Outro Clichê Teen - Capítulo 04
Parte da série Outro Clichê Teen
– Tudo bem, eu não vou me intrometer se não quer falar... De boa! – Afirma Jocasta dando um abraço no novo amigo. – Só saiba que se precisar, pode contar comigo cara, eu não deixo os meus nunca!
– Jocasta eu... – Edy se cala repentinamente.
– Você precisa ser forte, seja pelo que for Edy. – diz Jocasta em um tom mais compreensivo.
Edy desvia o olhar com uma expressão triste, deixando à amiga ainda mais curiosa. Jocasta não era do tipo de garota que fugia dos problemas, desde pequena ela sempre entrou os obstáculos com atitude e cabeça erguida. “Eu ainda vou saber o que se passa contigo” pensa ela.
Corredores do SecondaRio.
– Pablo... Eu não me sinto bem no momento para esse tipo de coisa! – afirma Lili se afastando do rapaz.
– Eu gosto de você Lili! – Pablo segura nas mãos dela. – Quero ser bem mais que um amigo para você!
– Você é um cara legal e eu sou uma garota muito boba para você.
– Nunca mais diz isso. – Pablo beija sua mão. – Você é a garota que eu quero ao meu lado!
– Você parece um sonho! – afirma Lili abrindo um sorriso meigo e doce.
Salão principal.
Várias garotas e alguns garotos trabalham na organização final do desfile quando Nicole e suas seguidoras fieis chegam, ainda abalada a garota tenta se demonstrar forte. Sua vingança será em grande estilo.
– Fer... O que você tem? – questiona Nicole ao se deparar com o amigo largado em canto quieto.
– Acho que esse está sendo o pior dia da minha vida. – afirma ele cabisbaixo.
– Eu também tô tendo um dia ruim. – diz ela. – Mas a gente precisa mudar isso, esses alunos novos são um desastre. Ajuda-me a coloca-los em seus devidos lugares?
– Tudo bem! – concorda o rapaz se levantando. – Você tem um plano?
– Apesar de linda, eu também sou inteligente! – afirma Nicole em tom de brincadeira. – Essa noite os dois selvagens novatos vão aprender a se comportarem como gente!
– Eu não simpatizo muito com esses lances de vingança.
– Acontece que eu não sou uma garota boba como umas e outras!
Classe do segundo ano B.
De um lado da classe Fernando, Nicole e suas seguidoras, do outro Pablo e Lili. O silêncio logo se quebra quando a porta se abre.
– Tem certeza que essa é a classe certa? – questiona Jocasta.
– Aqui é o segundo ano B, nossa turma. – afirma Edy.
– Que seja, vamos nessa! – diz Jocasta entrando.
Parado na porta Edy observa a forma diferente com a qual a amiga se impõe. Todos a olham como se ele fosse um et. Algo que não a constrange em nada, ela só não gostaria de estar por ali, longe de sua casa, amigos e de sua única família que era sua mãe.
– Com licença! – diz um rapaz atrás de Edy.
– Desculpe-me. – Edy entra na sala e se senta ao lado de Jocasta.
– Olá classe! – diz o rapaz ao entrar logo após Edy. – Meu nome é Marcelo e eu sou o novo professor de música de vocês!
Marcelo é alto, magro, cabelos compridos e castanhos, olhos cinzas e uma aparência bem jovem para um professor.
– Música? Desde quando o SecondaRio tem aulas de música? – questiona um dos alunos no fundo da classe.
– Calma relaxem, a aula é opcional. Não será uma disciplina obrigatória para vocês! – afirma o professor sentando-se em sua mesa. – Mas quem quiser...
– Vamos aprender música clássica aposto! – descontraí Nicole.
– Cabeça de vento... – provoca Jocasta.
– Na verdade nós vamos aprender música fazendo música! Então... Quem tá dentro? – questiona o professor com entusiasmo.
Após as apresentações e introdução a nova disciplina extracurricular do colégio, o professor parecia já ter ganhado a admiração dos alunos, um deles em particular parecia solver palavra por palavra do mestre. Edy o olhava com um brilho diferente nos olhos, quase como um sonho, aquele homem parecia tocar sua alma falando de música, de ritmo, de amor!
