Mais que uma lembrança [parte 6]
Parte da série Mais que uma lembrança
Olá, pessoal! Hoje trago a sexta parte da história. Eu queria agradecer a quem me acompanha. Agora, senta que lá vem a história! (Desculpem, não resisti e soltei essa (pra quem não entendeu, é do programa Ra-Tim-Bum! Acredito que todo mundo pelo menos já ouviu falar, né? Eu assistia muito quando era criança)).
Bruno: Mesmo que o Gustavo não tivesse me falado sobre o Davi, a sua cara quando me via enrolado na toalha já teria te denunciado!
Lucas: Geralmente eu sou discreto, só que acho que dessa vez não consegui segurar.
Bruno: Você acha? - ele disse rindo.
Lucas: Não, tenho certeza. - falei olhando pro teto.
Ainda estávamos deitados, ele com a cabeça no meu ombro, sem roupas. E eu deitado de barriga pra cima, também sem roupa. Apesar de ter acabado de tomar banho, o cheiro do perfume do Bruno continuava forte, como se ele tivesse acabado de passa-lo. Só depois me dei conta de que, talvez, o travesseiro do Bruno (o mesmo que eu estava deitado naquele momento), estivesse impregnado com o perfume dele.
Bruno: Admito que eu não esperava que você fosse falar aquilo naquela hora.
Lucas: Eu não podia mais esperar por um momento perfeito.
Bruno: Mas acabou sendo um momento perfeito.
Lucas: Que coisa, acabei fazendo algo certo...
Bruno: Huh?
Lucas: É que a minha mãe sempre diz que eu não levo jeito com sentimentos e palavras...
Fiz uma pausa e continuei: Ela diz que me pareço com meu pai nisso.
Bruno: E isso é mau?
Lucas: Não...
Bruno: Você ficou triste de repente!
Lucas: Foi só por ter me lembrado do meu pai e da minha mãe juntos.
Bruno: Você sofreu muito com o divórcio?
Lucas: Um pouco, só que eu me sinto um pouco culpado, porque na época eu não parei pra pensar no quanto a minha própria mãe estava sofrendo. Eu sempre fugia daquele ambiente, ao invés de ficar lá e dar apoio para ela.
Bruno: Não sei dizer se você tá certo ou errado, Lucas. Só que você também tem sentimentos, não digo que você pode abandonar sua mãe. Digo que não pode abandonar a si próprio! E mais, sei que você ficou ao lado dela quando ela precisou, porque você ainda está até hoje.
Lucas: Já pensou em ser psicólogo?
Bruno: Bobo! - ele disse me dando um tapinha no peito.
Lucas: Obrigado, Bruno. Fico feliz em ter te conhecido!
Bruno: Eu também, por ter conhecido você. Agora, acho melhor continuarmos aquele trabalho!
Lucas: Aah, você se tornou mais nerd que eu...
Bruno: Perdão por isso... - ele disse num tom irônico.
O Bruno se levantou primeiro, e se vestiu enquanto eu fiquei deitado, observando. Bom, ele só vestiu uma cueca e uma bermuda.
Eu estava me sentindo um bobo olhado pra um príncipe. Ele era tão maravilhoso. E eu ali, queimando por dentro. Um sentimento indescritível dentro do meu corpo.
Bruno: O que foi? - disse ele quando terminou de se vestir - Não vai se vestir?
Lucas: Tava esperando pra ver se você mudaria de ideia sobre se vestir. - falei me sentando na cama.
Bruno: Seja um bom menino.
Lucas: Não dá, meu lado mau fala mais forte.
Bruno: O menino mau vai ter um castigo de noite.
Dei um sorriso de canto de boca. E ele jogou uma cueca e bermuda em cima de mim.
Bruno: Se veste, pra eu conseguir me concentrar.
Lucas: Então seu lado mau tá falando mais alto também?
Ele se sentou na cama dando risadinhas. Eu vesti a roupa que ele me deu e me sentei na cadeira. Logo depois ele veio e se sentou na outra.
