Nada a Perder 01
Parte da série Nada A Perder
Primeiro deixa eu me apresentar. Meu nome é Alisson, mas meus amigos me chamam de Sonny. Tenho 19 anos, sou moreno, olhos e cabelos castanhos, 1.70 de altura, 70 kg. Freqüento academia, mas a pouco tempo, então ainda não tenho um corpo tão definido. Me considero um cara bonito, mas sem exageros.
Tudo começou no primeiro dia de faculdade. Bem, não era exatamente meu primeiro dia de faculdade. Eu estudava à noite e pedi transferência para o turno da manhã. Acordei cedo, tomei banho, arrumei todas as coisas necessárias e fui.
Chegando lá encontro com minha melhor amiga. Ariana.
Ari (é assim que eu a chamo), é uma garota linda. 1.60 de altura, 50kg, branca, olhos verdes, cabelos loiros com umas mechas rosa. Ela é a única, além da minha mãe, que sabe que sou gay. Ela foi de grande importância na minha decisão de mudar de turno, pois como tínhamos aula em horários diferentes, nos distanciamos um pouco. Sou muito tímido, então não posso deixar os poucos amigos que tenho me abandonarem. O outro fator foi que a facul é distante da minha casa então é meio perigoso o caminho de volta.
Ari - Até que enfim você chegou.
Disse ela me abraçando.
Eu - Bom dia pra você também Ariana. E ainda faltam 15 minutos pra começar a aula.
Ari - Eu sei, seu chato, mas tava com saudades. Você nem pra ir na minha casa ou ligar.
Eu - Também tava com saudades, feia. Você fala de mim mas também não me ligou né?
Ela me dá língua e sai me arrastando pra cantina.
Ari - Vem, corre que quero te apresentar uma pessoa.
Eu - Sabia que com essa felicidade toda só podia ter homem envolvido no meio da história. Quem é o cara da vez?
Ari - Ai Sonny, esse é diferente dos outros. Acho que estou realmente apaixonada.
Disse ela suspirando.
Eu - Ownt... Love is in the air. Finalmente apareceu um cara que conseguiu derreter esse coração de gelo?
Digo sorrindo.
Ari - Para de palhaçada e vem logo.
Chegando lá na cantina tinha dois rapazes conversando numa mesa. Um deles acenou pra nós e fomos até eles.
Ari - Amor, esse aqui é o Sonny, aquele amigo de quem sempre te falo.
Ele se levantou e me abraçou.
Igor - Prazer, eu sou Igor. Sinto como se já te conhecesse de tanto que que a Ariana fala de você.
Igor é um rapaz bem charmoso. 1.80 de altura, 90kg, cabelos pretos, olhos castanhos, corpo definido. Faz um belo par com Ariana.
Eu - O prazer é meu Igor, de conhecer o cara que conquistou o fera aí.
Falei apontando pra Ari que fez uma careta.
Nessa hora eu, Igor e o outro garoto rimos. Olhei o outro cara rindo e nesse momento que eu reparei que estava na frente do homem mais perfeito que já vi na vida.
Continuo conversando com Ariana e Igor por algum tempo até que o garoto levanta e fala:
Garoto - Já que ninguém vai me apresentar, eu mesmo faço isso. Oi me chamo Bernardo.
Disse me estendendo a mão e com o sorriso mais lindo do mundo no rosto. Ele tem um aperto de mão firme, que passa confiança.
Bernardo é a perfeição em pessoa, 1.85 de altura, 90kg, loiro, olhos azuis, corpo todo definido e o que me chamou mais atenção: Um sorriso de parar o trânsito.
Eu - Oi Bernardo, é um prazer conhece-lo.
Bernardo - O prazer é meu. Galera o papo tá ótimo, mas a aula já vai começar e a gente tem que ir.
Igor - Isso mesmo. Tchau Sonny. Tchau minha vida
Ele disse deu um beijo em Ariana.
Ari - Tchau meninos.
Bernardo – Tchau Ari, Sonny. Nós nos vemos depois?
Disse me encarando com aqueles olhos lindos.
Eu – Claro que sim, com certeza, eu mal posso esperar.
Digo nervoso.
Ele me deu mais um daqueles sorrisos perfeitos e eles foram pra sala deles.