Mais uma vez o sinal toca e antes que Marcelo saia da classe da frente com o rígido e série diretor Heitor.
– Olá alunos! – cumprimenta o diretor.
– Olá chefe! – responde Jocasta arrancando risadas de seus colegas.
– Bom... Alunos como vocês já puderam perceber este ano haverão mudanças no SecondaRio e uma delas é a inserção de algumas disciplinas extracurriculares como música. – diz o diretor sem graça. – Como só aos finais de semanas vocês passarão com suas famílias, seria importante que tivessem mais atividades após as disciplinas formais!
– Isso é perfeito! – diz Nicole bajulando o diretor.
– Mas eu vim apenas lembra-los que esta noite se iniciará mais um ano letivo a partir de dois importantes eventos. O primeiro será o baile de início de ano organizado por nosso corpo docente e o segundo e não menos importante será um desfile de moda organizado por Nicole e alguns outros alunos!
– Que ridículo! – afirma Jocasta com uma expressão de tédio.
– Esse ano o desfile será insuperável! – afirma Nicole olhando seriamente para Jocasta. – Talvez algumas pessoas descubram o bom gosto a partir de hoje...
– Talvez algumas pessoas usem roxo a partir de hoje... – rebate Jocasta em tom de ameaça.
– Meninas menos, por favor... Espero que se divirtam essa noite porque a partir de amanhã começaremos nossas atividades acadêmicas! – avisa o diretor. – Hoje o uso do uniforme por tanto, não é preciso, mas amanhã todos vocês deverão estar devidamente uniformizados. Os quartos de vocês já foram definidos e mais tarde minha secretaria deverá entregar a cada um de vocês uma ficha constando o número de seus quartos, suas combinações de armário e horários de suas disciplinas! – conclui o diretor se retirando da classe.
Ala das meninas, quarto 35 (duas horas depois).
– Então essa que é cela? – questiona Jocasta abrindo a porta.
– Jeito engraçado o seu, gostei do cabelo! – diz a garota ao seu lado.
– Você já tá aqui a muito tempo? – questiona Jocasta.
– Na verdade é meu primeiro ano nesse colégio grã-fino! – responde a garota jogando sua bolsa sobre uma das três camas.
– Isso tudo é saco. – afirma Jocasta se jogando na cama. – Mas eu não vou ficar aqui por muito tempo, não depois dessa noite!
– E o que pretende... Sua briga mais cedo não adiantou em nada! – afirma a garota. – Se precisar de ajuda pode contar comigo, me chamo Bianca!
– Okey... Bia, meu nome é Jocasta e não seja fresca comigo se não...
– Ih... Fresca eu? Nem morta!
– Quem será que vai ficar no quarto com a gente? – indaga Jocasta olhando para a cama ainda vazia.
– Que diferença faz já que você vai sair mesmo? – questiona Bia.
– Nenhuma! – afirma Jocasta.
– Isso não pode ser... – grita Nicole da porta. – Como é que eu posso ter vindo parar justamente nesse quarto?
– Pensando bem Bia... Acho que faz toda a diferença! – diz a rebelde encarando a patricinha com um olhar de protesto. – Seguinte pati... Se quer que seu reinado de purpurina dure pelo menos até a metade desse semestre, é bom não se meter comigo!
– Olha aqui sua selvagem, eu não tenho medo de você! – afirma Nicole da porta.
– Tem certeza? – questiona Jocasta pulando da cama. – Eu sei fazer uma maquiagem gótica permanente! – diz Jocasta fechando os punhos.
– Quer saber de uma coisa? Não fico nesse quarto por nada mesmo! – afirma a patricinha dando meia volta e se retirando.
– Caramba... Você gosta de uma boa confusão Jocasta!
– Eu só não admito ser feita de palhaça por pessoas como essa patricinha ridícula. – afirma Jocasta fechando a porta. – Não levo desaforo pra casa, nunca.
Ala dos meninos, quarto 63.
