe pelo braço.
– Uma rebelde no mosteiro, será um desafio entanto, mas... Não Jocasta você não está expulsa! – afirma o diretor com ironia surpreendendo a garota. – Eu disse para sua mãe que me comprometo com você, é o que farei!
– Obrigada senhor Heitor! – agradece Eva com um sorriso largo enquanto que Jocasta apenas os encara com raiva. – Por favor, não caia mais nos truques da minha filha, ela tem um talento nato para problemas.
Após se despedir da filha Eva segue rumo a seus compromissos de trabalha, agora certa de que sua pequena não seria mais tão problemática, na verdade não 100% certa disso. Nos corredores Jocasta reencontra Edy.
– Você tá por aqui desde o primeiro ano? – questiona Jocasta.
– Hoje é meu primeiro dia... – responde Edy ainda tímido.
– Então seremos dois a lutar pela sobrevivência de nossos neurônios nesse antro de filhinhos de papai. – afirma Jocasta dando tapinhas nas costas de Edy.
– Eu não queria estudar aqui, mas meu pai me obrigou. – desabafou ele com um ar triste.
– Eu também não... Mas eu ainda saio daqui e se você quiser pode fazer o mesmo!
– Não posso meu pai nunca me perdoaria. – afirma Edy de cabeça baixa.
– Nossa... Mas quem é seu pai afinal? O Hitler?
Antes que Edy diga alguma coisa mais o sinal toca pelos corredores e os alunos começam a sair de suas salas. Jocasta dá um passo para trás sem perceber que vinha outro alguém por trás, o impacto é inevitável e ambos param no chão.
– Não olha por onde anda... Seu idiota? – questiona ela denunciando seu péssimo humor.
– Prazer. Me chamo Fernando! – diz ele estendendo a mão para ajuda-la a se levantar.
– Eu sei fazer isso sozinho. – diz ela recusando a ajuda. – Aliás, quem aqui perguntou o seu nome?
Diretoria do colégio SecondaRio.
– Então diretor... Eu só queria saber se o desfile de hoje à noite ainda tá de pé? – questiona Nicole com um sorriso travesso em sua face angelical.
– Claro que sim Nicole, seus desfiles todos os anos são um verdadeiro sucesso entre os alunos do SecondaRio! – afirma o diretor com simpatia. – Será um ótimo evento, eu tenho certeza disso!
– Óbvio que será perfeito, eu jamais faria algo de mau gosto, eu sou o estilo em pessoa! – afirma Nicole sem o menor senso de humildade. – Basta eu vestir uma blusinha diferente que todas as garotas do colégio compram uma igual!
Refeitório.
– Lili... Lili... – grita Pablo ao ver a garota passar chorando. – O que você tem?
– Nada, tá tudo bem! – Lili seca as lágrimas com as mangas da blusa azul clara que veste.
– Se estivesse tudo bem você não estaria chorando desse jeito!
– Tá tudo bem... Sério... – diz ela se afastando.
– Nicole... Aposto que tem dedo seu nisso, vou te ensinar a não manipular aos outros, sua garotinha mimada e fútil!
CONTINUA...
Bom gente, no terceiro capítulo as coisas começam a acontecer. Parece que já tá rolando uma antipatia entre alguns de nossos alunos... Relaxem, teremos casais gays e héteros, assim como um casal lésbico mais a frente. Esse é só o começo de um clichê gostoso para você ler com amigos e até a família, nada de vulgaridade. Quando rolar sexo aqui será de uma forma leve, mas nem por isso menos picante!
Agradecimentos para: Evaristo N - nah_16 - Niick Spears *--* - luquinhas321321321 - Dhcs - alexian - Binho Subtil - ¤«Trick»¤ - Victor *) e a todos que mesmo sem comentarem e/ou votarem estiveram presentes na estreia, muito obrigado turma! Continuem comentando, amo saber o que vocês estão achando. Ainda hoje teremos o terceiro capítulo.. Beijos & amaços selvagens!