Nós fazemos cursos diferentes. Bernardo e Igor fazem medicina e Ari e eu fazemos direito.
Ari – “Claro que sim, com certeza, eu mal posso esperar”.
Ela disse me imitando e depois morrendo de rir.
Eu – HÁ HÁ HÁ, muito engraçado, palhaça.
Ari – Parece que eu não sou a única apaixonada.
Eu – Pode ir parando com a brincadeira logo, meu coração está fechado pra balanço.
Digo tentando disfarçar meu interesse em Bernardo.
Ari – Sei, me engana que eu gosto. Além do mais você não pode ficar sofrendo por causa o Gustavo pra sempre.
Gustavo é meu ex namorado.
Eu – Chega né? Vamos para de falar de quem não vale a pena e vamos pra sala.
Ari – Ok! Não está mais aqui quem falou. Mas me diz o que você achou do meu "mô"?
Eu - Seu “Mô” é um cara bacana, gostei bastante dele. Vocês fazem um belo casal.
Ari – Eu sei
Disse sorridente.
Eu – Convencida.
As aulas passaram depressa e logo fomos embora. Mas eu não consegui tirar o Bernardo da cabeça. Sempre lembrando daquele sorriso divino.
Chagando em casa, estou sozinho pois minha mãe, que é psicóloga, passa mais tempo no trabalho que em casa e meu pai morreu em um acidente de carro quando eu tinha 10 anos.
Então vou dá uma olhada no meu Facebook e vejo que tem duas novas solicitações de amizades. Eram de Igor e Bernardo. Aceitei, mas nenhum dos dois estavam online então sai do Face e fui tomar banho e almoçar.
A tarde resolvi ir à academia, que antes eu freqüentava pela manhã. Quando estou fazendo meus exercícios vejo aquele deus grego malhando. Ele logo nota minha presença e vem ao meu encontro.
Bernardo – E aí Sonny, tudo bem?
Eu – Tudo, e com você?
Bernardo – Tudo de boa. Eu te adicionei no Face. A propósito, descobrir que seu nome não é Sonny!
Eu – Não, meu nome é Alisson. É que meus pais me chamavam de Sonny quando eu era Bebê e acabou que o apelido ficou.
Bernardo – Tô sabendo. Digitei Sonny lá no face e não achei você, daí fui olhar no face da Ariana e vi sua foto.
Eu – Eu já te aceitei.
Bernardo - Então quer dizer que somos oficialmente amigos pessoalmente e virtualmente.
Disse ele acompanhado daquele sorriso que me arranca suspiros.
Eu – Acho que sim.
Disse envergonhado.
Bernardo – Não sabia que você malhava aqui.
Eu – É que eu malhava em outro horário.
Bernardo – Entendi... Você se importa de revezar os aparelhos comigo?
Eu – Não, claro que não.
Acabou que ficamos a tarde toda fazendo os exercícios e conversando. E estranho que perto dele a minha timidez, que sempre um dos meus maiores defeitos, desaparecia. Descobrir que temos várias coisas em comum. Gosto musical parecido... E o mais importante, descobrir que ele é solteiro.
Quando acabamos os exercícios e fomos pra saída da academia.
Bernardo – Adorei passar a tarde com você, bem que poderíamos marcar de malhar sempre no mesmo horário né?
Eu – Claro. Então amanhã no mesmo horário de hoje?
Bernardo – Tá marcado! Você vai pra casa como?
Eu – Andando mesmo. Moro só há alguns quarteirões daqui.
Bernardo – Negativo! Eu tô de carro e faço questão de te levar.
Eu – Não precisa Bê.
Bernardo – Bê?
Eu - Desculpa. Eu não...
Bernardo – Não precisa se desculpar, eu gostei. E eu já disse que faço questão. Não vai fazer uma desfeita dessas com seu Bê, vai?
Fico envergonhado quando ele fala "meu Bê".
Eu – Tudo bem, vamos.
Chegando em minha casa e parou o carro e ficou me encarando por uns segundos até que seu celular toca. Ele olha quem é, mas não atende. Achei aquilo estranho.
Eu – Pode atender se quiser, eu não me importo.
Bernardo – Não era nada de importante, tenho certeza.
