Capitulo 2
Parte da série ❦ Meu Chefe é a minha paixão ❦
É difícil não observar um homem daqueles, cabelos ruivos, olhos verdes, pele branca e de rosto fino e bonito, cabelos penteados para cima como um topete lindo e arrumado, seu rosto não tinha sardas como a maioria dos ruivos, fiquei me perguntando se ele era ruivo natural ou se era pintura aquele cabelo, mas quem se importava se o conjunto da obra era lindamente farto de se apreciar.
Enfim, eu olhei aquele monumento mas me contive, a excitação de conseguir o emprego era maior do que o tesão de imaginar aquele homem de mim e uma maneira. Ele ficou me olhando e quando percebeu que estava encarando demais voltou a conversar.
- é.... não esquece de avisar ao Cris que eu preciso das amostras em cima da minha mesa ao meio dia e meio em ponto – falou
- sim senhor, mas alguma coisa? – falei anotando
- sim, peça a Adriana para vir até aqui – falou
- tudo bem – falei saindo
Fechei a porta e me sentei na mesa que ficava ao lado da sua sala, eu iria trabalhar como assistente e secretario ao mesmo tempo, quer dizer, isso se eu conseguisse o emprego. Eu até agora havia feito um contrato de 7 dias de experiência, se eu conseguisse a vaga, assinaria minha carteira.
Disquei o número da Adriana no telefone e logo ela atendeu.
- sou eu, o Sr. Caio precisa de você na sala dele – falei
- tudo bem, estou subindo – falou desligando
Em poucos minutos ela estava ali, parou em frente à minha mesa. Sorri para ela que entrou na sala e ficou por lá, levou no máximo uns dois minutos e ela saiu.
- preciso de ajuda – falei
- isso é óbvio, sua cara de perdido não nega – falou
- está tão nítido assim? – perguntei
- demais, me diz o que precisa – falou
- preciso remarcar uma reunião – falei
- eu te dei a agenda pessoal dele com números de telefones de várias pessoas e de empresas grandes, você precisa olhar no tablet que está dentro da gaveta esquerda qual o local da reunião e o horário, junto vai estar o número da empresa ou pessoa. O computador você vai usar para fazer pedidos e guardar cópias de documentos – falou
- obrigado – falei
- não me agradeça ainda – falou sorrindo e saiu
Eu peguei o tablet e liguei, olhei as reuniões, tudo sincronizado, horários, data e nomes, liguei para a empresa e remarquei, peguei na agenda dele e liguei para o tal do Cris.
- Cris Roni falando – disse
- sou assistente do Sr. Caio, ele precisa das amostras até as 12:00 – falei
Pedi com meia hora de antecedência, não iria correr o risco de ter atraso e minha cabeça rolar antes que eu conseguisse de verdade o emprego. Depois que eu relaxei, comecei a pensar naquele homem a poucos metros de mim, como seria aquele corpo debaixo daquele terno, o sorriso encantador dele, maravilhoso o perfume que pude sentir o cheiro de longe.
Aquela semana de adaptação foi trágica, não no sentido ruim, creio eu que me saí muito bem em tudo, só que eu tive que enfrentar alguns obstáculos na minha frente, como por exemplo, ter que me dividir entre escola, curso de inglês e trabalho, foi muito cansativo e no final de semana eu fiquei apenas em casa. Sem contar que o meu pai me encheu muito essa semana, fazendo comentários sádicos e disse que eu iria ter a atenção que tanto desejei, que ele perdeu a vagabunda da minha mãe e não iria me perder, ele disse com essas palavras.
Desde os meus oito anos que eu sabia que ela não iria mais voltar, que ela tinha ido embora de vez, meu pai ficou um tanto quanto amargo e toda vez que ele se referia a ela era como vagabunda ou imoral, sempre nesses dois termos, não tiro o direito dele de ter raiva, de xingar, da noite pro dia, a mulher que você ama some te deixando um filho pequeno para você cuidar e o mundo ainda exige que você ria sempre? Ele tinha mais é que extravasar mesmo.
