Mais que uma lembrança [parte 27]

Conto de LipeWriter como (Seguir)

Parte da série Mais que uma lembrança

Bom, mais uma vez eu escrevi o capítulo inteiro pelo celular, então pode ser que tenha palavras duplicadas ou outros erros. Me desculpem por isso!

Vou tentar postar o próximo capítulo ainda nesse domingo!

Entrei na sala logo depois do Bruno. Olhei sorrindo pra Elisa, mas ela estava com os olhos lacrimejando. O Bruno percebeu mais rápido que eu.

Bruno: Que foi, mãe?

Jaqueline: Ela se emocionou um pouco Bruno...

Bruno: Com o que?

Jaqueline: Por ver como você está bem! E se recuperando rápido.

Ele não respondeu! Se sentou ao lado dela, que deu uns tapinhas no joelho dele e sorriu.

Elisa: Ficou surpreso, Lucas?

Lucas: Sim! Mas foi uma ideia perigosa me esperar no meu quarto...

Bruno: Por que?

Lucas: De vez em quando eu saio pelado do banho e só me visto no meu quarto.

Minha mãe e a Elisa riram, mas eu percebi que o Bruno ficou um pouco tímido. Eu ia acabar ficando louco com aquela situação.

Lucas: Brincadeira. - falei.

Elisa: Já fizemos a surpresa, então, vamos?

Lucas: Mas já?

Elisa: Ele ainda tem uma casa pra conhecer...

Lucas: É verdade...

Nós dois nos encaramos e vi ele sorrindo. Tive vontade de aperta-lo, rs. Um sentimento nostálgico tomou conta de mim.

Elisa: Então vamos... - ele disse se levantando.

Mas o Bruno enrolou pra se levantar, ele ficou me olhando, parecia nem ter ouvido o que a Elisa tinha dito. Ela olhou pra ele, e depois me olhou com um sorrisinho no rosto.

Elisa: Bruno?

Só então ele desviou o olhar pra ela.

Elisa: Vamos?

Bruno: Ah, vamos...

Ele se levantou, e minha mãe e eu acompanhamos os dois até o portão. E Elisa me deu um beijo no rosto de despedida e o Bruno só apertou minha mão. Fiquei ali olhando-os ir embora, e quando viraram a esquina com o carro, eu entrei. Estava feliz e triste ao mesmo tempo! Mais feliz que triste, pra ser sincero! Feliz porque o Bruno estava bem! E era meu amigo de novo! Triste porque ele não se lembrava de mim...

Naquele dia eu deitei nove e meia, fiquei ouvindo música um bom tempo. Devo ter dormido de verdade lá pelas dez e meia da noite. O tempo tinha esfriado tanto que eu dormi de meia, calça e camisa, além de dois cobertores. Não dormi muito bem, já que estava acostumado a dormir de cueca, mas deu pra descansar!

Não tenho ideia de que hora acordei no outro dia. Mas acordei com meu celular tocando! Não era só uma mensagem, era uma ligação do Davi. Atendi.

Lucas: Alõ...

Davi: Bom dia, Lucas!

Lucas: Bom dia...

Davi: Te acordei?

Lucas: Sinceramente?

Davi: Desculpa! - ele disse rindo.

Lucas: Tudo bem...

Davi: Tá frio né? Ainda nem saí da cama.

Lucas: Por que me ligou?

Davi: Pra ouvir sua voz...

Fiquei sem saber o que falar...

Davi: E o Bruno?

Eu não lembrava se já tinha contado pro Davi, mas já que ele queria ouvir minha voz, eu contei tudo, desde que ele tinha acordado até que ele não se lembrava de mim.

Davi: Poxa... Sinto muito. Deve ser difícil...

Lucas: Não é sua culpa!

Davi: Se quiser alguém pra conversar...

Lucas: Pode vir aqui em casa?

Davi: Posso! Que hora?

Lucas: Agora!

Davi: Sério?

Lucas: Sim...

Davi: Ok... Vou levantar e já vou.

Lucas: Até já...

Davi: Até...

Desliguei o celular, me levantei, coloquei uma blusa e fui ao banheiro. Lavar as mãos foi um sacrifício. Quando tirei meu copo de leite do microondas a campainha tocou. Sussurrei "caramba, nem tocou café pra vir aqui?". E fui abrir o portão. Era o Davi mesmo, estava com uma cara inchada de quem tinha dormido um dia inteiro.

Lucas: Você nem trocou de roupa?

Davi: Não... você pareceu ter pressa.

Dei risada.

Lucas: Entra.

Davi: Porque me pediu pra vir aqui? Não tava gostoso ficar falando comigo debaixo das cobertas? Ou só por telefone não foi o suficiente?

Olhei sério pra ele, que pediu desculpas pela brincadeira. Mas eu não tinha achado ruim da brincadeira. Eu só estava pensativo, acho que eu deveria ter explicado isso pra ele, mas não expliquei.

Lucas: O Bruno teve auta ontem, veio aqui em casa. Quando eu sai do banho e fui pro meu quarto, ele estava me esperando lá.

Davi: E rolou?

Lucas: Claro que não... Ele não se lembra de nada, lembra?

Davi: Verdade, viagei.

Lucas: Nós conversamos, até demos um abraço, mas ele parece estar perto e longe de mim ao mesmo tempo...

Davi: Como assim?

Lucas: Ele tá ali... Mas parece que falta alguma coisa...

Davi: A memória dele... O Afeto dele por você... Essas coisas, talvez?

Lucas: Acho que sim...

Davi: Espero que dê tudo certo...