Eu – Você adivinha também?
Digo dando soco de leve no seu braço.
Bernardo – É um dos meus muitos talentos.
Disse sorrindo.
Eu - É, e quais são seus outros talentos?
Bernardo – Isso meu querido, você só vai descobrir com o tempo.
E voltou a me encarar.
Nesse hora fico morrendo de vontade de agarra-lo ali mesmo, mas me seguro.
Eu – Bem, você não quer entrar um pouco?
Bernardo – Fica pra próxima, agora tenho que encontrar com a galera da faculdade pra terminar um trabalho. Você vai ficar chateado?
Eu – Que isso cara, vou ficar de boa. Muito obrigado pela carona. Já vou indo então.
Digo já saindo do carro, mas ele me puxa pra um abraço. Poderia ficar uma eternidade abraçado com ele. Sentindo aquele cheiro de homem que tanto me excita. Eu realmente estava me apaixonando por aquele garoto.
Bernardo – Agora sim você pode ir.
Saio do carro com um sorriso bobo no rosto. Ele espera até eu entrar em casa pra dar partida no carro.
Passaram-se semanas e a amizade -paixão da minha parte- que havia entre Bê e eu aumentou cada dia mais. Sempre saiamos em grupo. Ari, Igor -que também se tornou um grande amigo-, Bê e eu. Íamos pra balada, praias, cinema...
Como a Ari costuma dizer: Somos o quarteto fantástico.
Durante esse período, eu falei pro Bernardo e pro Igor que eu sou gay e eles levaram numa boa.
Lembro exatamente das palavras deles.
"Igor – Sonny, a sua opção sexual não vai afetar em nada nossa amizade."
"Bernardo – Pelo contrário, só vai deixar ela mais forte. Fico muito feliz de saber que você confia em nós o bastante pra nos contar sobre isso."
Hoje Bê me chamou pra no ir cinema, Ari e Igor não vão porque tem outros planos.
Ariana deve ter inventado esses planos. Ela está sempre querendo nos deixar sozinhos pra ver se rola algo.
Quando chegamos, Bernardo me disse pra ir pra fila da pipoca enquanto ele iria comprar os ingressos.
Lá na fila sinto alguém cutucando meu ombro. Viro e olho pra saber quem é. Era o Caio.
Caio é garoto que conheci em uma calourada na facul. Ele faz agronomia, é bissexual, é bem atraente. Branco, cabelos castanhos, olhos verdes, 1,85 de altura, 90kg, tem um corpo bacana, não tão definido quando o Bernardo ou Igor, mas é realmente lindo. Acima de tudo muito simpático. E sempre que me via ficava dando em cima de mim. O que admito que gostava, faz bem pro meu ego. Mas nunca rolou nada entre a gente, porque eu gosto do Bê e mesmo ele não demostrando que sente nada por mim além de amizade, sempre tive uma pontinha de esperança que um dia fosse acontecer algo.
Caio – E aí gatinho, tá sozinho?
Eu – Ahh... é você Caio. Tudo bem?
Caio – Tudo ótimo, mas você não respondeu minha pergunta.
Eu – Não, eu vim com o Bernardo.
Caio – Aff... esse babaca não desgruda nunca de você?
Caio e Bernardo não se suportam.
Eu – Bão fala assim dele.
Caio – Vocês estão tipo...
Eu – NÃO! Ele é só um amigo.
Caio – Já que ele é só amigo. Deixa essa babac..., quer dizer, deixa o Bernardo aí e vem dá uma volta comigo.
Disse ele com um sorriso safado.
Eu – Como assim?
Disse me fazendo de desentendido.
Caio – Você sabe que eu tô afim de ti. Que tal irmos pra um lugar mais reservado, pra nos conhecermos melhor.
Falou acariciando meu rosto.
Nessa hora Bernardo aparece atrás de Caio parecendo bastante irritado.
Bernardo – Atrapalho?
Caio – Sempre.
Bernardo – Não estou falando com você idiota.
Antes do Caio falar alguma coisa eu falo.
Eu – Claro que não Bê. O Caio só veio me aqui cumprimentar.
Bernardo - Então tá né? Ele já falou agora vamos que o filme já vai começar.
Disse ele me puxando até a entrada da sala.