Mas um assunto que não quer calar. Meu pai como policial, mantem sempre o corpo em dia, e apesar de usar a barba por fazer e os cabelos cortados baixo, é um homem bonito até, e a algum tempo atrás que eu fiquei sabendo que ele anda saindo com umas novinhas ai, quando digo novinhas, quero dizer mulheres dez anos mais novas que ele, já que ele tem 38 anos.
Meu pai tenta esconder essas coisas de mim, mas eu sempre descubro e não tem jeito. Voltando aqui. Passei a ter atenção do meu pai, ele começou perguntando as coisas que eu fazia, como estava indo na escola, como tudo estava na empresa, se eu havia conseguido o emprego de verdade e tudo mais, tentei evitar conversa mais não teve jeito.
Naquele final de semana ele levou alguns amigos para casa, assaram carne e assistiram jogo na televisão o que me deixou louco pois o barulho estava empatando meus estudos, eu tinha prova na próxima semana e não iria perder nela. Eu desci as escadas e eles estava na sala vendo televisão e a churrasqueira na varanda da casa. Vou confessar algo, tem um cara que trabalha com meu pai, ele entrou na polícia tem uns dois a três anos, moreno claro, todo sorridente e assim como os outros colegas dele, vive pegando no saco e rindo, como os héteros costumam fazer, mas ele fazia de um jeito diferente e eu passei a reparar mais vezes nele.
Naquele dia cheguei a bater uma pensando nele, olhando as fotos dele de sunga no facebook, as fotos dele de farda, cheguei a delirar e em meio a minha punheta eu me peguei pensando no meu chefe tirando a roupa no escritório, estava de olhos fechado e logo me dei conta de que estava me dedando enquanto chamava pelo nome dele, estava com tesão em meu chefe e tinha que tirar isso da minha cabeça.
O final de semana passou, segunda feira pela manhã eu cheguei a empresa meia hora antes do horário marcado, sentei-me a mesa e fiquei esperando o Sr. Caio chegar, estava ansioso para saber se estava contratado ou não. Fiquei esperando e logo ele chegou segurando nas mãos de uma mulher branca, cabelos escuros e rosto afinado, toda arrumada e fina, ele me cumprimentou e entraram para a sala dele.
Minutos depois o telefone tocou e ele pediu que eu esperasse a Adriana e assim que ela chegasse eu entrasse junto com ela. Adriana demorou um pouco e logo entramos na sala, ela estava sentada em um sofá que ficava no canto ao lado da mesa dele, sentamos nas cadeiras da frente.
- bom, você fez a experiência semana passada e.... – ele foi interrompido
- amor, antes de falar algo eu gostaria de perguntar a ele algumas coisas – a mulher falou
Amor? Ele é casado? E como eu não percebi a aliança no dedo dele? Meu Deus que tragédia, e eu me masturbando e pensando nele em cima de mim, me beijando, help.
- essa é a Vanessa, minha mulher – ele falou
- muito prazer – falei
Ela não se deu ao trabalho e apenas falou.
- você ainda estuda certo? – perguntou
- sim – falei
- pois bem, agora imagine se um dia o Caio precisar de você e você estiver no colégio, em meio a uma prova ou atividade curricular, você sairia para atender? – perguntou
Eu hesitei em responder, mas logo eu falei:
- não, meu futuro depende da minha formação – falei
- tá ai uma resposta que eu queria ouvir, eu sei que essa ânsia de ter um emprego é grande quando se é jovem, e no seu caso você não é uma pessoa adequada para estar em uma empresa de moda. Não me leve a mal querido, você tem uma beleza inegável, mas seu jeito é de um rapaz sem cultura na área de moda e o Caio não pode ser visto com uma pessoa assim ao lado dele, sem contar que você o deixaria na mão assim que pudesse – ela falou
- é.... Bernardo, espere ai fora um pouco – ele falou
Eu me levantei, estava com vontade de chorar e de xingar aquela vadia ao mesmo tempo. Tive que engoli o choro e fiquei em frente à mesa, a vontade de chorar era grande, respirei fundo fazendo com que aquela vontade fosse embora e eu já estava desistindo, mas sabe quando lá no fim do túnel tem aquela brechinha? Pois bem, foi bem assim, minutos depois ele me chamou novamente na sala.
