O garoto da casa ao lado (parte 8)

Parte da série Meu amor se mudou pra casa ao lado

Bem, minha intenção era que esse fosse o penúltimo capítulo que eu postaria, porque eu estava achando que vocês não estavam gostanto tanto... Mas algumas pessoas me pediram pra não parar. Então eu vou postar até onde puder. Certo?

Justo naquele dia, um pouco depois de eu tomar banho pra esperar o Vini, minha não tão querida tia (por parte de mãe, é claro) resolveu nos visitar! Olhem que maravilha! Ela era uma solteirona que morava sozinha e tinha sempre uma “paquera” nova. O nome dela é Vilma, e no fundo ela é legal, mas ela tinha que ir justo naquele dia?

Quando ela chegou, me deu um beijo, fez aqueles elogios que toda tia faz quando não nos vê há um bom tempo, e depois começou a jogar conversa fora com minha mãe.

O Vini chegou alguns minutos depois dela. Eu saí apressado quando a campainha tocou. Abri o portão e entrei com o Vini.

Ficamos sentados na sala com elas, meio indiferentes, sem participar das conversas. O único momento em que minha tia falou comigo depois de me cumprimentar, foi...

Vilma: E a escola, Fe? Tá indo tudo bem?

Felipe: Tá sim, tia. To no último semestre, já.

Vilma: Pretende prestar vestibular?

Felipe: Pretendo, mas ainda não decidi onde. Só que quero algum curso na mesma área do meu curso técnico. To indeciso entre sistemas de informação e ciência da computação!

Vilma: Você e os computadores! Como você consegue gostar tanto de computadores?

Felipe: Não sei não! Eu simplesmente gosto...

Vilma: Tem bons salários nessa área, não tem?

Felipe: Dependendo da empresa e da qualificação do profissional, tem salários ótimos. Só não posso ficar parado achando que eu vou conseguir um emprego maravilhoso aqui. Eu vou ter que ir pra outras cidades!

Vilma: Mas e aí? Quem vai cozinhar pra você?

Felipe: Quer dizer o que com isso?

Vilma: Você tem namorada já? Pretende se casar? Como está essa parte?

Fiquei meio indeciso no que responder. Mas fiz o melhor praquele momento...

Felipe: To solteiro. E vou ficar assim até me estabilizar num bom emprego.

Vilma: O corpo não foi a única coisa que cresceu em você.

Ela deu uma risadinha. E continuou falando...

Vilma: As meninas não te dão trabalho?

Felipe: Não.

Vilma: Huum, um dia alguma vai investir firme em você...

Ok, aquela conversa estava chata demais. Ela realmente não tinha trava na língua. Encarei o Vini por um momento e depois olhei pro chão.

Vilma: E você, Vinícius? Tem planos?

Vinícius: Também só pretendo ter um relacionamento sério depois que me formar na faculdade. Mas ainda não decidi direito o que vou fazer.

Vilma: Tá chegando a hora de decidir, hein. Talvez vocês façam a mesma já que são tão amigos...

Vinicius: Talvez...

Alguns segundos se passaram em silêncio! Enfim, minha tia desistiu de nós dois e voltou a conversar com minha mãe.

Vinícius: Preciso ir ao banheiro.

Felipe: Vai lá em cima. Você sabe onde fica, né?

Fez que sim com a cabeça e saiu meio apressado. Eu pensei em ir atrás, mas ficaria estranho. Então me segurei ali. Quando comecei a achar que ele estava demorando demais pra voltar, ele entrou na sala e se sentou. Nossos olhares se cruzaram por um momento, ele deu uma “piscadela” que eu não entendi o motivo! O que será que ele tinha aprontando? Kkkk.

Mais alguns minutos se passaram, e então minha mãe se levantou, e foi andando em direção à cozinha, quando passou por mim, ela disse: Fe, vem cá.

Fui atrás, e quando entramos na cozinha, ela pegou dinheiro no bolso e me entregou dizendo: vai e compra alguns pãezinhos.

Voltei pra sala, e falei pro Vini: Vini, vem comigo?