Eu – Calma Bê! Tchau Caio, a gente se ver depois.
Caio – Tá certo. Mas minha proposta ainda tá de pé. Quando mudar de ideia é só me procurar.
Na entrada da sala Bernardo segura meu braço com força e fala.
Bernardo - Que porra era aquela que estava acontecendo lá fora?
Eu - A gente só estava conversando, porque? O que você acha que estava acontecendo?
Bernardo – Não sei, me responde você... Você sabe que ele só quer te comer né? Mas pelo que parece você tá doidinho pra que isso aconteça né? Você é só mais um viado de merda! (
Ele diz furioso.
Não acreditei que ele tinha dito aquilo. Ele sempre foi tão carinhoso. Nunca tinha me tratado daquele jeito. Me soltei do braço dele e sai correndo em direção ao banheiro. Ele ficou lá me chamando.
Bernardo – Sonny, volta aqui... espera, eu não quis...
Continuei correndo deixando ele pra trás. Chego no banheiro, entro no box e começo a chorar.
Pode ser que alguns achem que não foi grande coisa, mas ouvir aquilo do cara que eu gosto me deixou muito mal.
Eu – Como ele pode me dizer uma coisa daquelas? E eu que pensei que nos fossemos amigos.
Digo entre as lágrimas que não paravam de cair.
Escuto a porta do banheiro sendo trancada.
Bernardo – Sai daí, a gente precisa conversar!
Eu – O que você, O senhor popular, tem pra falar com um viado de merda? (Digo ainda chorando)
Bernardo – Abre essa porta agora ou vou derrubar ela.
Eu – Me deixa em paz!
Digo gritando.
Bernardo – Bem, eu avisei...
Ele disse dando um chute na porta.
Eu – Espera! Eu saio.
Enxugo minhas lagrimas e abro a porta devagar.
Quando saio ele me abraça muito forte como se esperasse que eu fosse fugir.
Bernardo – Me perdoa, me perdoa por favor. Eu não queria dizer aquilo. Quando vi aquele idiota dando em cima de você na minha frente, eu perdi a cabeça. Me Desculpa. Eu não queria te magoar.
Disse parecendo realmente arrependido.
Eu – Mas magoou Bernardo. Agora me solta, eu vou pra casa. Não tem mais clima pra filme nenhum.
Bernardo – Você me desculpa?
Disse ele bastante triste.
Eu – Tudo bem. Gosto muito de você. Não quero perder nossa amizade por causa disso.
Bernardo – Eu sou um idiota mesmo. Só de pensar em perder você eu... Melhor nem pensar nisso.
Eu – Você nunca vai me perder.
Ele sorriu e me abraçou de novo.
Eu – Você pode me levar pra casa agora?
Bernardo – Melhor, eu vou ter levar pra minha casa.
Eu – Negativo.
Não queria ficar sozinho com ele.
Bernardo – Ahh, só vou acreditar que você realmente me perdoou se você for comigo.
Eu – Tudo bem, seu chato, vamos.
Bernardo – Aeeeeê.
Bernardo mora sozinho. Seus pais moram em outra cidade. Quando ele passou no vestibular, foi morar sozinho.
Eu já frequentava a casa de Bernardo, mas nunca sozinho. Sempre que ia lá, Ariana e Igor estavam juntos.
Bernardo – Chegamos, vou pedir uma pizza enquanto você escolhe um filme pra nos assistimos.
Eu – Bê, já é tarde. Não vai dar pra ver o filme completo.
Bernardo – Já sei... Liga pra sua mãe e avisa que vai dormi aqui.
Eu – Não sei se é uma boa... Amanhã cedo a gente tem aula.
Isso aconteceu em um Domingo.
Bernardo – Ahhh... Por favor fica aqui comigo. Amanhã cedo eu te levo em casa pra você pegar suas coisas.
Disse ele fazendo cara de cachorro pidão.
Eu sorrio vendo aquele homem perfeito me pedindo pra passar a noite com ele. Ligo pra minha mãe e ela diz que tudo bem.
Eu – Ela deixou.
Ele veio correndo e me abraçou.
Bernardo – Ainda bem, porque se não, eu não ía deixar você ir mesmo.
