Mais que uma lembrança [parte 9]
Parte da série Mais que uma lembrança
Bom, aqui vai o nono capítulo! Espero que estejam gostando! Ainda tenho bastante coisa pra contar.
Não sei por quanto tempo continuei sentado ali, chorando. Eu tinha que me recompor, pois o Bruno poderia voltar a qualquer minuto.
Entrei e joguei uma água no rosto. Tirei a camisa de uniforme da escola e coloquei uma camisa sem manga. E só então mandei um sms pro Bruno dizendo: "Vem pra cá".
Em alguns minutos, a campainha tocou, eu fui até lá destranquei o portão e tranquei de novo depois que o Bruno entrou.
Bruno: E aí?
Lucas: Entra, quero te contar tudo.
Sentei com o Bruno na cozinha e contei tudo, exceto a parte que o Davi tentou me beijar na marra. Ele ouviu sem me interromper, e quando terminei de contar, ele disse: Eu imaginei uma situação assim. Pelo o que você me contou, eu achei estranha a atitude dele. Mas não falei nada pra não te perturbar mais com essa história.
Fiquei em silêncio, e ele completou: Não quero perder você.
Lucas: Não vai. Eu só preciso relaxar um pouco, fiquei muito estressado com isso tudo!
Bruno: Eu te entendo! Quer ficar sozinho?
No fundo, eu queria. Não sei porque chamei ele sendo que eu queria ficar um pouco só. Mas não queria dizer isso pra ele.
Lucas: Fica um pouco comigo.
Bruno: Tudo bem. Vamos andar lá fora?
Eu estava com medo de sair. Não queria encontrar o Davi de novo! Mas eu não podia me trancar em casa por causa disso.
Lucas: Vamos.
O Bruno estava com uma camisa sem manga também, bermuda e tênis, igual a mim. Peguei meu celular e saímos andando sem rumo... Eu gostava de sair andar com o Bruno. Era um momento agradável que eu passava com ele.
Bruno: Você acha que o Davi vai causar problemas?
Lucas: Depende do que você vê como um problema. Ele não vai nos expor ao público, só que é melhor ficar alerta com ele, principalmente porque ele sabe que você é meu namorado.
Bruno: Acha que ele vai tentar separar a gente?
Lucas: Não sei... - falei suspirando.
Bruno: Se tentar, não vai conseguir.
Lucas: É isso aí. - respondi.
Bruno: Ele não disse porque só te procurou na escola e não foi na sua casa?
Lucas: Não.
Bruno: Você parece pensativo.
Lucas: Ele disse que eu sou lerdo. Talvez tenha razão. Não percebi o que ele sentia, e também só percebi o que você sentia quando vi seu texto.
Ele ergueu o braço e deu um toque no meu peito.
Bruno: Se liga, você não é lerdo! Quem ele é pra falar algo sobre você?
Lucas: Ele foi meu melhor amigo...
Bruno: Ele não soube decidir o que seria melhor pra você... Isso mostra que ele não te conhece bem.
Lucas: Vamos trocar de assunto... Por favor...
Bruno: Tudo bem... Eu vou visitar minha avó na próxima segunda. Meu pai e eu. Minha mãe não vai. Vamos sair daqui oito da manhã e meu pai pretende estar de volta mais ou menos cinco da tarde.
Lucas: Vou sentir sua falta.
Bruno: Vamos ter muito tempo juntos nas férias!
Lucas: Vamos poder fazer tudo o que tivermos vontade... - falei com um sorriso.
Bruno: É, danado...
Lucas: Você que pensou coisa errada.
Bruno: Não pensei não... Você que ficou me olhando com essa carinha aí...
Lucas: Desculpa...
Bruno: Não vejo a hora de começar oficialmente as férias. Não vou te dar sossego!
Lucas: Não quero que dê...
Bruno: Olha só! Que garotão cheio de energia!
Lucas: Você ainda não viu nada... - falei rindo.
Bruno: Assim você aguça minha imaginação.
Não respondi. Só dei risada...
Bruno: Só quero ficar do seu lado. Mesmo que eu fique amarrado numa árvore.
Fiquei em silêncio, eu estava meio distraído. Um pouco perturbado por causa do Davi.
Bruno: Pensando no que aconteceu?
Lucas: Não... É só que, quando eu finalmente encontrei alguém como você... Vem o Davi pra perturbar.
Ele ficou em silêncio.
Bruno: Isso te irritou bastante, né?
Fiz que sim com a cabeça.
Bruno: Eu tenho uma solução...
Lucas: Qual? Matar o Davi? - falei rindo.
Bruno: Não. Fazer as malas e fugirmos.
Olhei pra ele, vi que estava sério. Seria possível que ele ia dar uma sugestão tão "radical" assim?
Bruno: Brincadeira. Fugir dos problemas não é solução.
Lucas: Fugir com você seria legal. Íamos viver sozinhos, cuidando das nossas próprias vidas...
Bruno: Sem lugar pra morar, sem nada pra comer, sem emprego, dormindo pelos cantos e fazendo sexo nos prédios em construção e casas abandonadas. Vida perfeita... - ele disse na pura ironia.
Lucas: Eu sei! Me deixa ver as coisas pelo lado bom de vez em quando!
Bruno: Desculpa... Vendo assim, realmente seria bom.
Lucas: por enquanto é sonho...
Bruno: Por enquanto.
Um sentimento de calma foi me tomando enquanto conversávamos. Eu sempre me sentia assim quando conversava com o Bruno. Não era como falar com uma pessoa qualquer. Era diferente.
De repente, me lembrei de avisar minha mãe que eu estava em casa. Escrevi um sms enorme explicando tudo pra evitar que ela me ligasse, e depois que enviei, nós dois viramos e voltamos. Só então reparei no quanto tínhamos andado.
Na esquina de casa, aproveitei um momento de distração do Bruno e peguei na bunda dele, que deu um pulo e me olhou com biquinho. Apertei outra vez e sai correndo. O Bruno me alcançou quando parei pra abrir o portão, ele me encostou na parede, ali mesmo, na calçada, segurou minhas mãos contra a parede e aproximou o rosto do meu.
Lucas: Aqui fora não!
Bruno: Aqui que ia ser bom, ao ar livre!
Lucas: É, aí todos da rua vão ver a gente fazendo...
Bruno: Fazendo o que?
Lucas: Você sabe!
Bruno: Quero ouvir você dizer...
Ele continuou segurando minhas mãos contra a parede, e então sussurrei: "Fazendo sexo".
Bruno: Não ouvi, pode falar mais alto?
Então soltei em tom normal: "Fazendo sexo".
Ele sorriu e me largou. Abri o portão de casa e entramos.
Bom, não sei se estão gostando ou não da história. Eu to com alguns problemas na vida, então comentem, por favor. Preciso saber pra continuar escrevendo!