Capítulo III

Conto de Puckerman como (Seguir)

Parte da série A História de Lucas

A vida é cheia de surpresas, tanto boas quanto ruins. Lucas após trair Gustavo com Kaio se distanciou dos dois e sofria em silencio. Silvana continuava sem saber de nada, e Gustavo voltou ao seu mundo de perdição.

-Fala ae Gustavo, firmeza ou não mano?

-Firmeza! Trouxe meu bagulho?

-Lógico meu irmão, ta me tirando?

-Demorou então, passa pra cá!

-Olha ai... Esse é dos bons hein!

-Hum... Muito louco mano! Ih, velho. Ta tarde! Achou que vou subindo...

-Beleza meu irmão! Qualquer coisa, tamo ai!

-Firmeza!

Gustavo entrou no carro e saiu daquele lugar estranho. Chegou em casa, só estava Lucas, pois sua mãe e seu irmão tinham ido a fazenda buscar umas coisas. Ambos só se falavam o necessário, e nesse dia não teve outro jeito, Gustavo teve que conversar.

-Onde esta a coroa?

-Ela e o Kaio foram à fazenda, e só voltam amanha!

-Hum... blz! Vou dormir, falou...

-Tchau!

O coração de Lucas ainda batia forte por Gustavo, que também sentia o mesmo. Quando deitou em sua cama, Gustavo começou a lembrar dos momentos que tiveram juntos, quando Lucas entrou no quarto e se deitou ao seu lado.

-O que você ta fazendo aqui?

-Quero que me perdoe!

-Velho, já falei que...

-Eu te Amo!

E antes que Gustavo pudesse falar alguma coisa, Lucas deu-lhe um super beijo. Seus corpos se uniram em um só, e eles perceberam que um não poderia ficar longe do outro. Permaneceram noite á dentro, se amando.

Pela manhã logo cedo Lucas e Gustavo saíram e foram dar uma volta pela cidade. O silencio ainda era muito grande, pois ainda havia um constrangimento da parte de Lucas.

-Está tudo bem?

-Está sim...

-Você está muito calado!

-Não é nada, não se preocupe.

-Ora, vamos Lucas, eu te conheço muito bem! O que está havendo?

-É que você ainda não me disse se me perdoou.

-Ah, é isso? O que você acha?

-Eu, eu não sei... E isso ta me angustiando muito!

-Se eu não estivesse perdoado você, não estaríamos juntos agora! Eu amo você moleque, só não me faça de otário!

-Eu também te amo muito, e tenho medo de te perder.

-Você não vai...

-E a tia Silvana? Será que ela desconfiou de algo? E se ela descobrir Gustavo, o que vai ser de mim? Da gente?

-Ei, se acalma, ela não vai descobrir nada! E se descobrir e nos expulsar eu levo você comigo e a gente mora junto!

-Promete?

-Prometo! Agora vem, vamos passear!

Depois daquela conversa Lucas se sentiu bem melhor, e Gustavo percebeu que o garoto realmente tinha se arrependido do que fez.

O dia transcorreu normalmente, os rapazes fizeram compras, foram ao cinema, passaram uma tarde maravilhosa juntos, e ao anoitecer voltaram pra casa. Quando chegaram, Silvana e Kaio já haviam voltado da fazenda e Jorge também se encontrava na casa. Lucas, que estava muito feliz por estar tudo bem com ele e seu amor, se dispôs a conversar com Jorge, e quem sabe ate perdoá-lo.

-Oi Jorge!

-Olá Lucas! Como você está?

-Muito bem, e você? Vamos conversar no meu quarto?

-Claro filho, vamos.

Os dois subiram ate o quarto de Lucas, onde tiveram uma longa conversa, enquanto isso Silvana e os meninos esperavam ansiosos pelo resultado de tudo aquilo. Algum tempo depois, eles voltaram e contaram a grande noticia: Lucas tinha perdoado seu pai. Todos comemoraram e se alegraram, e passaram a noite conversando como uma grande família. Eis que de repente, Gustavo se levantou, chamou atenção de todos e comunicou.

-Quero dizer uma coisa...

-O que foi meu filho?

-Lucas venha até aqui!

-Eu? Mas o que foi?

