Capítulo III - Caídos

Conto de Patch Cipriano como (Seguir)

Parte da série Imortais (Repostagem)

<Gildosilvaa> Ain que bom, te espero neste e nos próximos capítulos então heheh.

<Mic> Há, tinha quase certeza que você gostaria. Espero que goste desse também.

<Anderson P> Realmente, é quase impossível escolher entre um favorito, mas acho que o segundo capítulo foi o.que eu mais gostei de escrever, é claro que este capítulo também foi muito interessante - e demorado - mas particularmente, falar do homem encapuzado foi muito legal Hahaha.

Capítulo III - CAÍDOS

" Palavras certas podem consertar um erro, mas são os erros que fazem as palavras viverem para sempre" O Destino - Nxzero

Não sei dizer ao certo em que momento perdi a consciência, mas me lembro do momento em que papai nos encontrou caídos, e também me recordo em relapsos de ter visto - e sentido - papai remover o pedaço de madeira da minha perna e do peito de Ethan. Naquele momento a dor e a morte eram detalhes secundários, e eu pouco me importava se perdesse a perna ou a vida, por que todos os meus medos se centralizavam em Ethan e na sua provável morte. Eu não queria que ele morresse, ou pelo menos não queria ser o culpado pela morte dele.

Lembro também de ouvir papai gritando para que eu mantesse a calma, mas eu não estava nervoso. Os urros de Ethan agonizando eram como uma anestesia para mim. Minhas dores eram insignificantes comparadas à dor da aplicação da anestesia. Os gemidos ora baixos, ora altos de Ethan doiam severamente em mim, e eu só queria que tudo aquilo passasse.

(...)

Abri os olhos, sentindo uma dor insuportável na perna esquerda. Não havia ninguém ao meu lado, e eu não precisei notar os detalhes brancos das paredes, do teto e das cortinas para perceber que eu estava num quarto de hospital.

Esperei paciente para que alguém entrasse no quarto, e muito tempo depois uma enfermeira entrou, se assustando ao me ver acordado.

- Está acordado há quanto tempo? - Ela perguntou.

- Pouco tempo. - Falei.

- Desculpe, tinha saído para almoçar. - Ela explicou.

- Tudo bem.

A enfermeira pegou uma agulha grande e afiada, que presumi ser anestesia.

- Não estou sentido dores. - Menti.

Na verdade eu tinha medo da aplicação, pois ainda me lembro dos gritos agonizantes de Ethan, que por momentos me fez esquecer a minha dor e sentir a dele.

A enfermeira apoiou-se na minha perna e eu gritei um "ai" instintivo. A olhei emburrado esperando uma explicação.

- Não está sentindo dores não é? - Ela disse sorrindo - Oque foi Gabriel? Tem medo de anestesia, ou de agulhas afiadas?

Sorri irônico para ela e deixei que ela aplicasse a merda da anestesia.

- Posso fazer uma pergunta? - Falei depois da aplicação.

- Claro.

- Teve um garoto... Que entrou no hospital junto comigo. - Eu não tinha certeza de que ele havia ido para o mesmo hospital

- Está falando do Ethan Philips? - Perguntou.

- Isso! O que aconteceu com ele?

- Eu não sei. Não sou a enfermeira responsável por ele.

- Ah. - Murmurei triste.

- Vou avisar seu pai que você está acordado.

Assenti e a observei sair da sala. Minutos depois papai entrou com pressa e me abraçou com força.

- Ah filho... Eu... Eu pensei que você não ia sobreviver. - Papai chorava enquanto me abraçava.

- Pai... - Gemi de dor - Pai... A perna...

Papai se afastou assustado e me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

- Desculpa. - Ele falou.

Assenti e estiquei minha mão, puxando papai para mais um abraço.

- Pai? - Sussurrei em meio ao abraço - Como está o Ethan? O que aconteceu com ele?

Papai se afastou para dar a resposta, e de certa forma, eu já sabia a resposta. "Ele foi forte, lutou contra a morte... Mas o ferimento era muito grave e profundo. Um golpe certeiro no coração... E então... Não havia muito o que fazer."

- Não havia muito o que fazer. - Papai falou - É claro que ele lutou, e se o ferimento fosse um pouco mais profundo ele não teria sobrevivido.

Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto um sorriso largo brotava em meu rosto. Ele havia sobrevivido.

(Uma semana depois)

- Você teve uma melhora incrível Ethan. - Disse o doutor Herrera - Na verdade, uma melhora que alguns médicos considerariam impossível.

- Obrigado doutor. - Falei me ajeitando nas muletas.

Apesar da melhora improvável, minha perna ainda doia quando eu me apoiava nela, então precisaria usar muletas por algumas semanas.

- E aí filho? Qual a primeira coisa que vamos fazer? - Papai perguntou sorrindo.

- Tomar sorvete? - Mariana sugeriu - O Bel precisa se desintoxicar dessa comida ruim do hospital.

Concordei com Mariana. Ela não havia me abandonado um dia sequer no hospital, até passou algumas noites ao meu lado.

- Hum... - Papai pensou no assunto - Tá okay. Mas de tarde eu quero meu filho só pra mim.

Mariana sorriu e assentiu. Eu achava muito legal a intimidade que minha melhor amiga tinha com o meu pai, e gostava de ver os dois conversando, até pareciam amigos de infância.

- Eu vou até a delegacia para ver como andam as investigações. - Papai falou - Cuide do Gabriel.

Antes de sair, o doutor Herrera nos entregou a receita de remédios e algumas dicas de exercícios para fazer.

Mariana e eu acompanhamos papai até a saída, mas ele foi para o carro, e eu segui para a sorveteria com minha melhor amiga.