Entrei e fiquei em pé de frente para ele. A mulher dele saiu da sala dizendo estar muito ocupada, ficamos só eu, ele e a Adriana ali. Ele começou falando:
- bom, primeiramente me desculpe pelo o que a Vanessa disse, não ligue pra ela, aquela vadia não sabe o que está falando, você é um tesão, uma delícia e eu adoraria meter em você e ver você gemendo alto enquanto eu enfio o meu pau em você....
- tudo bem? Ei? – falou Adriana me chamando
- oi? Sim, sim está tudo bem – falei acordando daquele transe maravilhoso
Eu já estava em um nível que até sonhar acordado eu estava sonhando. Ele falou e eu não prestei atenção, quer dizer, interpretei de outro modo.
- você está bem? – Adriana perguntou
- não, quer dizer sim, sim – falei – me desculpe
- continuando, eu estava falando que você vai ficar com o emprego, se conseguir se transferir para o turno da noite no seu colégio, e ai? – ele falou rindo um pouco
- claro, eu consigo sim – falei
- ótimo, você pode assinar seu contrato, a Adriana vai ajudar você com a papelada e te vejo em cinco minutos, preciso de um documento – falou rindo
- tudo bem senhor, obrigado – falei
- não me agradeça – falou rindo
Sai da sala com a Adriana.
- que merda foi aquilo garoto? Ficou paralisado na frente do Sr. Caio, deixou ele praticamente falando sozinho – falou
- foi mal, eu não sei onde estava com a cabeça – falei (como eu sabia onde estava, a como eu sabia)
- venha comigo, preciso que assine o contrato e umas coisas a mais – falou entrando no elevador
Entrei com ele e fomos parar no RH.
- me diz uma coisa, pode não ser da minha conta mas, o que você faz aqui mesmo? – perguntei
- certo, eu sou assistente da dona Vanessa, mas, como eu passei por todos esses setores até chegar à presidência da empresa, estou também auxiliando o pessoal novo que entrou aqui, inclusive os do RH que também são novos – falou
- entendi. Muita responsabilidade, - falei
- pois é.
Segui ela até uma sala, ela me entregou o contrato eu assinei e deixei minha carteira de trabalho lá para fazer todos os tramites legais. Voltamos para a presidência e entramos novamente na sala do Sr. Caio, estava ficando sem graça já toda hora olhar para ele e ele dar um sorriso como se zombasse da minha cara, provavelmente por causa do meu estado anterior.
- bom, seja bem-vindo. – ele falou
- obrigado – falei
- olha, não quero que me leve a mal, mas a Vanessa tem razão, você não pode continuar vestindo assim desse jeito, simples demais. Você precisa de roupas com estilo e elegância, coisa que a nossa empresa representa, resolva isso. No mais, você vai ter que ficar com esse celular ligado 24 horas por dia, e essas chaves são do carro que você vai usar, esse cartão de credito aqui é para você comprar tudo o que eu pedir. Nesse celular está também a minha agenda com horários de datas de reuniões, contatos e tudo o que precisa. – falou mostrando uma caixa preta com os três dentro
- okay – falei
- pega – ele disse
Eu peguei o celular, as chaves e o cartão deixando só a caixa em cima da mesa. Adriana ficou me olhando.
- agora eu preciso que me trata cópias dos relatórios de vendas da última coleção junto com o balanço do mês – falou
- sim senhor, mais alguma coisa? – perguntei
- sim, peça para trazer um café, meio amargo – falou se sentando
Eu saí da sala e Adriana veio junto. Estávamos parecendo tico e teco já.
- por que essa cara de bobo? – perguntou
- não está visível? Um carro novo? Um ótimo salário – falei
- você vai achar o salário pouco quando começar a trabalhar de verdade, e mais ainda quando a dona Vanessa descobrir que ele te contratou, já que ela pediu que não te contratasse. Antes de sair me avisa, vou te ajudar com as roupas, vai precisar – falou andando naquele salto agulha
Não estava nem ai pro que aquela mulher estava pensando, eu consegui meu emprego e o melhor de tudo, ficaria perto daquele gato o dia todo, sem contar naquele sorriso lindo, aquela voz maravilhosa. Que homem perfeito.