-Mãe, Jorge... Eu e o Lucas estamos namorando!

-O quê? Namorando? Mas como assim?

-É, me explique isso direito, você está dizendo que o meu filho é gay?

-Isso mesmo Jorge, eu to dizendo que eu e ele somos, e que estamos namorando!

Com essa declaração, Silvana desmaiou e Jorge que por dentro estava muito irritado, tentou demonstrar um ar de aceitação. Fizeram o procedimento de primeiros socorros e em alguns minutos Silvana estava acordada novamente. Ainda abalada com aquela noticia, Silvana começou a chorar, sem saber aonde tinha errado na criação de seus filhos.

-Não pode ser... Diz pra mim que isso não é verdade Lucas, diz!!!

-Tia, ãn... Eu...

-Depois de tudo o que eu fiz por você!

-Mãe, não foi culpa do Lucas, nos simplesmente começamos a gostar um do outro!

-Mas como meu filho, você sempre saiu com moças bonitas, trazia até elas pra casa e agora ta me dizendo que namora um homem???? O meu sobrinho???? Deus...

-Mãe...

-Não diga mais nada! Eu os quero FORA da minha casa agora!!!

-Mas mãe, a senhora tem certeza?

-Não se meta Kaio Henrique! Ou o senhor também está metido nessa história?

-Eu??? Claro que não! Eu nem sabia disso...

-Ora Kaio, não seja hipócrita! Você sabia muito bem, tanto que...

-Não Gustavo... Não vale a pena!

-Mas Lucas...

-Esquece ele, vamos.

Os dois deixaram a sala e foram em direção aos seus quartos, enquanto na sala Jorge ainda perplexo e sem saber que atitude tomar, pois apesar de ser pai de Lucas não tinha o direito de se meter na vida do garoto, tentava acalmar Silvana que estava a ponto de desmaiar novamente. Em quanto isso, em um canto da sala, Kaio observava toda a situação, e um arrependimento começou a surgir quando viu Lucas e Gustavo saindo pela porta da frente, e Silvana aos prantos e gritos. Toda aquela situação chamou a atenção da vizinhança que começou a sair de suas casas para ver o que estava acontecendo. Durante algum tempo, a rua ficou agitada, mas logo depois, ao perceberem que não era algo tão importante os vizinhos voltaram para suas casas.

Deitada em sua cama, Silvana ainda muito abalada tentava entender o que estava acontecendo. Se ela tinha realmente feito a escolha certa, afinal era o seu filho e o filho de sua irmã falecida que ficou aos seus cuidados. Ele vinha de uma família cheia de tradições e costumes, onde jamais seria permitido esse tipo de coisa, principalmente entre família. “Se ao menos Julia estivesse aqui poderia me ajudar, ah sim ela sempre foi muito mais moderna, com uma mente jovem e aberta para o mundo, mas infelizmente ela morreu. E agora eu simplesmente mando seu único filho a quem ela amava tanto ir embora? Deus, por favor, me ajude!” E no silêncio dos seus pensamentos ela adormeceu.

Do outro lado da cidade em um pequeno hotel, Lucas e Gustavo acabavam de deitar em uma cama pequena e desconfortável. Abraçados, começaram a

pensar no que seria da vida deles de agora em diante. Ambos sem emprego e sem uma casa, o que lhes restava apenas era a pequena herança que a mãe de Lucas lhe deixou, mas quando esse dinheiro acabasse? O que seria dos jovens rapazes?

-Gustavo, e agora?

-Eu não sei meu amor...

-O que vai ser da gente? E a tia Silvana será que ela vai nos perdoar um dia?

-Ficaremos bem, e tenho certeza que minha mãe vai se acalmar e pensar a respeito disso! Agora durma um pouco.

-Tudo bem, obrigado meu amor!

A noite de certa forma pareceu mais longa que o de costume. Ninguém conseguiu dormir, excerto Kaio que não se importava nem um pouco com toda aquela tragédia, e que ainda tinha esperança que ficaria com Lucas, querendo ele ou não.

Por volta de umas dez horas da manhã, Gustavo acorda com o barulho de alguém batendo na porta, levantou e foi ver quem era.

-Kaio? O quê você quer aqui?

-Ei, relaxa! Vim ver como vocês estão.