Continuamos fazendo o trabalho, demorou um pouco pra conseguirmos nos concentrar, pelo menos eu demorei.
Mais tarde, por volta das cinco horas, a mãe do Bruno, ou melhor, minha sogra, chegou. Ela passou do quarto, nos cumprimentou e sumiu. Acredito que ela tenha ido ao quarto, ou tomar um banho. Mas não importa.
Bruno: Falta pouco pra acabar. Deixa pra outra hora, se nós não conseguirmos terminar juntos, eu termino.
Lucas: Tudo bem...
Bruno: Voocêêê ...
Olhei pra ele, esperando que terminasse a frase.
Lucas: Eu o que?
Bruno: Podia dormir aqui de novo...
Lucas: Ah, Bruno... Não quero dar mais trabalho pra sua mãe...
Bruno: Trabalho... pra minha mãe? O maior trabalho que ela podia ter era cozinhar, mas eu já disse que ela não cozinha de fim de semana.
Fiquei um pouco calado, eu não sabia o que falar.
Bruno: Vai, o único que vai dar trabalho sou eu... - ele disse erguendo as sobrancelhas.
Lucas: Tudo bem, mas fala com sua mãe primeiro... Depois eu ligo pra minha.
Bruno: Aee - ele disse pulando da cadeira e saindo do quarto gritando pela mãe.
Quando liguei pra minha mãe, não falei que íamos continuar o trabalho, não só porque era mentira! Falei que íamos ficar assistindo filme até tarde, e só. Minha mãe só pediu pra falar com a Elisa (eu não sabia, mas as duas já se conheciam) e depois a Elisa desligou o telefone sorrindo pra mim. Achei que minha mãe ia falar algo sobre mim, mas, na verdade, foi só pra contar "novidades".
Voltei ao quarto com o Bruno quando ela desligou, ele parecia apressado, me puxando pelo braço, quando entramos, ele segurou minha cintura e me beijou. Foi um beijo intenso.
Bruno: Não tenho a mínima vontade de parar de te beijar.
Lucas: Então não para.
Ele voltou a me beijar, a porta do quarto estava encostada. Até achei que ia rolar de novo, mas ficamos só nos beijos. Não sei quanto tempo ficamos nos beijando, segundos, minutos, eu ficaria até horas sem querer parar.
[...]
Bruno: Na primeira semana de julho, eu vou com meu pai visitar minha vó.
Lucas: Onde ela mora?
Bruno: Uma cidadezinha que fica a uns 150 km daqui. Mas vou e volto no mesmo dia. Vou logo cedo e volto de tarde.
Lucas: Entendi. Você e seu pai sempre saem assim?
Bruno: De vez em quando eu e ele vamos visitar minha vó paterna. Mas nada mais do que isso.
Estávamos sentados no sofá. A minha sogra estava no outro, mas ela estava atenta à televisão. Estávamos esperando entregarem nossos lanches já fazia um tempo.
Quando, finalmente, a campainha tocou, e a Elisa foi lá pra fora. Ele me deu um selinho bem rápido e levantou dizendo: vou ao banheiro. Te vejo na cozinha, bonitão.
Ele saiu da sala ao mesmo tempo que a Elisa entrou de volta. Fui com ela até a cozinha, mas dei uma escapada e fugi pro banheiro, a porta estava destrancada, escancarei a porta, mas o Bruno já estava lavando as mãos na pia.
Bruno: Caiu do cavalo. - ele disse rindo.
Lucas: Acontece.
Lavei a mão também e voltei para a cozinha com ele.
Elisa: Esse é o melhor lanche da cidade!
Olhei o papel em que veio embrulhado. Mas teria sido melhor não ter olhado. Era de um lugar onde eu já tinha ido várias vezes com o Davi. A lembrança dele me perturbou, principalmente porque já tínhamos nos divertido bastante naquele lugar.
Lucas: Já comi nesse lugar. É bom mesmo!
Elisa: Eu adoro... Lanche só compro de lá.