Sem nem mesmo me perguntar aonde íamos, ele se levantou e me seguiu. Depois de sairmos na calçada, ele perguntou: Pra onde?

Felipe: Comprar pão.

Ele ficou em silêncio...

Felipe: Desculpa não ter dado certo os nossos planos, Vini. Eu não esperava visita.

Vinicius: Tudo bem. Eu não sabia como te dizer, mas eu já tão estava mais a fim.

Felipe: Por favor... me promete que nunca vai transar comigo contra sua vontade. Tudo bem você não quiser! Eu quero um relacionamento igualitário... você não é meu servo ou escravo sexual, e nunca vai ser! Eu só quero seu bem!

Ele sorriu.

Vinicius: Eu te amo...

Felipe: Também te amo, Vini.

Finalmente entramos na padaria, e quando saímos voltamos a conversar.

Felipe: Aconteceu alguma coisa pra você perder aquela empolgação?

Vinicius: Não. Eu só me senti meio infantil...

Respirei fundo... o que eu ia ter que fazer pra tirar aquela ideia da cabeça dele?

Felipe: Vini, eu gosto de você do jeito que você é! E eu não acho que você seja infantil! Se é por causa do que fizemos de manhã, o que que tem? Foi um momento de descontração. Eu também sou infantil às vezes, minha mãe também é de vez em quando, todo mundo é, Vini! Não tem como levar tudo a sério o tempo todo! Uma hora ou outra você tem que se descontrair. Ou vai ficar parecendo um robô sem sentimento nenhum!

Vinícius: É, tem razão...

Felipe: Então esquece essa ideia! Tá? E melhora esse humor! Porque não gosto de ver você triste...

Vinicius: Tudo bem, Lipe, obrigado...

Felipe: Não tem que agradecer...

Vinicius: ok. Aah, E eu deixei uma surpresinha no seu computador.

Normalmente eu não gostava que mexessem no meu computador sem eu deixar. Mas o Vini era o Vini, e ele podia tudo! Rs.

Felipe: Ah é? O que?

Vinicius: Vai ter que descobrir sozinho...

Felipe: Por isso você demorou?

Vinicius: Exatamente!

Entramos em casa e não pudemos mais falar sobre! Eu fiquei pensando o que ele poderia ter feito com o meu computador! Eu queria ir ver. Mas achei melhor deixar pra depois que minha tia fosse embora.

Minha mãe serviu o café pra minha tia, as duas voltaram pra sala, mas eu e o Vini ficamos na cozinha, comendo, hehe.

Nesse momento o clima ficou um pouco quente. Começamos trocando olhares, depois ele encostou a perna na minha, já que estávamos sentados lado a lado. Eu coloquei uma mão na sua perna, e esfreguei a mão, puxando a bermuda pra cima, até perto da sua virilha, depois eu desci a mão. Já tínhamos até parado de comer. Estávamos em silêncio, só trocando carinhos.

De repente ele se inclinou, e sussurrou: “Não me lembro de ter beijado você hoje”.

Me aproximei e nos beijamos. Podíamos ouvir as vozes das duas lá na sala. Então estávamos tranquilos. Continuamos nos beijando carinhosamente. A mão dele alisou meu rosto, passou pelo meu pescoço e foi até minha barriga... ergueu minha camisa e alisou minha barriga, depois subiu e alisou meu peito. Deu dedo percorreu as “linhas” da minha barriga definida bem de leve, aquilo arrepiou meu corpo todo. Continuamos nos beijando até que ele abaixou minha camisa e se afastou de repente. Eu não entendi porque. Mas logo a minha tia entrou na cozinha! Provavelmente ele tinha ouvido! E eu já nem estava mais prestando atenção nas duas!

Vilma: Meninos, eu já vou embora.

Ela se despediu de nós, e depois que saiu da cozinha eu e o Vini nos entreolhamos e começamos a rir. Eu sei que a situação podia não ter graça nenhuma. Mas na hora, foi o que veio.

Vinicius: Somos dois idiotas.

Felipe: Pensou se ela vê?

Vinicius: Melhor eu ir também...

Felipe: Ah, não...