-Estamos bem, agora pode dar o fora daqui!

-Se acalma irmãozinho... Então é aqui que vocês estão agora?

-Sim, como você nos achou?

-Lucas falou pro Jorge e ele me contou!

-Hum, e o que veio fazer aqui?

-Já disse, vim ver como vocês estão!

-E a mamãe?

-Ela ta lá, coitada, triste e chorando por culpa de vocês!

-Cala a boca! Não tivemos culpa de nada!

-Ah não é? E por culpa de quem ela quase teve um infarto?

-O quê? A mamãe quase teve um infarto?

-É, foi isso mesmo...

-E porquê você não me contou? Quando foi isso?

-Ora, como se você se importasse com a família...

-Escuta aqui, eu...

-Kaio? O quê faz aqui?

-Vim ver como VOCÊ ESTÁ aqui nesse hotelzinho vagabundo...

-Estamos bem! E o quê aconteceu com a tia Silvana?

-Ela não está muito bem Lucas, ta doente!

-Ela esta doente e você não me diz nada?

-Como eu dizia Lucas, ela esta fraca e queria muito que vocês dois voltassem!

-Sério?

-Sim, ela gosta muito de você Lucas!

-Guilherme, e então? Iremos voltar?

-Eu acho que sim Lucas!

Enquanto arrumavam suas coisas, Lucas e Gustavo pensavam seriamente em como seria esse reencontro com Silvana, após duas semanas que estavam fora de casa. Quando chegaram se dirigiram em direção ao quarto onde Silvana encontrava-se deitada, e logo que seus olhos se cruzaram, ambos começaram a chorar.

-Óh meus filhos, me perdoem!

-Desculpa mãe, não queríamos...

-Tudo bem, tudo bem... Agora venham aqui e me dêem um abraço! Eu amo tanto vocês que não saberia viver longe dos meus meninos...

-Também te amamos tia... E como à senhora está?

-Ah meu filho, estou ótima! É só um mal-estar, mas vai passar logo, logo!

-Ficamos preocupados...

-Não se preocupe, Jorge estava aqui e cuidou muito bem de mim! Desculpem tê-los expulsado!

-Não tem problema tia, a gente entende como a senhora se sentiu quando soube.

-Sim, mas fui muito egoísta! Se vocês se gostam, isso é o importante! E que Deus os abençoe!

A noite de Natal nunca tinha sido tão alegre na casa de Silvana, todos reunidos em volta de mesa, que estava repleta de comidas e guloseimas que todos adoram, tipicamente da data. Os últimos meses tinham sido muito bons para todos. Gustavo arrumou um emprego na oficina mecânica que havia em seu bairro, pois mexer com carros era um sonho de infância. Lucas estava fazendo um estágio no escritório de advocacia de Jorge, no qual agora ele chamava de pai. Kaio após se acidentar de carro e passar dois meses internado no hospital, tomou gosto pela coisa e agora vai toda semana visitar os pacientes do hospital.

E naquela linda noite, haveria ainda mais surpresas.

-Atenção, atenção! Eu tenho um comunicado a fazer!

-Qual é meu filho?

-Eu quero pedir o Lucas em noivado?

-Co... Como??

-Éh, Lucas. Você quer noivar comigo?

-Ah meu Deus, que lindo!!! É claro que eu aceito...

-Ai, que lindo! Meus dois bebês estão noivos... Agora só falta você Kaio, arrumar uma namoradinha...

-É mãe... Só falta eu...

-Esperem meninos, esperem... Que eu e a Silvana também temos uma noticia para dar a vocês!

-Jorge! Agora não...

-Ah, agora sim... Conta, conta, conta...

-Eu e a Silvana estamos namorando!

-Aaaaaaaah que legal! Vamos brindar!

E assim, as coisas ficaram muito bem naquela casa. Pelo menos por enquanto...

Fim

Bem galera, esse foi meu primeiro conto aqui, sei que foi muito curto (me julguem) mas já estou escrevendo o próximo que será mais longo e pessoal.

Abraços e até a próxima!!! :D

Comentários

Há 2 comentários.

Por em 2014-07-21 13:29:42
ta muito legal
Por PAULOGABRIEL em 2014-07-20 02:10:58
Ta curto não pode continuar