Eu – Besta. Vai pedir a pizza logo.
Digo sorrindo.
O celular dele toca e novamente ele olha quem é e desliga.
Eu – Você pode atender. Eu não me importo.
Bernardo – Mas eu me importo. Minha atenção hoje é toda sua.
Eu - Eu posso saber quem era?
Bernardo – Não era ninguém importante. Não cisma com isso. E vai logo escolher um filme!
Não era a primeira vez que isso acontecia. Aquilo me deixou desconfiado, mas não dei tanta importância, já que ele disse que não era nada.
Quando a pizza chegou fomos assistir no seu quarto. Tinha escolhido um filme de terror. Eu determinada parte do filme levo um susto e agarro a mão dele...
Eu – Desculpa, eu me assustei.
... E soltei a mão dele.
Bernardo – Sem problemas. Eu protejo você.
Ele segura minha mão novamente e entrelaçando nossos dedos.
Não estranhei a atitude dele, porque ele sempre foi muito carinhoso.
Continuamos a ver o filme deitados na cama. Eu acabo dormindo. Acordo de madrugada com ele dormindo de conchinha comigo. Ele estava só de cueca. Até consegui sentir seu membro meio bambo roçando na minha bunda. Claro que eu continuei alí aproveitando o calor do seu abraço. Acabo pegando no sono de novo.
Acordo 6:00hs e ele entra no quarto já arrumado.
Eu – Já de pé?
Bernardo – Sim! Esqueceu que ainda temos que passar na sua casa pra pegar seus materiais?
Eu – Esqueci não. Posso tomar banho antes?
Bernardo – Claro. Tem uma toalha limpa e escova de dentes nova pra você lá no banheiro.
Eu – Ok! Vou ser rápido.
Depois que acabei de tomar banho e escovar os dentes, fomos direto até minha casa pegar minhas coisas e eu fui trocar de roupa.
Quando chegamos no estacionamento da faculdade ele diz:
Bernardo – Adorei que você passou a noite lá em casa e desculpa mais uma vez ter te dito aquilo lá no cinema.
Eu – Esquece isso Bê. Amigos também brigam as vezes.
Digo sorrindo.
Por algum motivo ele ficou triste depois que acabei de falar.
Eu – Olha! A Ari e o Igor já chegaram.
Fomos até eles, mas o Bê permanecia calado.
Eu – Bom dia.
– Bom dia – Eles responderam juntos.
Nesse momento Caio estava passando e falou olhando pra mim:
Caio – Bom dia gatinho.
Bernardo – O nome dele não é gatinho!
Ele disse bravo, passando o braço em volta da minha cintura.
Caio – E eu não falei com você.
Eu - Gente! Sem brigas por favor.
Caio: Tudo bem. Por você.
E foi embora.
Igor: O que foi isso?
Bernardo – É esse galinha que fica direto rondando o Sonny.
Ari – E qual o problema? Já rolou alguma coisa entre vocês Sonny?
Eu – Óbvio que não. Você sabe que eu gosto do...
Bernardo – De quem? Do Caio? Você tá afim desse otário?
Perguntou ele visivelmente alterado.
Eu – De ninguém! Eu não tô afim de ninguém!
Igor – Você ia falar o nome de alguém e mudou de idéia.
Bernardo – Exatamente!
Ari – Amor, isso não é da nossa conta.
Falou e cutucou o Igor.
Eu - Ari vamos que já estamos atrasados.
Falei puxando ela.
Ari – Tchau Amor
Igor – Tchau vida.
Bernardo ficou em silêncio. Parecia triste por alguma razão.
Na sala fomos para nossos cantos e Ari e pergunta:
Ari – E aí como foi o cinema? Depois desse climão que rolou lá fora tá bem óbvio que você não se declarou né?
Eu – Nem me fale desse cinema.
Ari – Por que? o que aconteceu?
Eu – O Caio aconteceu. Ele apareceu por lá e ficou dando em cima de mim. O Bernardo viu e ficou louco de raiva. Me xingou, nós discutimos...
Ari – Iiii... isso tá me parecendo crise de ciúmes.
Eu - Claro que não. Ele só acha o Caio um galinha e não quer que eu me machuque.
Ari – Hum... sei -disse de forma irônica-, mas continua, como terminou essa história?
