Capitulo 3
Parte da série ❦ Meu Chefe é a minha paixão ❦
Depois de toda aquela emoção de eu ter conseguido o meu emprego, me restava agora obedecer ao chefe, e assim eu fiz, liguei para a Camila e pedi a ela que fosse fazer isso pra mim, ela quase surtou dizendo que eu estava parecendo uma vadia pulando de galho em galho.
Não consegui xingar ela pois estava no meu local de trabalho, mas enfim, agradeci e desliguei. Peguei os relatórios que ele me pediu, bati na porta sala devagarzinho.
- com licença Sr. Caio, trouxe os relatórios que pediu – falei
- os balanços estão juntos? – perguntou
- sim, todos atualizados – falei
- ótimo, obrigado – falou sorrindo
- com licença – falei saindo
Eu não sabia se ele estava rindo de mim ou pra mim, eu estava intrigado com aquilo, eu havia feito um papel de idiota na frente dele e agora estava sofrendo com uma dúvida enorme.
Lá estava eu inocentemente sentado em minha mesa quando alguém parou a minha frente me olhando. Eu ergui a cabeça e vi a Vanessa me olhando.
- posso ajudar em algo? – falei
- não, na verdade não – falou indo até a porta do escritório do Caio e entrando.
Eu fiquei observando e cheguei até a desistir, ela não iria mais sair daquela sala, claro que passou milhões de coisas em minha cabeça, e quando menos eu esperei, ela saiu fechando a porta e passando direto com a cabeça erguida sem nem ao menos olhar na minha cara.
Também não me importei, apena continuei fazendo o meu serviço.
Já se passava do meio dia quando a Camila me ligou dizendo que havia mudado o nosso turno e que teve que brigar com a diretora pois ela brigou pelo fato de estarmos mudando de turno demais.
Estava eu na minha inocência me preparando para sair pro almoço, ainda sem saber onde ia quando o Caio saiu da sala pousando na minha frente com o celular na mão.
- está pronto? – perguntou
- como? – perguntei
- temos um almoço com uma distribuidora, preciso de você para anotar os detalhes – falou
- mas não estava na agenda – falei
- foi marcado agora a pouco, esteja pronto em 10 minutos – falou
- tudo bem – falei
Eu me levantei para organizar as coisas na mesa e ele me olhou sério.
- você pode vir comigo? – perguntou
- claro, - falei
Ele saiu andando e eu atrás, entramos no elevador e subimos uns dois andares, paramos em um andar que por sinal era o céu dos estilistas, um lugar cheio de roupas, um andar inteiro cheio de roupas, homens e mulheres trocando de roupas e gente desenhando.
Ele caminhou e eu atrás seguindo ele, cumprimentou um rapaz e logo me mandou entrar em uma sala.
- senta ai e me espera – falou
Eu me sentei em um sofá vermelho, haviam espelhos em três das quatro paredes, um lugar lindo e todo arrumado. Fiquei sentado e ele logo apareceu e junto a ele um rapaz moreno, colocaram coisas em cima do sofá e o rapaz moreno saiu.
Ele fechou a porta e sentou-se em um banquinho.
- tira a roupa – falou
“Como eu esperei por esse momento” – pensei.
Eu fiquei sem entender o que ele queria e claro fiquei com vergonha de tirar a roupa na frente dele, não era lá uma pessoa tão desinibida quanto parece; mas ele logo me mandou tirar a roupa novamente e assim eu fiz, fiquei apenas de cueca.
Ele foi me instruindo e calma gente, não fomos transar, eu bem que queria me derreter nos braços dele, mas não ia acontecer. Apenas pediu que eu colocasse a roupa que havia dentro de uma capa plástica.
Assim eu fiz ficando de costas para ele que mexia no celular e de vez em quando ficava olhando minha bunda. Eu coloquei a calça cinza clara e a camisa gola V, ainda coloquei uma jaqueta banca por cima, linda por sinal. Fazia parte do conjunto, calcei os sapatos que ele também trouxe. Assim que eu terminei com o sapato ele me olhou.
- dá uma virada – falou
Eu virei devagar.
- ótimo, bem melhor assim. Fica com essa e queima as roupas que você veio, de hoje em diante você trabalha para um empresário da moda, não importa quanto custe a roupa, sendo apresentável e estando dentro da estação, está ótimo. – falou levantando
Eu peguei apenas meu celular e meus documentos no bolso da outra calça e deixei as roupas lá, saímos da sala e no meio do corredor um rapaz o parou entregando a ele uma bolsa de lado, no estilo carteiro, linda e personalizada com a bandeira dos estados unidos.
- demorou – ele falou
- é que estava no estoque de baixo – falou
- ótimo. Toma, coloca ai dentro a minha agenda, o tablet e tudo o que mais for preciso, não pode sair na rua segurando tudo nas mãos, – falou me entregando
Eu peguei a bolsa e entramos no elevador, voltamos ao andar e ele me mandou pegar as coisas na mesa e encontrar ele no estacionamento, corri até a mesa e coloquei as coisas dentro e corri para o elevador, no meio do caminho ainda encontrei com a Vanessa que me olhou de cima embaixo.