– Poxa... Esse lugar parece meio medieval demais para ser um dos melhores colégios do país. – afirma Pablo guardando suas coisas no armário.
– Isso é o que podemos chamar de arte civil! – diz Fernando retirando a camisa. – Eu adoro esse lugar!
– Você pretende fazer engenharia? – questiona Pablo.
– Não, eu prefiro fazer teatro! – responde ele com um sorriso largo. – E você?
– Odontologia! – afirma Pablo. – E você ai no canto?
– Ah... Eu? Vou fazer ciências da computação. – responde Edy com timidez.
– Como você se chama? – pergunta Fernando para o garoto tímido.
– Edy...
– Eu me chamo Fernando!
– Eu sou Pablo, mas... O professor já havia perguntado nossos nomes na classe!
– Eu não prestei atenção, aquela garota doida dos cabelos com mechas azuis... – diz Fernando se dando conta de que Edy estava com ela no momento da confusão. – Ei... Você poderia me explicar o porque dela ter agido daquele jeito comigo?
– A Jocasta não gosta do colégio. – diz Edy. – Ela pensou que se arrumasse encrenca poderia ser expulsa, mas o diretor nem mencionou nada sobre isso.
– Então ela me usou para conseguir o que queria? – questiona Fernando com raiva. – Essa garota pode ser louca de pedra, mas eu vou mostrar pra ela que ninguém me usa! – afirma ele saindo do quarto furioso.
– Droga... Eu não devia ter dito nada. – se queixa Edy. – Você me ajuda a impedir que os dois se encontrem?
– Relaxa Edy, esses dois também não vão se pegar. – afirma Pablo.
– Pelo pouco tempo que eu passei com a Jocasta eu sei que ela não iria deixar barato.
– Tá bom... – diz Pablo largando suas coisas pelo chão. – Vamos nessa!
Ala das meninas, quarto 35.
Bianca havia saído para conhecer melhor o colégio enquanto Jocasta guardava suas roupas em maioria pretas no guarda-roupa próximo a sua cama. Com o fone de ouvido ligado no máximo ela nem percebe quando a porta se abre. De repente só sente o impacto contra a parede e olha assustada para o rosto daquele garoto.
– Fernandinho! – zomba ela. – Você vai ser minha nova colega de quarto?
– Cala a boca. – diz ele em um tom alterado enquanto segura com força os braços dela.
– Me solta! – exige Jocasta.
– Eu só havia esbarrado em você, sem querer e você me usou para ser expulsa! – diz Fernando indignado com a atitude da garota. – Eu odeio que me usem!
– Não foi pessoal cara... Para de ser dramático.
– Pensa que só porque é filha de uma modelo superfamosa, que por isso está acima de todos?
– Não fala da minha mãe... – grita a rebelde. – Se não quiser me soltar por bem, vou fazê-lo me soltar por mal mesmo!
– Você seria capaz, já que me usou experimente um pouco de seu próprio veneno! – diz Fernando antes de aproximar seu rosto do rosto de Jocasta.
Jocasta tenta resistir, mas Fernando está decidido demais para se intimidar, seus lábios tocam os lábios de Jocasta que mesmo contrariada acaba cedendo e ambos se beijam como se punissem um ao outro por seus erros.
– Que falta de vergonha é essa? – questiona o diretor ao entrar no quarto com Nicole sorrindo triunfante ao seu lado.
– Diretor... – Fernando se surpreende e solta Jocasta no mesmo momento.
– Amorzinho... Parou na melhor parte! – provoca a rebelde o puxando para junto de si. – Agora se nos dão licença eu quero aproveitar meu gatinho!
CONTINUA...
Jocasta sempre que encontra uma oportunidade que possa lhe tirar do SecondaRio, não pensa duas vezes. No próximo capítulo veremos como o Fernando poderá se safar dessa e se nossa rebelde predileta consegue o que tanto quer. O que você acha, a Jocasta deve ou não sair do colégio?
Demorei pra postar porque estava no médico, minha saúde tá ótima, mas tive que tomar uma injeção para gripe (odeio injeções). Beijos & amaços beijokeros!