Eu - Depois ele me pediu desculpa, vi que ele estava realmente arrependido e o perdoei.
O professor entra na classe e manda todos irem para seus lugares. Passo a aula inteira lembrando da sensação de dormi agarradinho com o Bê.
Quando chego em casa vou almoçar. Logo depois, recebo uma ligação da Ariana.
Eu – Já com saudades? Olha que falo pro seu namorado hein...
Ari – Não bestão, só liguei pra te convidar pra uma social que eu e o Igor vamos dar hoje. Você vem né?
Eu – Aff Ariana, só você mesmo pra querer dá uma festa em plena segunda-feira.
Ari – Qual é Sonny? Não é uma festa, é uma só uma reuniãozinha. Alguns amigos juntos, jogando conversa fora, curtindo. Vai ser legal, você não pode faltar. Sem falar que o Bernardo também vem.
Eu – Tá bom eu vou...
Ari – Sabia que era só falar o nome dele que você iria aceitar vim.
Eu – Não tem nada a ver com ele!
Ari – Quando é que você vai assumir esse sentimento que você tem por ele?
Eu – É complicado. Eu sou super apaixonado por ele, mas nem sei se ele é gay. E se ele não for? E quando eu disser que gosto dele, ele se afastar de mim? Ele é um amigo incrível, não quero estragar nossa amizade. Ele perfeito demais pra mim. Com certeza ele deve ser hétero. Eu noto como as garotas olham pra ele quando ele passa.
Ari – Mas quando nós saímos juntos pra balada ele nunca fica com ninguém. Sempre fica perto de você, isso deve significar alguma coisa não acha? E a cena de ciúmes no cinema?
Eu - Você tá viajando, ele só não pega ninguém pra não me deixar sozinho enquanto você e o Igor estão se engolindo.
Ari – Acho que você que está enganado, mas enfim, te vejo a noite. Beijo.
Eu – Tá. Até a noite. Beijo.
Depois de falar com Ariana ligo pro Bê. Quero saber porque ele estava triste, mas ele não atendeu. Tentei outras vezes, mas só dava na caixa postal.
De tarde fui pra academia. Bernardo ainda não tinha chegado, então comecei a fazer meus exercícios sozinho. Pouco tempo depois ele chega e passa por mim sem falar nada.
Eu – Bê aconteceu alguma coisa? Você tá parecendo triste.
Bernardo – Não aconteceu nada.
Disse ele friamente.
Eu – Claro que aconteceu! Você não é assim. Não importa o que esteja, acontecendo você pode confiar em mim.
Bernardo – Posso mesmo? E você confia em mim?
Perguntou bravo.
Eu – Claro que confio.
Bernardo – Então me diz quem é esse cara que você tá gostando!
E agora o que eu faço? Falo que estou apaixonado por ele e corro o risco de perder nossa amizade ou desconverso e deixo ele pensar que eu não confio nele? É nesses momentos que eu gostaria que aparecesse um buraco no chão pra eu me enterrar.
Eu – Bernardo... é... eu...
Não sabia o que dizer.
Bernardo – Tá vendo! Você quer que eu confie em você, mas você não confia em mim.
Eu – Não Bê, não é isso... é que...
Bernardo – É o que? É do Caio né?
Falou com os olhos marejados.
Eu – Não! Não tem nada a ver com o Caio. Afinal porque você quer tanto saber de quem eu gosto?
Disse um pouco irritado.
Bernardo – Porque eu estou apaix... Quer saber esquece!
Falou e saiu correndo da academia.
Eu – Bê espera, volta aqui. Bernardo!
Ele continuou a correr sem olhar pra trás. Me deixando perdido em pensamentos. Perdi a vontade de malhar, então voltei pra casa. Mas aquela frase, ou melhor, aquela meia frase continuava a martelar meus pensamentos.
“Porque eu estou apaix...”.
Eu – Será que ele ia dizer que também é apaixonado por mim? Não, não, não, não pode ser.
Peguei meu celular e liguei pro Bê. Ele não atendeu.
Eu – Droga! Mas hoje na casa no Igor eu falo com ele.
Finalmente criei coragem pra me declarar e seja o que Deus quiser...
Continua.