Aquela semana foi complicada, eu quase não consegui respirar direito, era Ben pra lá, Ben pra cá, pega isso, pega aquilo, um tal de vai aqui e vai ali, só sei que foi muito apertada, mas uma coisa valia apena, ver ele sorrindo toda vez que me via, e o jeito como falava comigo.
A dona Vanessa já deixou claro que não foi com a minha cara e que não iria de jeito nenhum. Peguei amizade com o pessoal de lá mesmo não sabendo o nome de todos ainda, e fiquei sabendo que ela brigou com o Caio para que ele me demitisse.
Algumas coisas eu não sabia que existia dentro daquela empresa e fiquei sabendo, como por exemplo a Adriana é lésbica e eu não sabia, achei super fofo ela me contando que estava apaixonado por uma garota que ela conheceu em uma festa e tudo mais. Fiquei sabendo que além do Caio e da Vanessa, ainda tem mais um outro proprietário da empresa, o Ricardo, amigo do Caio.
Só fiquei sabendo que ele existia por que tive que ir busca-lo no aeroporto, e lá estava eu, segurando uma plaquinha que na verdade era uma folha de papel de oficio com o nome RICARDO RODRIGUEZ.
Fiquei esperando por quase uma hora e nada dele aparecer, e nossa, enquanto eu esperava eu comecei a olhar um boy lindo, loiro e com óculos escuros no rosto, braços fortes, caminhava para a saída com uma mala na mão, my God.
Olhei para o lado pois alguém me cutucava, olhei para ver quem era e um moreno sorrindo me perguntou:
- minha mãe te mandou aqui? – perguntou
- sua mãe? Não, o Sr. Caio me mandou – falei
- desculpa então, pessoa errada – falou
Olhei para o outro lado e o loiro havia sumido, continuei ali até que eu o vi caminhando em minha direção, gelei e ele foi se aproximando.
- já sei, o louco do Caio te mandou no lugar dele – falou se aproximando
- Ricardo? – perguntei
- em carne e osso – falou rindo
E que carne, quanta carne naquele corpo para ser explorada, deverei ser tumbado, patrimônio público.
- eu sou assistente do Sr. Caio, me chamo Bernardo – falei
- prazer Bernardo – falou apertando minha mão
- deixa eu ajudar com a mala – falei
- não precisa, eu levo – falou sorrindo
- tudo bem, vamos? – perguntei
- claro. – sorriu
Fomos para o estacionamento e logo entramos no carro, ele me pediu para dirigir o carro, eu não iria negar, deixei ele dirigir, foi o mesmo que pedir para morrer, ele correu muito e ainda sorriu, confesso que fiquei com medo, mas gostei da emoção.
Chegamos na empresa e subimos. Ele ficou conversando com o Caio dentro da sala por vários minutos. Terminei meu turno e fui para casa cansado, ainda bem que era sexta feira, fui para o colégio, estudei com muita preguiça mas eu estudei.
No sábado, não cheguei nem no escritório, tive que ir direto para um clube onde eles estariam, o lugar era enorme e tinha de tudo, desde sauna a SPA, piscinas e academia.
Caio estava lá com o Ricardo e mais dois rapazes conversando em uma mesa no restaurante do clube, conversavam sobre as novas peças e eu sempre anotando tudo.
Logo terminou e ele foi entrar na sauna, foi até ao banheiro e me mandou esperar por ele, saiu de dentro do banheiro apenas com uma toalha enrolada na cintura, meu Deus, quase enfartei quando o vi daquele jeito, sorriu pra mim e entrou na sauna, eu acho que estaca ficando apaixonado por aquele sorriso dele.
Fiquei feito bobo olhando ele entrar, quando a porta se fechou eu olhei para o lado e Ricardo estava me olhando. Me recompus.
- não precisa disfarçar – ele falou
- o que? – perguntei
- você babando pelo Caio, - falou
- não estou babando por ninguém – falou
- não? Está na sua cara, só não deixa a Vanessa descobrir ou você está ferrado – falou se aproximando
- eu já disse, não estou babando por ninguém – falei
- por que você não admite que quer ele em? Ou que sente tesão por ele? – falou ficando de frente para mim
Ai agora já era sacanagem, eu não iria conseguir pensar com aquele homem gostoso na minha frente me encarando com aqueles olhos azuis lindos. Ele foi se aproximando de mim e me prendendo na parede perto dos armários, encostou o corpo bem perto do meu;
- você consegue sentir algo? – perguntou
- e...e... – não consegui falar
Ele aproximou mais, seus lábios estavam bem próximos dos meus, eu podia sentir sua respiração e ele foi segurando em minha cintura aos poucos, estava quase me entregando quando a porta da sauna abriu e ele saiu de perto de mim. Me olhou sorrindo e saiu andando.