O Bruno falou pouco durante a janta. Vez ou outra eu olhava pra ver se ele estava bem. E ele sempre retribuía meu olhar com uma piscada. Quando eu estava terminando meu lanche, e conversando com a Elisa, senti ele esfregando o pé na minha perna. Assustei, mas relaxei ao perceber que era ele. Foi difícil falar normalmente com a Elisa enquanto ele alisava minha perna. Por sorte ela estava do outro lado da mesa, junto com o Bruno! Porque eu tive uma ereção, e estava com uma bermuda de tactel e elástico na cintura, ou seja, estava bem visível!
Nesse tempo, quando olhei pra ele, ele deu um sorrisinho maldoso e pois o pé em cima do meu joelho. Não sei como a Elisa não percebeu, estando do lado dele. Seu pé deslisou pela minha perna, puxando minha bermuda pra cima, e quando encostou no meu pau, ainda duro, o Bruno deu outro sorrisinho, e voltou o pé no chão depois de me provocar um pouco. Mas não adiantou parar, minha mente já estava viajando. Como eu já disse, normalmente não sou pervertido, mas quando me provocam, a coisa é um pouco diferente.
Esperamos o Bruno terminar de comer, e eu não podia levantar, porque ainda estava armado, rs. Quando o Bruno e a Elisa se levantaram, e eu tive que ficar sentado. O Bruno não se segurou e deu risada. Deixado a Elisa com cara de curiosa, mas ainda assim ela não perguntou nada.
Só pra disfarçar, eu enchi meu copo com refrigerante de novo e fiquei enrolando pra tomar. Agora que o Bruno tinha se levantado, não continuaria me cutucando por baixo da mesa.
Elisa: Já volto, vou ao banheiro e depois venho lavar esses copos e organizar aqui.
Esperei ela sair da cozinha e levantei, ainda daquele jeito, encostei o Bruno na parede e ele sussurrou: "Olha, é melhor não deixar minha mãe ver esse volume aí".
Lucas: É culpa sua.
Bruno: É? Que coisa... Que culpa eu tenho se você me deseja tanto?
Dei uns beijos em seu pescoço e sua boca. Depois peguei tudo o que pude e coloquei dentro da pia, justo nessa hora a mãe do Bruno entrou na cozinha. Eu estava de costas para ela, olhei pra baixo e vi que ainda dava pra perceber. Eu não queria me virar de frente pra ela, mas pra minha sorte, o Bruno resolveu me ajudar e disse: Mãe, você deve estar cansada. Deixa que a gente arruma aqui...
Elisa: Vocês tem certeza?
Nós dois dissemos que sim, e então ela agradeceu e saiu da cozinha. Não vi pra que lado ela foi, mas pareceu ter ido pro lado da sala.
Lucas: Obrigado.
Bruno: Era o mínimo que eu podia fazer. - ele respondeu rindo.
Lavamos a pouca louça que tinha e deixamos a mesa organizada. Não conversamos muito enquanto isso. Mas enquanto eu lavava, o Bruno enxugava e guardava, depois arrumamos juntos a mesa e fomos pra sala, estava passando Piratas do Caribe 2, que eu adoro.
A Elisa estava dormindo sentada, então o Bruno cutucou-a e ela deu boa noite e foi pro quarto dormir.
Depois o Bruno sentou primeiro, pois uma almofada no colo e deu palmadinhas no sofá. Acabei deitado com a cabeça no colo dele pra assistir filme. Enquanto isso ele ficou brincando com meu cabelo, fazendo carinho... E a outra mão ficou parada sobre meu peito.
O filme acabou quase meia noite. Eu me espreguicei, o Bruno continuava mexendo no meu cabelo. Olhei pra cima e nossos olhos se encontraram. Eu me derretia toda vez que isso acontecia. Ele era tão perfeito, seu cabelo loiro, pele clara, rosto perfeito, parecia um anjo de tão perfeito!
Bruno: O que vem agora?
Lucas: Quarto... cama...
Levantamos, desliguei a TV e fomos para o quarto. Entrei primeiro, não olhei pra trás. Mas ouvi o Bruno fechando e trancando a porta.
Fim dessa parte! =)
Até a próxima.