Estávamos em pé, eu estava encostado na pia, e ele encostado na parede do outro lado. Não sei explicar bem o porquê, mas meus olhos lacrimejaram e falei com voz de choro.

Lucas: Por que você não fica feliz com isso?

Davi: Hã?

Lucas: Por que? As coisas não estão dando certo entre o Bruno e eu! Isso quer dizer que você tem mais chance. Mas ainda assim você parece chateado!!!

Ele sorriu...

Davi: Porque você não tá feliz... Eu quero ver você feliz! Prefiro você sorrindo com ele a chorando comigo.

Lucas: Você sempre foi perfeito assim?

Davi: Desde quando te conheci...

Dei um sorriso, ele se aproximou e eu deixei ele me abraçar. Na verdade, eu retribui o abraço.

Lucas: Não quero ficar sem ele, mas ao mesmo tempo não quero deixar você...

Ele me apertou mais no seu abraço.

Davi: Acho que nada do que eu disser vai ajudar. As coisas vão se encaixar com o tempo, Lucas...

Eu acomodei meu queixo no ombro dele. Seu perfume era delicioso e ele estava tão quente.

Davi: Eu sei que tá sendo difícil pra você! Mas to sempre aqui se você quiser.

E então a campainha tocou, o Davi me apertou e depois me acompanhou até o portão. Quando abri, vi que era o Bruno. Ele olhou com uma cara estranha o Davi.

Lucas: Oi Bruno! Tudo bem?

Bruno: Tudo, e com você?

Lucas: Tudo bem.

Deixei ele entrar, e depois de fechar o portão, eu me virei e fi as apresentações.

Lucas: Bruno, ele é o Davi. Um amigo.

Davi: Oi. - disse estendendo a mão.

Bruno: Oi! Eu te conhecia?

Davi: Sim.

Bruno: Ah, desculpa... É que eu...

Davi: Não se preocupa. - o Davi interrompeu.

Bruno: Atrapalhei alguma coisa?

Lucas: Não, acha... Atrapalhar o que?

Bruno: Não sei... Por isso a pergunta!

Lucas: Atrapalhou nada... A gente só tava conversando.

Bruno: Eu posso voltar outra hora...

Lucas: Bruno! Relaxa!

Bruno: Tá, desculpa...

Lucas: Veio fazer uma visita?

Bruno: É... Tava muito solitário na minha casa... E como eu só conhecia você, vim pra cá...

Me perguntei se ele teria ido a outro lugar se conhecesse outra pessoa.

Lucas: Hum... Entendi.

Davi: Por que não damos uma volta? Vai ser legal pro Bruno reconhecer a vizinhança!

Bruno: Eu topo.

Lucas: Mas tá tão frio.

O Davi me olhou, e eu senti como se pudesse ler seu pensamento.

Lucas: Mas vamos assim mesmo.

Nós demos algumas voltas pelos quarteirões conversando.

Bruno: Nós estudamos juntos? - ele perguntou ao Davi.

Davi: Bom... Não! Eu estava morando em outro estado desde o final do ano passado. Voltei só no fim de junho.

Bruno: Nos conhecemos por pouco tempo, então...

Davi: É...

Bruno: Você era amigo do Lucas antes de ir embora?

Ele demorou pra responder. Pareceu estar viajando.

Davi: Era sim. Estudava com ele também.

Bruno: Legal... Por que você se mudou?

O Davi contou uma longa história sobre o porquê dele ter se mudado e voltado recentemente. Mas não disse nada que eu ainda não tenha contado para vocês.

Bruno: Sinto muito pela sua vó.

Não ouvi o Davi responder porque fiquei distraído! Estávamos passando em frente ao prédio do Vinicius. Tive uma certa esperança de vê-lo e confirmar que estava tudo bem. Mas só vi o Afonso na portaria, só que eu estava do outro lado da rua, por isso ele não me viu.

Comecei a me sentir entediado. Mas já estávamos voltando.

Davi: Você não se lembra nem do acidente?

Bruno: Não. Mas se foi tão feio quanto disseram, eu prefiro não lembrar.

Davi: Tem razão...

Ficamos alguns segundos em silêncio.

Davi: Nós podíamos marcar de juntar toda a turma pra fazer alguma coisa.

Bruno: Legal! Assim eu também posso conhecer todo mundo de novo!

Davi: Amanhã é dia de rodízio na pizzaria! Que tal?

Bruno: Pra mim fechou!

Davi: Lucas?

Lucas: Por mim também.

Davi: Então beleza... Você me ajuda a chamar o povo, Lucas?

Fiz que sim com a cabeça. Por fim passamos em frente a casa do Davi. Ele disse que tinha que fazer algumas coisas, se despediu e entrou. Eu continuei andando com o Bruno.

Bruno: Você parece triste...

Lucas: To bem...

Bruno: Mesmo?

Fiz que sim com a cabeça.

Bruno: Tudo bem então...

Lucas: Como foi o primeiro dia?

Bruno: Bem... Eu não lembro nem da casa. Mas me adaptei bem! Muito melhor que o hospital.

Lucas: Imagino...

Bruno: Preciso comprar um celular... O meu já era.

Lucas: Vai viajar nos sms's.

Ele deu uma risadinha. Não consegui ver se ele estava com sua corrente por causa da blusa... Eu estava com a minha!

Bruno: Acho que eu vou pra minha casa!

Lucas: Tudo bem...

Bruno: Até depois, Lucas.

Lucas: Até!

Foi então que ele virou a esquina, e eu segui até minha casa.

Comentários

Há 2 comentários.

Por LipEmanuel em 2014-04-06 13:01:31
Único conto que me faz sentir um pouco de esperança :3
Por _hunter em 2014-04-06 09:40:43
:)