-E então... Você não me contou muita coisa. - Mariana falou - Tipo... Como e por que Ethan estava na sua casa.

Sorri tímido, mas decidi que não diria nada sobre o beijo. Ethan podia não gostar.

- Haviam roubado o carro dele, e como estava chovendo, deixei ele ficar em casa até a chuva parar. - Falei naturalmente.

- Só? - Mariana parecia decepcionada - E por que ele saiu da sua casa? Por que você foi atrás dele? Gabriel, não me esconda os detalhes eróticos por favor!

Gargalhei com o pedido dela.

- Nós discutimos por causa do grupo homofóbico dele. E então ele foi embora. Mas estava chovendo né? Eu não podia deixar ele sair assim na chuva.

- Ah. - Mariana analisava a história para verificar a autenticidade dela - Mas e o tal cara de olhos verdes?

- Então, foi como eu disse pro detetive Dionísio quando ele esteve no hospital: eu entrei no beco pra cortar caminho e alcançar Ethan, e o cara estava lá.

Pensei sobre o homem de olhos verdes, e meus medos voltaram à tona. Aqueles olhos congelantes fixaram-se minha mete, dando a impressão de que eu estava sendo observado por ele neste exato momento. Eu não havia notado a presença dele no beco, assim como ele perderia estar por perto, e eu não conseguir notar sua presença.

Mariana assentiu e sorriu.

- Pelo menos vocês estão bem. Quer dizer, você melhor que ele, mas Ethan também teve uma melhora incrível.

- E por falar nele... Ele disse alguma coisa? - Perguntei, olhando com curiosidade para Mariana.

- O mesmo que você.

- Não sobre o incidente... Sobre mim.

- Está esperando um pedido de desculpas? - Mariana gargalhou.

- Na verdade, eu estava. - Falei um pouco triste - E os pais dele?

- Estão fora do país. - Mariana me olhou - Que interesse é esse no Philips? Bel, ele é homofóbico, não se iluda quanto a ele.

Assenti e pensei no beijo. Se ele era homofóbico, por que me beijou? Por que tentou tirar minha roupa? Nós teríamos transado? Decidi que seria melhor esconder esses pensamentos de todos, inclusive de mim mesmo. Pelo menos até eu me resolver com Ethan.

- Bel? - Mariana olhou para o chão, escondendo seu olhar do meu - Você é meu amigo, certo? Independente de tudo o que eu fiz, faço, fui ou sou.

- Não Mari, eu não sou seu amigo. - Falei, causando espanto na garota loira ao meu lado - Sou seu MELHOR amigo, e é claro que eu vou ser seu melhor amigo sempre. Vou te apoiar sempre que precisar.

Mariana sorriu aliviada e me olhou com uma ternura jamais usada antes.

- É muito bom ouvir isso Gabriel... Por que é você quem vai pagar o sorvete.

Olhei incrédulo para Mariana, que gargalhava feito louca na rua. Enpurrei ela com o ombro, e ela me empurrou de volta, me fazendo desequilibrar. Ela me segurou.

- Não vou pagar nada. - Falei recuperando o equilíbrio por completo - Acabei de sair de um hospital. Estou sem N-A-D-A.

- Quanta pobreza. - Disse Mariana - Sinto vergonha de você.

(...)

Mais tarde Mariana me deixou em casa, e papai me levou para almoçar fora. Não comi muito por causa do sorvete que eu e Mariana devoramos como dois gulosos.

- Você está quieto. - Papai falou, mas o comentário não quebrou o meu silêncio.

Eu ainda pensava no porque do beijo, e agora, a forma como Mariana escondeu seu olhar do meu, como se quisesse esconder alguma outra coisa.

- Posso te pedir um favor? - Perguntei.

- Claro filho, o que quiser. - Falou. Seu olhar de curiosidade me fitava intensamente.

- Eu queria ver o Ethan. - Falei -Eu ainda não agradeci... Por ele ter salvo a minha vida.

Papai assentiu e pediu a conta. Fomos para o hospital em silêncio, mas pedi para ficar à sós com Ethan.

Ele estava acordado, assistindo relutante à algum filme.

- Pode trocar de canal? - Foram as primeiras palavras que Ethan disse.

Assenti e coloquei num canal infantil.

- Ethan? - Chamei me sentando ao seu lado.

- O que?

- Posso te perguntar uma coisa?

- Não. - Ele não foi irônico - Já sei o que você vai perguntar, e eu simplesmente não quero falar sobre isso. Nem você quer ouvir.

- Quero sim. - Falei me levantando - Você não me beijou à toa. Você ia tirar minha roupa. Ethan, nós íamos transar!

- Fale baixo! - Ele falou tentando se sentar na cama - Ninguém precisa ouvir isso.

- Mas vão ouvir se você não explicar. - Ameacei.

- Não me ameace Gabriel!

- Não considere isso uma ameaça, considere um aviso. - Falei.

Ethan me olhou com raiva, mas permaneci de cabeça erguida. Ele teria que dizer algo.

... Aguardem ...

Gostaram? Espero que sim, por que quero comentários.

Bem, demorei mas é isso aí, até a próxima. Adeus, beijos

Comentários

Há 4 comentários.

Por Gildosilvaa em 2014-09-01 00:05:54
Faça isso comigo não, po. Poste logo esse quarto capítulo. Estou amando a estória, de verdade. Se pudesse dar uma nota, seria um dez brincando. ❤
Por Mic em 2014-08-31 17:25:16
gabriel e oq? um anjo? um nephilim *-*? >_>'..... vc nem vai me contar :(
Por Anderson P em 2014-08-31 02:17:07
Muito bom, continua.
Por Victor *) em 2014-08-31 00:49:24
Gostei, ansioso pelo próximo u.u