Segurei a mão dele e falei de novo: não vai ainda não.

Demos mais um selinho, ele concordou em ficar mais um pouco, e um tempo depois minha mãe entrou na cozinha.

Fátima: Sua tia fala tanto que eu não pude nem mesmo comer.

Ela se sentou bem na nossa frente. E não entendo até hoje, mas na mesma hora meu corpo gelou. Pelo olhar dela... Foi como um pressentimento do que estava pra acontecer.

Foram alguns segundos de silêncio que pareciam não acabar. Se eu pudesse eu tiraria o Vinicius dali naquele mesmo minuto. Mas enfim, minha mãe falou: então me digam, o que há entre vocês dois?

O Vinicius ficou pálido, e arregalou os olhos. Eu já estava assim fazia tempo.

Ela tornou a falar num tom mais sério: Eu fiz uma pergunta. Vocês são mais do que amigos, não são?

Eu fiz que sim com a cabeça, foi tudo o que consegui.

átima: Há quanto tempo?

Felipe: Desde a última quinta-feira que eu faltei do curso.

Ela ficou em silêncio...

Felipe: Como você sabia?

Fátima: É uma pena você ser homem, porque assim nunca vai conseguir entender o que é ser mãe. Eu percebo seu comportamento faz tempo, e eu sempre suspeitei. Você nunca namorou, nunca saiu com uma menina e não tem reação nenhuma quando vê uma mulher bonita na sua frente. Mas quando é um homem bonito, você parece ficar desconfortável, e sempre tenta desviar o olhar quando eu estou perto.

Felipe: Mas como sabia da gente?

Fátima: Vocês são muito ligados. Estão sempre olhando um pro outro. E se um faz um movimento muito brusco, o outro desvia sua atenção pra ele imediatamente. Vocês fazendo leitura labial hoje de tarde foi o suficiente pra me fazer falar com vocês.

Felipe: Então você não tinha certeza?

Fátima: Não, foi um chute. E vocês mesmos se entregaram.

Felipe: E se eu tivesse mentido?

Fátima: Eu teria aceitado. Mas não ia descansar até provar pra mim mesma.

O Vinicius continuava sem fala.

Felipe: E agora?

Fátima: Vocês sabem como isso é visto pela maior parte da sociedade, certo?

Ambos fizemos que sim com a cabeça.

Fátima: Vocês tem certeza que é isso o que vocês querem pra vida de vocês?

Repetimos o gesto anterior.

Fátima: Vocês gostam muito um do outro, não é?

Mais uma vez fizemos que sim.

Fátima: Gente, eu não vou matar ninguém, podem abrir a boca pra falar!

Vinicius: Desculpa.

Ela deu uma risadinha, mas dessa vez sorriso não sumiu do seu rosto.

Fátima: Sua família sabe, Vinicius?

Vinicius: Não.

Imaginei que ela ia obriga-lo a contar.

Fátima: Conte quando estiver pronto, promete pra mim?

Vinicius: Não sei. Eu tenho medo da reação deles.

Fátima: O máximo que podem fazer é dizer que não aprovam. Nem todos pensam da mesma forma.

Vinicius: Eu queria esperar ser financeiramente independente.

Fátima: Eu te entendo. Bom, eu vou estar sempre aqui se você precisar conversar com um adulto!

Vinícius: Obrigado.

E então ela me olhou. E disse: Filho, pode me deixar sozinha com ele?

Minhas mãos tremiam. Fiz que sim com a cabeça e subi até meu quarto. Eu poderia ter ficado ouvindo atrás da porta, mas eu estava tão nervoso que não pensei em nada e fui direto ao meu quarto.

Meu PC estava ligado, só mexi no mouse pra ligar o monitor e vi que tinha uma pasta na área de trabalho com o nome “o garoto da casa ao lado” (o título do meu conto veio daí). Abri a pasta, tinha um arquivo de texto e uma outra pasta sem nome.

Abri o arquivo de texto e li: “é pra você não esquecer daquele menino da casa ali do lado quando estiver longe”.

Abri a segunda pasta e tinha algumas fotos dele. As primeira eram fotos comuns, com camisa, e todo comportado, depois foram ficando mais quentes, porque ele já estava sem camisa, fazendo poses na frente do espelho. No final, tinha apenas uma dele com uma cueca box vermelha em frente a um espelho de corpo inteiro. Dava pra perceber que seu pau estava começando a crescer, rs.

Fiquei viajando um pouco nas fotos, minha preocupação quase desapareceu. Até que a porta do meu quarto se abriu, eu fechei as fotos do Vini, e só então vi que ele entrou no quarto, logo atrás veio a minha mãe. Julgando pela expressão dele, a conversa não tinha sido negativa.

Fátima: Fe, eu só queria deixar claro que no começo não vai ser fácil convivermos com isso. É uma coisa que, apesar de desconfiar, eu não esperava, e acho que todos vamos ter um pouco de dificuldade na convivência, talvez por timidez ou sei lá. Então vamos com calma! Eu aceito o namoro de vocês. Se realmente é isso que vocês querem, vocês tem minha aprovação.

Eu não sabia se ria, chorava ou saia correndo, haha. Mas por dentro eu fiquei muito feliz.

Fátima: Mas, eu espero que vocês tenham consciência de como muitas pessoas veem isso... o preconceito ainda é muito forte por aí. Nem todos aceitam...

Fiz que sim com a cabeça e disse que eu entendia isso... então ela sorriu, se aproximou de mim, me deu um beijo na testa e saiu do quarto dizendo: que tal sairmos pra jantar? Vai ajudar...

Felipe: Tudo bem, mãe, depois a gente vê isso.

Fátima: Ah, certo, vou deixar vocês conversarem...

Ela encostou a porta do quarto, e então o Vini se aproximou, eu percebi seus olhos lacrimejando e imediatamente me levantei e abracei-o.

Felipe: Calma, Vini... Tá chorando por que? Deu tudo certo!

Ele não disse nada, apenas enxugou os olhos e continuou abraçado comigo.

Felipe: Fala pra mim o que aconteceu?

Vinicius: Nada, só me deu vontade de chorar...

Felipe: Ninguém chora simplesmente por ter vontade de chorar... só atores de novela. Foi a conversa que você teve com minha mãe? O que ela te disse?

Vinicius: Nada de ruim. Eu só fiquei um pouco emocionado em ver como ela se preocupa com você. E de repente comecei a pensar na minha mãe de sangue, na hora do acidente...

Nesse momento achei ter entendido tudo... Mas ainda assim eu não sabia o que dizer...

Felipe: Tudo bem, calma. Eu sou péssimo com palavras, mas hoje você também tem uma família que te ama, eu te amo e tenho certeza que minha mãe também, cada um ama do jeito que deve amar... E sua mãe e seu pai não te abandonaram, tenho certeza que eles continuam com você, te protegendo! Eles só não estão aqui fisicamente...

Ele me apertou forte, eu beijei sua bochecha e sua testa.

Vinicius: Obrigado, obrigado por ser tão bom pra mim, mesmo que eu não mereça! Você é tudo o que eu sempre quis...

Felipe: Eu me esforço pra ser o que eu acho que você merece que eu seja, ainda to longe de ser o que eu julgo ideal pra você.

Ele apenas fez que não com a cabeça, se afastou e se sentou na cadeira. Esfregou os olhos e me olhou.

Vinicius: Eu aceito sair com vocês hoje de noite.

Pessoal, eu continuo assim que tiver tempo. Acho que só no fim de semana agora. Enfim, me add no skype: felipecontos2013@outlook.com

Até a próxima. Espero que estejam gostando.

Comentários

Há 3 comentários.

Por Nuno em 2013-11-04 00:46:16
Cara, alguém tem algum contato desse mlk? Ele não ta entrando nesse skype s:
Por Taai em 2013-09-14 01:16:57
Feliz que tua mãe aceito *-* Ansiosa pela continuação..
Por Luh em 2013-09-13 02:02:40
cara estou amando seu conto, é simplesmente perfeito. Meus parabéns,ansioso pela continuação.